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11 Junho 2025

Universalismo radical é o primeiro livro traduzido para o espanhol do filósofo Omri Boehm (1979). Neto de sobreviventes da Shoah, de nacionalidade israelense e alemã, e radicado em Nova York, onde leciona na New School for Social Research, é um intelectual de esquerda crítico à esquerda identitária e pós-colonial. Um intelectual israelense declarado besta negra pelo governo Netanyahu, após sua denúncia do que chamou de limpeza étnica contra os palestinos. Um intelectual alemão incômodo para o establishment político que marca a linha oficial sobre a memória do Holocausto. E um filósofo laico que, a partir do laicismo, segue a reflexão sobre o pensamento profético da Bíblia.

Boehm é uma das vozes mais veementes, originais, audazes e difíceis de rotular do mundo ocidental. Sua proposta para um universalismo radical se inspira em figuras carismáticas como Martin Luther King e reivindica que a dignidade humana se anteponha a qualquer outra premissa política, acima de realismos geopolíticos ou de interesses nacionais.

Conversamos por videoconferência e, na tela, vejo um escritório iluminado e organizado em Nova York, uma decoração burguesa que contrasta com a contundência e a complexidade discursiva de quem é considerado um pensador radical. O que vem a seguir é um resumo muito conciso dessa conversa apaixonante, acompanhada pela tradução simultânea de Emma Soler Caamaño.

A entrevista é de Sergio del Molino, publicada por Ethic, 06-06-2025. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

O que é o universalismo e como podemos manifestá-lo na esfera política, nesta época de nacionalismos?

A questão que coloco é: de uma perspectiva racional, podemos sustentar que os humanos, só pelo fato de ser humanos, têm uma dignidade absoluta? Muitos filósofos e pensadores acreditam que sim, mas ignoram os problemas que este delineamento acarreta. É fácil sermos universalistas, quando não enfrentamos dilemas reais. O universalismo funciona quando os refugiados não batem às portas, por exemplo. Quando alguns cidadãos de um país têm direitos e os estrangeiros que chegam, não, o universalismo é um desafio.

É fácil sermos universalistas quando estamos confortáveis dentro dos limites dos tabus políticos e sociais. Isto acontece porque a questão da humanidade não é considerada a partir de uma mentalidade pós-metafísica, mas, sim, como um conjunto do que Nietzsche chamava de “animais inteligentes” (ou seja, de uma perspectiva biológica) ou como uma construção histórica e nacional. O conceito de humanidade deve ser abstrato para que o universalismo funcione. Esta é a questão que busco problematizar no livro.

Para isso, você recorre a três textos: “O que é Esclarecimento?”, de Kant, a passagem bíblica da amarração ou sacrifício de Abraão e a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Um texto filosófico, um religioso e um político. Como filosofia, religião e política se relacionam em seu pensamento e na construção desse conceito de humanidade?

No meu livro, há um capítulo intitulado “A verdade como inimiga do povo ou a primazia da filosofia sobre a democracia”. Alguns leitores se irritaram com este título, que é uma inversão de um texto célebre de Richard Rorty, “A prioridade da democracia sobre a filosofia”. Se somos universalistas, a filosofia deve ter prioridade sobre a religião, onde a verdade é subjetiva porque depende da fé. A política, por sua parte, não se relaciona com a verdade, mas, sim, regula o poder mediante a verdade e a justiça. Como a filosofia deve superar a religião em sua autoridade sobre a verdade, e dado que a verdade e a justiça precisam regular o poder político, e aquelas são matérias filosóficas, a filosofia deve primar sobre a religião e a política.

Para os leitores e pensadores mais seculares, não há nada de polêmico em antepor a filosofia à religião, mas é muito controverso dizer que a filosofia prima sobre a política. A filosofia tem sido tratada como se fosse religião pelos pensadores liberais modernos, que a consideram tão privada e irrelevante para a esfera pública quanto esta.

