• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Os israelenses de nossa geração cresceram se perguntando como as pessoas comuns puderam tolerar uma atrocidade. Em uma reviravolta grotesca da história, essa pergunta agora se volta contra nós

Mais Lidos

  • Vozes de Emaús. Como fica a Igreja depois da Cristandade. Artigo de Marcelo Barros

    LER MAIS
  • Inácio de Loyola em tempos sombrios. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS
  • O que a Igreja pode aprender com os Capuchinhos. Entrevista com Helmut Rakowski

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    17º domingo do tempo comum – Ano C – Aproximação e esperança em Deus, o Pai nosso

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

01 Agosto 2025

"Reconhecer essa verdade não é fácil. Nem mesmo para nós, que documentamos a violência estatal contra os palestinos há anos. Nossas mentes resistem, rejeitam os fatos como se fossem veneno, tentam expeli-los. Mas o veneno continua lá. Ele inunda de medo e de uma incomensurável sensação de perda o corpo daqueles que vivem entre o rio e o mar, tanto palestinos quanto israelenses."

O artigo é de Yuli Novak, diretora executiva da organização B'Tselem, o Centro de Informação Israelense para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados, publicado por El Salto, 31-07-2025. A tradução é de Francisco de Zárate.

Eis o artigo.

A pergunta não para de martelar na minha cabeça. Isso que está acontecendo é mesmo verdade? Estamos vivendo um genocídio?

Em outros países, milhões de pessoas já sabem a resposta. Mas aqui em Israel, muitos de nós não podemos ou não queremos dizê-la em voz alta. Talvez porque a verdade ameace desmoronar todas as nossas crenças sobre quem somos e quem queríamos ser. Dizer isso é admitir que, no futuro, teremos que prestar contas, não apenas nossos líderes, mas nós mesmos. No entanto, o custo de se recusar a enxergar é ainda maior.

Para os israelenses da minha geração, a palavra "genocídio" ainda era um pesadelo de outro planeta. Uma palavra que associávamos às fotografias de nossos avós e ao fantasma dos guetos europeus, mas não aos nossos próprios bairros. Éramos nós que, à distância, nos perguntávamos sobre os outros: como as pessoas comuns puderam seguir com suas vidas enquanto algo assim acontecia? Como puderam permitir que acontecesse? O que eu teria feito no lugar delas?

Em uma reviravolta grotesca da história, a pergunta agora se voltou para nós.

Há quase dois anos, ouvimos as autoridades israelenses, tanto políticos quanto generais, dizendo em voz alta o que pretendiam fazer: matar de fome, arrasar e apagar Gaza. "Nós os eliminaremos". "Tornaremos o local inabitável". "Cortaremos o fornecimento de alimentos, água e eletricidade". Não foram lapsos, mas um plano. E o Exército israelense o executou. A definição de genocídio é exatamente essa: atacar deliberadamente uma população, não pelo que são como indivíduos, mas por pertencerem a um grupo, um ataque destinado a destruir o próprio grupo.

Quando a realidade te atinge

Para sobreviver ao horror, contamos a nós mesmos outras histórias. Histórias que mantêm a culpa e a dor à distância. Nos convencemos de que todas as crianças em Gaza são do Hamas e de que todos os apartamentos são células terroristas. Sem perceber, nos tornamos aquelas "pessoas comuns" que continuam vivendo suas vidas enquanto "aquilo" está acontecendo.

Lembro da primeira vez que a verdade sobre o que estava acontecendo me atingiu. Dois meses depois do que eu ainda chamava de "guerra", três dos meus colegas palestinos da B'Tselem ficaram presos em Gaza com suas famílias. Trabalhávamos com eles há anos como defensores dos direitos humanos. Eles me falaram de parentes sepultados sob os escombros, de não poder proteger seus filhos, de um medo paralisante.

