Argüello, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, sobre Rosalía: "Pode haver uma corrente subjacente que vai além de modismos passageiros"

Foto: Wikimedia Commons

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01 Novembro 2025

  • O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) afirmou nesta quarta-feira que percebe um "interesse renovado dos jovens pela espiritualidade" em plena era tecnológica e citou a presença de referências religiosas na música.

  • Durante a abertura da 57ª Conferência "IA e Teologia: uma relação a ser construída", Argüello analisou a inclusão da inteligência artificial no campo da teologia.

A reportagem é de RD/Efe, publicada por Religión Digital, 29-10-2025.

O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Dom Luis Argüello, afirmou nesta quarta-feira que percebe um "interesse renovado dos jovens pela espiritualidade" em plena era tecnológica, citando, entre outros, a presença de referências religiosas na música, como é o caso do último álbum de Rosalía.

Durante a abertura da 57ª Conferência "IA e Teologia: Uma Relação a Ser Construída", organizada pela Pontifícia Universidade de Salamanca (UPSA), Argüello analisou a inclusão da inteligência artificial no campo da teologia, além de discutir as tendências atuais nessa área.

Em seu discurso, o presidente da Conferência Episcopal listou alguns fenômenos culturais recentes, como a cantora Rosalía, que lançará seu mais recente trabalho, 'Lux' (luz, traduzido do latim), em 7 de novembro, com a espiritualidade como tema central.

Argüello também mencionou pensadores que abordam a teologia, como o filósofo coreano Byung-Chul Han, recente ganhador do Prêmio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades, e a recepção positiva de filmes com temas vocacionais, como visto no Festival de Cinema de San Sebastián com o filme 'Los domingos'.

Ele também se referiu aos encontros religiosos e musicais que reuniram inúmeros jovens em várias cidades espanholas, desde reuniões de confraternizações até concertos ligados a expressões populares de fé.

Uma corrente subterrânea

"Pode haver uma corrente subjacente que vai além de modismos passageiros", disse o presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE).

Em relação à inteligência artificial, Argüello destacou que os desafios que ela apresenta são enormes, tanto do ponto de vista antropológico quanto teológico, já que, para alguns, o aprimoramento da humanidade busca realizar a aspiração de ser como os deuses, e como as máquinas podem ajudar a alcançar esse objetivo.

Argüello alertou que as novas ferramentas digitais podem oferecer grandes benefícios, mas também podem se tornar instrumentos que causam sérios danos. Como exemplos, mencionou o uso de drones controlados por sistemas de IA em conflitos armados e a capacidade dos algoritmos na mídia de manipular a opinião pública.

O arcebispo de Valladolid também salientou que a teologia deve estar envolvida na análise do presente, especialmente no ambiente universitário, onde coexiste com outras áreas do conhecimento.

A este respeito, e no que diz respeito à gestão ética da IA, considerou que as decisões morais continuam a ser uma responsabilidade humana, embora tenha advertido que os algoritmos podem gerar dinâmicas e que cabe aos programadores incorporar critérios éticos no seu desenvolvimento — uma tarefa complexa numa sociedade marcada pela falta de consenso moral partilhado.

Questionado sobre o potencial uso da inteligência artificial para facilitar encontros com Deus, o presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) afirmou que todas as ferramentas criadas pelo homem demonstram nossas poderosas capacidades e podem se tornar oportunidades para a ação pastoral. No entanto, ele enfatizou os riscos dessas tecnologias, que poderiam, em última instância, substituir aspectos essenciais da humanidade.

Argüello lembrou que o Papa Leão XIV recentemente pediu o fim da "fobia" em relação à inteligência artificial e à tecnologia, mas, ao mesmo tempo, destacou a necessidade de uma sólida formação ética para evitar que a ferramenta domine quem a criou.

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