Fala-se muito da verdade e a justiça, mas o pensamento liberal contemporâneo se opõe à introdução da verdade na esfera pública porque a considera uma questão privada, que cada um tem a sua verdade. Quando se fala de pós-verdade, referem-se a uma verdade factual; não estão interessados na verdade no sentido filosófico. Mas, para a filosofia, existe uma verdade que deveria inspirar as leis. Refiro-me a conceitos como dignidade humana, igualdade etc. O problema está em como essa noção de dignidade se concretiza. Como se manifesta na prática?

Seguindo uma tradição exegética, você interpreta o episódio bíblico do sacrifício de Abraão como uma forma de desobediência a Deus. Nessa tradição religiosa, funda-se uma espécie de direito a desobedecer à lei quando é contrária à humanidade ou à dignidade. Isso é interessantíssimo e uma parte crucial do seu livro.

Muito obrigado. A história do sacrifício de Isaac, pelo menos como a interpretei, nos ensina que o monoteísmo já entendeu o que eu tentava explicar antes: que não há qualquer autoridade absoluta, exceto a justiça. Atribuímos a Kant a descoberta de que a justiça é a única autoridade absoluta, mas os profetas judeus já entendiam que o monoteísmo não consiste em dizer que existe um Deus, mas em dizer que existe um Deus e que a justiça está acima dele. Por isso, o universalismo exige desobediência. De fato, o universalismo se expressa melhor na desobediência.

Se isso serve para Deus, também serve para o Estado. É assim que o universalismo se converte em uma doutrina radical. Não é, como muitas pessoas de esquerda acreditam, uma doutrina moderada apoiada pelos bons liberais de centro. Na verdade, pode até ser uma forma de anarquismo que aceita a existência da lei porque é a única forma de preservar a dignidade humana. Mas quando é injusta, o dever de um universalista é desobedecê-la.

O problema que observo é que a desobediência é apresentada como uma questão individual, o que anula ou dificulta enormemente uma ação política coletiva. Eu, como indivíduo, posso desobedecer e assumir os riscos que acarreta, mas como justificar uma desobediência em massa, sem destruir os princípios do Estado de Direito? Podemos alegar que existe um senso de justiça e dignidade acima de tudo, mas estaríamos sendo subversivos contra o próprio Estado de Direito e não contra a autoridade.

Você tem razão, e isto é um problema real. Posso dar uma resposta parcial, mas não responder satisfatoriamente à pergunta toda. Segundo o imperativo categórico de Kant, tenho o dever de seguir as leis do Estado, mesmo quando as considero injustas. Mas as leis não são imperativos categóricos, e quando percebo que o Estado não é mais um instrumento para a proteção da dignidade humana, mas uma ameaça a ela, não só tenho o direito, como você disse antes, mas o dever de tomar a justiça em minhas mãos e resistir. Isto é uma decisão pessoal que se toma, citando Kierkegaard, “com temor e tremor”, e existem dois problemas associados: não está claro até que ponto se deve desobedecer, nem tampouco como traduzir essa desobediência em ação política.

Para a tradição bíblica, seria necessário recorrer aos profetas. Para a filosófica, ao conceito de indivíduo exemplar de Lessing. Não é fácil traduzir a noção de “validade exemplar”. É um termo filosófico técnico, mas se refere à quando um indivíduo assume uma responsabilidade, toma uma decisão e está disposto a aceitar a culpa.

Se essa desobediência se expressa esteticamente, produz-se um momento profético. Essa é a tradução do universalismo radical em ação política. Martin Luther King é um exemplo maravilhoso. Precisamos de um Martin Luther King? Sim. Não vejo um chegando, mas precisamos de um Martin Luther King. Embora, mesmo sem ele, após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, o mundo fez transições universalistas na proclamação de leis internacionais.

Não quero parecer ingênuo, nem alguém que romantiza as leis internacionais, mas a declaração da ONU e o estabelecimento de uma justiça internacional foram um momento transcendente na história. Foi algo profundamente novo. E a ênfase que quero dar, aqui, é à noção de novo. O que Martin Luther King fez foi novo. O que Abraão fez foi novo. E muitos compreenderam que, após a Segunda Guerra Mundial, era necessário algo exemplar, radicalmente novo: declarar que todo ser humano deve ser protegido pela comunidade internacional, não apenas por sua condição de cidadão, mas pelo mero fato de ser humano.