Nas tentativas frenéticas de tirá-los de Gaza, aprendi algo que ficou gravado em mim: naquele momento, um palestino vivo em Gaza podia ser "resgatado" por cerca de 20.000 shekels. O resgate de crianças custava menos. A vida era avaliada em dinheiro, por pessoa. Não estamos falando de estatísticas abstratas, mas de pessoas que eu conhecia. Foi então que entendi: as regras tinham mudado.

Desde então, o surreal se tornou rotina. Cidades reduzidas a cinzas. Bairros inteiros arrasados. Famílias forçadas a se deslocar, repetidamente. Dezenas de milhares de mortos. Fome em massa provocada, caminhões de ajuda rejeitados ou bombardeados. Pais que alimentam seus filhos com ração animal, filhos que morrem enquanto esperam a farinha chegar. Pessoas baleadas, civis desarmados mortos por se aproximarem de comboios de alimentos.

O genocídio não acontece sem uma imensa participação: uma população que o apoia, permite ou desvia o olhar. Isso é parte da sua tragédia. Quase nenhuma nação que cometeu genocídio compreendeu o que estava fazendo no momento em que o fazia. A justificativa é sempre a mesma: autodefesa, inevitabilidade, as vítimas mereceram.

Em Israel, a narrativa predominante insiste em fixar o início de tudo no massacre de civis cometido em 7 de outubro pelo Hamas no sul. Aquele dia foi um verdadeiro horror, uma explosão grotesca de crueldade humana: civis assassinados, violentados, sequestrados. Um trauma nacional generalizado que, em muitos israelenses, despertou uma profunda sensação de risco existencial.

Não começou em 7 de outubro

O que aconteceu em 7 de outubro foi uma força catalisadora do que está acontecendo, mas não a única. Um genocídio requer décadas de apartheid e de ocupação, de separação e de desumanização, de políticas projetadas para cercear nossa capacidade de empatia. Isolada do mundo, Gaza havia se tornado o ápice de tudo isso. Em nossa imaginação, seus habitantes se transformaram em abstrações, reféns perpétuos, sujeitos a bombardeios a cada poucos anos, que morriam às centenas ou aos milhares sem que tivéssemos que prestar contas por isso.

Sabíamos que mais de dois milhões de pessoas viviam sitiadas. Sabíamos do Hamas. Sabíamos dos túneis. Em retrospectiva, sabíamos de tudo. Mas de alguma forma fomos incapazes de imaginar que alguns deles poderiam encontrar uma maneira de explodir.

O que aconteceu em 7 de outubro não foi apenas uma falha militar. Foi o colapso do que imaginávamos como sociedade: a ilusão de que podíamos trancar toda a violência e desespero do outro lado de uma cerca e viver em paz do nosso lado. Esse colapso veio sob o governo mais ultradireitista da história de Israel, uma coalizão com ministros que fantasiam abertamente sobre o desaparecimento de Gaza. Foi assim que, em outubro de 2023, todas as estrelas se alinharam para o nosso pior pesadelo.

Nesta semana, a B'Tselem publicou o relatório Nosso Genocídio, elaborado em conjunto por pesquisadores palestinos e judeus de Israel. Ele é composto por duas partes. A primeira documenta como o genocídio está sendo executado: assassinatos em massa, destruição das condições materiais para a vida, colapso social e fome provocada, tudo isso incitado por líderes israelenses e amplificado pela mídia. A segunda parte explica o caminho que levou até aqui: décadas de desigualdade sistêmica, de governo militar e de políticas de separação que normalizaram a ideia de que os palestinos são descartáveis.

Para enfrentar o genocídio, o primeiro passo é entendê-lo. Para isso, nós, judeus israelenses e palestinos, tivemos que olhar juntos para a realidade a partir da perspectiva dos seres humanos que vivem nesta terra. Nossa responsabilidade histórica e política também consiste em dirigir o olhar para os perpetradores e dar testemunho em tempo real da evolução de uma sociedade até se tornar capaz de cometer um genocídio.

