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Não entrem em pânico, é apenas o Apocalipse. Artigo de Antonio Spadaro

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25 Outubro 2025

"As máquinas se tornam o novo altar diante do qual antigos ritos de medo e esperança são celebrados. Em torno desses altares se reúnem contos milenaristas: alguns aguardam o Messias tecnológico, pronto a redimir a humanidade, e outros temem o Demônio, pronto a devorá-la. É o novo teatro onde são projetados medos e esperanças coletivos, um lugar onde a imaginação religiosa não desaparece, mas retorna com força inesperada".

O artigo é de Antonio Spadaro, jesuíta e ex-diretor da revista La Civiltà Cattolica, em artigo publicado por la Repubblica, 22-10-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Em sua análise, Spadaro assinala que "Apocalipse e graça não são apenas figuras retóricas opostas. São as coordenadas do nosso tempo: De um lado, o 'demônio' que encarna os medos arcaicos de um poder que escapa ao controle. Do outro, o 'messias' que promete uma nova era de emancipação. No meio, a nossa responsabilidade, a tarefa de escolher como orientar a trajetória das máquinas. Nenhuma revelação é predestinada. Tudo depende das escolhas de quem habita o presente".

Eis o artigo. 

O discurso público está tornando a ser cada vez mais uma linguagem religiosa, especialmente quando falamos de tecnologia. É como se números, parâmetros e redes neurais não bastassem.

Quando falamos de algoritmos, não nos contentamos com gráficos e fórmulas: recorremos às imagens mais extremas, as da teologia. Apocalipse. Graça. Demônio. Messias. Isso também aconteceu recentemente, quando Peter Thiel — empresário bilionário e teórico do transumanismo, muito próximo a Trump e Musk — numa entrevista ao New York Times, evocou a IA como a máscara do Anticristo, um poder político global que, em nome da salvação, poderia reduzir a humanidade à escravidão. O Anticristo, na sua imaginação, não é um tirano sanguinário, mas uma autoridade sedutora, capaz de se apresentar como defesa e redenção. "Um cálculo científico ou matemático do apocalipse substituiu a visão mística dos profetas religiosos", argumenta Thiel.

Dario Amodei — cientista e cofundador da Anthropic, uma renomada startup de inteligência artificial — escreveu um ensaio intitulado "Machines of Loving Grace". Ele descreve um futuro em que as máquinas não devorarão a humanidade, mas a acompanharão. Graça, justamente: uma graça "secular", feita de diagnósticos médicos imediatos, remédios personalizados, vidas mais longas e saudáveis. Uma graça que nos liberta do trabalho exaustivo necessário à sobrevivência, para abrir espaços para a imaginação, as relações e a criatividade.

São duas vozes opostas que refletem de forma especular um paradoxo do nosso tempo: para imaginar o futuro tecnológico, não nos contentamos com fórmulas e algoritmos, mas ainda recorremos ao vocabulário da religião, o único capaz de expressar o abismo do medo e a vertigem da esperança. Onde Thiel vê o monstro que engana, Amodei vê o dom que surpreende. Duas visões opostas, mas ambas demonstram que o léxico da teologia votou a ser indispensável. Não se trata de uma afetação retórica, mas de uma necessidade. Quando a política parece incapaz de governar o futuro, o pensamento busca refúgio em imagens extremas do fim e da salvação. É como se fosse mais fácil imaginar o apocalipse do que uma lei eleitoral.

Os hangares desérticos que abrigam os servidores das big techs, com suas fileiras intermináveis de máquinas que piscam silenciosamente, lembram catedrais contemporâneas. Em seus corredores iluminados por luzes frias se desenrola uma liturgia invisível de energia e dados. As máquinas se tornam o novo altar diante do qual antigos ritos de medo e esperança são celebrados. Em torno desses altares se reúnem contos milenaristas: alguns aguardam o Messias tecnológico, pronto a redimir a humanidade, e outros temem o Demônio, pronto a devorá-la. É o novo teatro onde são projetados medos e esperanças coletivos, um lugar onde a imaginação religiosa não desaparece, mas retorna com força inesperada.