Isso nos leva ao discurso de Buchenwald [Em abril, Omri Boehm iria proferir um discurso na comemoração do 80º aniversário da libertação do campo de Buchenwald, mas sua presença foi cancelada de última hora devido às pressões da embaixada de Israel em Berlim, já que o governo de Netanyahu o considera um inimigo. O discurso censurado foi publicado nos principais jornais do mundo]. Naquele discurso, você aponta muitas das questões que aborda, como a parte em que fala sobre os profetas como motores de mudança revolucionários. Você também argumenta, recorrendo à tradição filosófica judaica sobre os profetas, que o oposto do esquecimento não é a memória, mas, sim, a paz. Portanto, a memória do Holocausto é um imperativo de paz. Por que um discurso assim é tão ofensivo para o governo de Israel?

É normal que o embaixador que representa um governo de direita radical se oponha a esse discurso. Este governo tem em seu gabinete pessoas, como o ministro da segurança, que apoiaram o assassinato de Yitzhak Rabin. Isto é um fato. No governo, estão sentados ultraviolentos e, em parte, terroristas que se opõem à ideia de paz. Contudo, há uma questão mais ampla acerca da situação israelense: urge propor uma alternativa à solução de dois estados. Não basta derrotar Netanyahu, porque o centro e a centro-esquerda em Israel também aceitarão a limpeza étnica em nome da defesa de Israel. É uma coisa terrível dizer isto, mas penso que é a verdade.

Os alemães mais inteligentes da esquerda, do centro e de parte da direita apoiaram meu discurso, mas algumas vozes relevantes da direita conservadora, não a radical, acreditam que dizer que a paz vem da memória é um fanatismo moral. Não querem uma ordem internacional baseada na paz, mas, sim, voltar às noções de soberania estatal.

A ideia de que temos de proteger Israel destruindo a Palestina e os palestinos é uma loucura moral. Israel não sobreviverá à destruição da Palestina. Contudo, também é importante ressaltar que, embora eu critique fortemente a mentalidade israelense e a postura alemã, a posição da esquerda pós-colonial sobre o Hamas e o 8 de outubro é muito problemática, e isto é algo que também estava em meu discurso. Alguns toleram e justificam os crimes contra os cidadãos israelenses. O verdadeiro problema, mais profundo do que “a crítica a Israel”, é um mundo dividido por suas lealdades, mas unido em sua vontade de tolerar e, inclusive, justificar os crimes contra a humanidade que seu bando comete.

Gostaria de concluir com um breve resumo da República de Haifa e de sua proposta de um Estado binacional. Esta proposta faz parte do debate político e social em Israel?

A República de Haifa é minha alternativa à solução de dois estados. Os palestinos representam 50% da população, mas as propostas mais generosas de dois estados oferecem aos palestinos 22% do território. Portanto, 50% recebem 22%. Isto não é um compromisso, mas, ao contrário, uma forma de despojar os palestinos de seus direitos: se vocês não aceitarem esse acordo, nós vamos retratá-los como opositores da paz e, por essa razão, vão perder seus direitos.

Já estamos nessa fase. Com esse pressuposto, os palestinos são elimináveis com o argumento de que não querem a paz. Diante disso, proponho uma federação binacional, e isto não é uma doutrina antissionista, mas uma proposta que pode proteger o sionismo: a aspiração judaica à autodeterminação nacional é importante, e penso que esta é a única maneira de protegê-la.

As pessoas muitas vezes se esquecem que a resolução de 1947 da Organização das Nações Unidas foi uma “partição com união”: dois estados com absoluta liberdade de movimento entre eles, uma moeda única, uma autoridade alfandegária, estradas, comunicações, tudo unido. Era algo mais parecido a uma confederação do que a dois estados. Devemos preservar este ideal em vez de dois estados.

Quantas pessoas apoiam isto em Israel? Não muitas, embora eu tenha grandes esperanças nos líderes palestino-israelenses, que não copiam os discursos de alguns dos meus colegas em Nova York, que gritam que o sionismo é genocídio e que a Palestina será livre do rio até o mar. Eu quero que a Palestina seja livre entre o rio e o mar, mas não assim.

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