Reconhecer essa verdade não é fácil. Nem mesmo para nós, que documentamos a violência estatal contra os palestinos há anos. Nossas mentes resistem, rejeitam os fatos como se fossem veneno, tentam expeli-los. Mas o veneno continua lá. Ele inunda de medo e de uma incomensurável sensação de perda o corpo daqueles que vivem entre o rio e o mar, tanto palestinos quanto israelenses.

O Estado israelense está cometendo genocídio. Uma vez que se aceita isso, a pergunta que nos fizemos por toda a vida se torna urgente: o que eu teria feito, naquela época, naquele outro planeta?

Só que desta vez, a resposta não é retórica. É agora e somos nós. E só há uma resposta correta: devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para detê-lo.

Leia mais

  • ONGs israelenses quebram tabu e denunciam genocídio em Gaza
  • A ONU denuncia os obstáculos israelenses ao fluxo de ajuda para Gaza e exige entrega "maciça e urgente" de ajuda
  • A ONU tentará aproveitar a pausa nos ataques anunciada por Israel para ajudar a população faminta em Gaza
  • “Pessoas estão desmaiando de fome nas ruas”: correspondente da RFI relata crise humanitária em Gaza
  • Ajuda humanitária não chega à população de Gaza
  • Gaza, entre a fome e o cerco. Artigo de Loay Abu Alsaud
  • O que é fome?
  • Israel condena Gaza à fome: "Comemos folhas de árvores ou capim"
  • Relatório inédito do IPC expõe crise alimentar devastadora na Faixa de Gaza
  • Fome atinge 2 milhões em Gaza, segundo OMS; Netanyahu diz que vai agir por "razões diplomáticas"
  • Gaza. “Nunca tínhamos visto uma população civil passar tanta fome, de forma tão rápida e absoluta”
  • Gaza tem cada vez mais fome: “Se consigo comida, é uma vez por dia”
  • “Morre-se de fome na Faixa. Netanyahu aniquila os palestinos”
  • Gaza: contarei como são a fome e a sede infligidas por Israel. Mas o mundo observa e fica em silêncio
  • "Faltam palavras para descrever o dia a dia dos palestinos", diz ex-presidente da Médicos Sem Fronteiras
  • Gaza, Israel aprova conquista e ocupação total. Entrada de ajuda adiada
  • Gaza, 40 dias sem ajuda: “De todas as tragédias, a fome é a mais brutal”
  • Adolescente brasileiro-palestino assassinado de fome e tortura por "israel". X - Tuitadas
  • “Em Gaza estamos à beira da fome, faltam apenas mais alguns dias para evitá-la”. Entrevista com Olga Cherevko
  • A fome de Gaza. Artigo de Francesca Mannocchi
  • O general no labirinto de Gaza: “A única maneira de vencer é matá-la de fome”
  • Wesam Amer, Reitor de Comunicação da Universidade de Gaza: “A mídia ocidental adotou a narrativa israelense”
  • “O mundo assiste a um genocídio ao vivo em Gaza”, diz Anistia Internacional
  • Israel mata 100 em Gaza nas últimas 48 horas
  • Israel e a água: uma arma de guerra e uma ferramenta de colonização na Palestina
  • A fome como instrumento de guerra: o risco de uma catástrofe global

Notícias relacionadas

  • ¿A que le teme Israel? Fortalecimiento de lazos Irán-Latinoamérica

    LER MAIS
  • Israel começa doutrina de punições e prêmios coletivos na Cisjordânia

    Dez meses depois do estouro da maior onda de violência em uma década, e a apenas 50 dias das eleições municipais palestinas [...]

    LER MAIS
  • Um livro banhado em lágrimas

    LER MAIS
  • Jornada extraordinária: indígenas isoladas retornam à floresta Amazônica

    Duas indígenas isoladas da Amazônia maranhense completaram a jornada extraordinária de volta a sua floresta, após terem sido [...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados