17 Julho 2025
Ele decidiu fazer a sua parte ao máximo. Desde que o Hamas trucidou sua mãe, Vivian Silver, uma das pacifistas mais conhecidas de Israel, no Kibutz Be'eri, Yonatan Ziegler assumiu seu legado.
A reportagem é de Lucia Capuzzi, publicada por Avvenire, 12-07-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
"O massacre de 7 de outubro não mudou aquilo em que eu acreditava. No entanto, reformulou minhas prioridades. O empenho de construir uma convivência em igualdade e liberdade com os palestinos vem em primeiro lugar. É a coisa mais urgente a fazer para dar um futuro às minhas filhas", conta o homem de 35 anos em seu apartamento em Jaffa, onde a presença das meninas está por toda parte. Para isso, Ziegler deixou seu emprego como assistente social e divide seu tempo entre o Círculo de Pais, onde entrou na diretoria, e outras organizações comprometidas com o diálogo. "Vou aonde me chamam, falo com escolas, instituições, sociedade civil... É essencial sensibilizar para que essa conscientização se traduza em diferentes escolhas eleitorais, levando a política a elaborar uma alternativa crível. Esse é o meu trabalho e o de outros. Mas não podemos fazer isso sozinhos. Precisamos do apoio da comunidade internacional. Ela também deve assumir suas responsabilidades e implementar uma política de recompensa e punição em relação a Israel".
Por um lado, enfatiza o ativista, o mundo deve enviar sinais concretos ao governo de Tel Aviv de que o "status quo" na região entre o Rio Jordão e o Mar não é aceitável. A começar pela ocupação da Cisjordânia, que já dura desde 1967. "Como? Bem, a diplomacia tem os meios para responsabilizar Israel por suas escolhas, desde sanções econômicas até pressão diplomática. Quando foi a última vez que um embaixador israelense foi convocado em decorrências das ações de seu país? Se as colônias são ilegais segundo o direito internacional, por que as relações com os bancos que as financiam não são interrompidas? Nenhuma potência ocupante abrirá mão de seus privilégios a menos que seja obrigada a pagar um preço".
Segundo o ativista, a "dissuasão" deve ser combinada com um "pacote de incentivos". "A promessa de um plano de investimento ou de acordos de cooperação política e econômica seria um bom incentivo para avançar na direção certa." Ou seja, a solução da questão palestina. "O fim do conflito com o outro povo que habita esta terra é o único estabilizador regional eficaz. Os confrontos com os houthis no Iêmen, o Hezbollah no Líbano e os aiatolás no Irã são uma consequência disso. Somente eliminando a causa poderemos acabar com eles, ou pelo menos mitigá-los. E finalmente ter paz no Oriente Médio".