Essas imagens não são inócuas. Elas influenciam decisões políticas, econômicas e culturais. Sempre que a humanidade teve que enfrentar mudanças radicais, buscou nas imagens apocalípticas uma linguagem adequada para expressar o assombro, a angústia, a expectativa. Até a Academia Sueca percebeu isso, concedendo o Prêmio Nobel de Literatura há poucos dias ao "mestre do Apocalipse", o escritor húngaro László Krasznahorkai, "por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte".

Hoje, as máquinas inteligentes estão assumindo características apocalípticas. São descritas como monstros que escapam ao controle humano, como divindades hostis prontas para reivindicar um poder absoluto. Sua face é aquela do Antigo Testamento, feita de tempestades e juízos finais. Nessas visões, a IA não é um instrumento, mas uma criatura arcana, inquietante, que transcende as fronteiras do cálculo para se transformar em ídolo, inimigo, Anticristo tecnológico.

O fato de hoje recorrermos à linguagem religiosa para falar de tecnologia não deveria nos surpreender. Sempre foi assim: todas as épocas usaram o mito e a liturgia para enfrentar o desconhecido.

A diferença é que, enquanto no passado os apocalipses diziam respeito ao fim do cosmos ou ao julgamento divino, hoje a revelação passa pelo código da informática e os chips de silício. Mas a dinâmica é a mesma: diante do imprevisível, o homem não consegue encontrar novas palavras e recorre a palavras mais antigas, as únicas capazes de expressar a vertigem.

As máquinas "inteligentes" tornam-se um espelho da nossa condição. Elas nos forçam a reconhecer nossa incapacidade de falar de nós mesmos sem a transcendência. Se hoje falamos de algoritmos com as palavras do Antigo Testamento ou com as imagens da salvação, não é porque as máquinas são divinas, mas porque somos nós que não sabemos falar de nós mesmos de outra forma.

Apocalipse e graça não são apenas figuras retóricas opostas. São as coordenadas do nosso tempo.

De um lado, o "demônio" que encarna os medos arcaicos de um poder que escapa ao controle. Do outro, o "messias" que promete uma nova era de emancipação. No meio, a nossa responsabilidade, a tarefa de escolher como orientar a trajetória das máquinas. Nenhuma revelação é predestinada. Tudo depende das escolhas de quem habita o presente.

Falar de apocalipse ou graça não é um exercício literário: é um ato político e cultural. Atenção: a mesma linguagem religiosa que usamos hoje para falar da inteligência artificial flui como um rio subterrâneo até mesmo nos discursos políticos que atravessam os territórios mais frágeis e incandescentes do planeta. No Oriente Médio, por exemplo, a retórica do poder tem se alimentado de palavras que cheiram a incenso e pólvora, de imagens que evocam o Juízo Final e o Apocalipse.

As ofensas transformam-se em cruzadas, as resistências em jihad, as tréguas em suspensões messiânicas à espera da próxima revelação. É como se cada cálculo estratégico encontrasse força apenas quando consegue se revestir de arquétipos religiosos que as pessoas reconhecem como parte de sua memória mais antiga. E assim tudo é possível: até mesmo exterminar dezenas de milhares de inocentes ou rasgar o direito internacional.

Nessas terras, a técnica mais sofisticada inervada por inteligência artificial e diabólica e a fé mais arcaica se espelham uma na outra: os drones cruzam os mesmos céus onde antigamente se buscavam sinais divinos, as plataformas digitais condensam as mesmas ansiedades e esperanças que outrora eram confiadas aos profetas. E assim, para ser compreendida e aceita, a política deve falar duas línguas ao mesmo tempo: aquela dos circuitos e aquela dos símbolos, aquela dos dados e aquela da salvação. É nessa fusão inquieta — entre o código das máquinas e o das Escrituras — que se joga hoje o destino da região, como se o futuro só pudesse ser compreendido a partir de um léxico que une as ideias de redenção e de catástrofe.

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