06 Novembro 2025
O bispo auxiliar D. Thomas Maria Renz, de Rottenburg, fez uma avaliação positiva do documento da Conferência Episcopal Alemã (DBK) intitulado "Criados, Redimidos e Amados", mas defendeu uma interpretação mais matizada. Em entrevista à revista católica Die Tagespost na terça-feira, ele enfatizou que o documento envia um sinal importante contra a estigmatização e a exclusão de jovens que lutam para aceitar sua identidade sexual.
A informação é publicada por Katholisch, 05-11-2025.
Nesse contexto, Renz mencionou um aumento significativo na hostilidade contra os jovens afetados, o qual foi registrado pela direção pedagógica da fundação "Escola Católica Livre da Diocese de Rottenburg-Stuttgart", que engloba cerca de 90 instituições. Diante disso, uma declaração dos bispos é necessária e desejável.
Ao mesmo tempo, o bispo auxiliar identificou as limitações do documento. Ele não pode fornecer uma explicação cientificamente fundamentada dos complexos processos de desenvolvimento da identidade sexual, afirmou Renz. "Em primeiro lugar, essa não é a tarefa da Igreja e, em segundo lugar, o tema é tão volátil e controverso nos círculos de especialistas que a Igreja, ao se comprometer com muita facilidade com uma posição nesses debates acalorados, corre o risco de se colocar em uma posição delicada."
Um espaço seguro, livre de medo.
Ele acredita que é preciso fazer uma distinção entre "aceitar aqueles que pensam diferente", o que é essencial, especialmente em escolas cristãs, e "abençoar ingenuamente tudo o que os jovens possam sentir em certas fases do desenvolvimento e amadurecimento de sua personalidade por um determinado período de tempo".
Renz afirmou que é amplamente aceito que a insatisfação temporária com o gênero faz parte das dificuldades da adolescência inicial e, para muitos, diminui com o passar dos anos. O que se faz necessário é um espaço seguro de boa vontade, livre de medo, baseado na confiança e na paciência, no qual os jovens tenham tempo para encontrar, aceitar e consolidar sua identidade sexual. A pedagogia católica não deve apenas acompanhar a busca pela própria identidade sexual, mas também concentrar seu apoio "principalmente em importantes objetivos de desenvolvimento que vão além da identidade de gênero", acrescentou Renz.
No final de outubro, os bispos alemães divulgaram um documento que apela ao reconhecimento da diversidade de orientações sexuais nas escolas. O texto também apresenta um panorama da situação de jovens LGBTQIA+, professores e pais, e oferece orientações educativas e pastorais para uma abordagem sensível à diversidade sexual.
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