Papa pede aos bispos que resistam a Trump: "Devemos apoiar os migrantes"

Foto: Wikimedia Commons | The White House

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

09 Outubro 2025

“Estou com vocês”, disse Leão XIV a uma delegação que lhe trouxe cartas de latinos em risco de deportação.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por La Repubblica, 09-10-2025.

O Papa Leão XIV encorajou os bispos dos Estados Unidos a "se manifestarem firmemente" contra as políticas anti-imigração de Donald Trump, de acordo com Dom Mark Seitz, bispo de El Paso, na fronteira com o México, e presidente da Comissão de Migração da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA. Dom Seitz liderou um pequeno grupo de bispos e assistentes sociais envolvidos no cuidado pastoral de migrantes latino-americanos para uma audiência com o Papa na manhã de ontem. "Nosso Santo Padre está pessoalmente muito preocupado com essas questões", disse o bispo de El Paso à Reuters após a audiência. "Ele expressou seu desejo de que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA se manifeste firmemente sobre esta questão. Significa muito para todos nós saber que ele pessoalmente deseja que continuemos a nos manifestar", disse Dom Seitz.

O grupo recebido no Vaticano também incluía representantes do Hope Border Institute, uma organização católica ativa na fronteira entre os EUA e o México. Eles garantiram ao novo Papa, nascido em Chicago: "Estamos com você". E Leão XIV, segundo eles, respondeu durante o encontro: "Você está comigo e eu estou com você".

O bispo de El Paso e outros convidados trouxeram ao Papa um pacote de cartas de migrantes latinos aterrorizados pelas medidas repressivas e pelo risco de deportação resultante da repressão de Donald Trump. "Eles não podem sair", escreveu Maria, uma mulher originária da Guatemala que obteve asilo e mora em São Francisco, mas tem vários parentes nos EUA que ainda não são legais. "Eles têm medo de fazer compras, de ir à igreja e, por isso, ficam em casa", continua a carta, noticiada pela Associated Press. "O Papa deve falar com Trump e pedir-lhe que reflita sobre o que está fazendo com os imigrantes. O Papa deve implorar a Trump, e Trump deve ouvi-lo. Trump deve mudar seu comportamento." Outra carta, noticiada pela Reuters, descreve outra família de duas pessoas que não tem permissão legal para permanecer nos Estados Unidos e tem medo de sair de casa por medo de deportação. "Acredito que o Papa deveria se manifestar contra as incursões e o tratamento injusto que a comunidade está sofrendo", diz a carta, escrita em espanhol.

O Papa Leão, que publicou hoje sua primeira exortação apostólica, Dilexi Te, dedicada ao "amor aos pobres", incluindo os migrantes, também recebeu na noite de terça-feira um grupo de mais de cem líderes pastorais hispânicos nos Estados Unidos – em contato constante com migrantes legais e ilegais – agradecendo-lhes por seu trabalho. E no Jubileu dos Migrantes, no último domingo, ele recordou "a história de tantos de nossos irmãos migrantes, o drama de sua fuga da violência, o sofrimento que os acompanha, o medo do fracasso, o risco de travessias marítimas perigosas, seu grito de dor e desespero". Os imigrantes, disse o Papa, "não podem e não devem encontrar a frieza da indiferença ou o estigma da discriminação!"

Anteontem, ao deixar sua residência em Castel Gandolfo, Prevost preferiu não comentar a decisão de Trump de enviar o exército às ruas de sua cidade natal, Chicago. Mas, na semana anterior, ele havia respondido a um jornalista americano que lhe perguntou sua opinião sobre o prêmio proposto pela Arquidiocese de Chicago – e fortemente contestado por católicos conservadores e pró-vida – para um senador democrata comprometido com os migrantes, mas também com o direito ao aborto, afirmando: "Qualquer um que diga que sou contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano de imigrantes nos Estados Unidos", disse ele, "não sei se é pró-vida".

Leia mais