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“A dimensão espacial recebeu pouca atenção na teoria econômica, o que tem consequências ecológicas”. As cesuras técnico-científico-informacionais

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07 Junho 2025

“A dimensão espacial recebeu pouca atenção na teoria econômica”, indica Guilherme Tenher Rodrigues, do que resulta um “problema metodológico na economia: a necessidade de uma análise espacial”, pois “o espaço geográfico e o meio técnico-científico-informacional são elementos fundamentais para explicar, por meio da técnica e do trabalho, a manutenção da dupla fratura da modernidade ao longo do tempo”. Esta ausência da noção de espaço tem claras consequências para os graves impactos socioambientais.

A reflexão do Guilherme se deu no âmbito da série de debates [on-line] Tecnologia e Ecologia: rupturas e imbricações, promovida pelo Cepat, em parceria com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU e o Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá – UEM. A análise do dia 17 de maio de 2025 se circunscreveu em torno do seguinte tema: Paradigma tecnocrático: a economia de costas para a ecologia.

Guilherme Tenher Rodrigues é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia – POSGEA, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, na área de Análise Territorial. Graduado em Ciências Econômicas na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Atualmente, integra a equipe do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, parceiro estratégico do Cepat.

Série de debates 'Tecnologia e Ecologia: rupturas e imbricações', com o tema 'Paradigma tecnocrático: a economia de costas para a ecologia'

Guilherme começa dizendo que sua reflexão reunirá “características tanto estruturais quanto mais superficiais ou emergenciais do nosso tempo”. Para caracterizar o período que vivemos, elenca quatro pontos. O primeiro ponto consiste na “intensificação de características da modernidade” que chamará de “ultramoderno”, que surge como uma “resposta reacionária ao esgotamento da sociedade de mercado”, marcada por “um mundo em que os recursos se tornam escassos”.

Segundo ponto: o tempo presente é de “recrudescimento”, no qual “a violência é utilizada como vetor de acumulação de capital e de controle territorial, mas também de “fechamento psicosférico e tecnosférico”, que se manifesta através da “escassez – ou do afunilamento – das possibilidades de escolha quanto ao imaginário político e às formas de conceber e organizar a materialidade”.

Terceiro ponto: esse fechamento caracteriza-se pelo “ressentimento e pela erosão social” e pelo “culto à tecnologia”, o que se manifesta na dominância das Big Techs.

O quarto ponto tem a ver com a ciência econômica. Guilherme define a economia “como um conjunto de técnicas de dominação socioambiental que operam em diferentes dimensões da vida”, passando a destacar sua atuação no âmbito do “espaço geográfico”.
Guilherme se propõe a detalhar estes pontos a partir da “técnica e suas cesuras”. Considera a técnica “como um meio entre o humano e o mundo” e as cesuras como “uma ruptura nos sistemas tecnológicos capaz de alterar a cognição, as narrativas, a sociabilidade, a materialidade, os lugares e as normas”. E passa a descrever três cesuras: a modernidade, a revolução industrial e o paradigma da inteligência artificial.

Primeira cesura: a dupla fratura da modernidade

Com o auxílio do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss e do engenheiro ambiental e filósofo martinicano Malcom Ferdinand, o Guilherme indica que a Modernidade traz “uma dupla fratura: uma ambiental – entre Cultura e Natureza – e outra colonial – envolvendo racismo, eugenia e hierarquização entre os povos”.

Essas fraturas, na percepção de Guilherme, apontam para um “problema metodológico na economia: a necessidade de uma análise espacial”, pois acredita que “o espaço geográfico e o meio técnico-científico-informacional são elementos fundamentais para explicar, por meio da técnica e do trabalho, a manutenção da dupla fratura da modernidade ao longo do tempo”.

Partindo da constatação de que “a dimensão espacial recebeu pouca atenção na teoria econômica”, Guilherme, recorrendo ao geógrafo brasileiro Milton Santos, introduz a noção de espaço geográfico que “pode servir de inspiração para análises econômicas mais sensíveis aos movimentos do capital na organização territorial”.

Milton Santos, ao buscar entender a natureza do espaço, o faz a partir de três perspectivas. Primeiramente, o espaço deve ser lido compreendendo “as relações sociais” e a “configuração territorial composta por complexos naturais e acréscimos humanos”; em segundo lugar, a “relação entre fixos e fluxos e de como esses auxiliam ou impedem o processo de acumulação de riquezas”; finalmente, “o espaço geográfico é um sistema de objetos e um sistema de ações em um conjunto de relações indissociáveis, contraditórias e solidárias”.

Milton Santos já constatara que “a conjugação entre técnica e ciência beneficiou desproporcionalmente a produção global de bens e serviços, por meio da rapidez e da dimensão da difusão (mercado global), da ubiquidade e aceleração do progresso tecnológico, bem como de sua indiferença às especificidades territoriais”.

Por isso, “a tensão entre a globalização” e “a especificidade do tecido socioambiental das diferentes localidades do planeta” exige que “a análise recaia sobre os territórios e seus usos”. A “globalização perversa” (M. Santos), aquela que fragmenta os territórios, cria desigualdades e enfraquece as solidariedades locais, “opera como uma fábula por meio da ideologia neoliberal e da ‘democracia de mercado’, as quais priorizam interesses consumistas, egoístas e competitivos”.

Série de debates 'Tecnologia e Ecologia: rupturas e imbricações',com o tema 'Paradigma tecnocrático: a economia de costas para a ecologia'

“O ingresso das ideologias neoliberais nos territórios é também um produto do nosso meio técnico-científico-informacional”, avança Guilherme, pois, de acordo com o geógrafo brasileiro “vivemos uma época em que o superestrutural se adianta ao estrutural, não somente para preparar o seu advento, mas também para determinar-lhe os contornos”.

A globalização é responsável pela “unicidade das técnicas e pela conversão dos tempos de produção”, o que incide diretamente sobre a divisão do trabalho, entendida não mais como um “elemento essencialmente social”, mas como “um problema territorial, pois permeia sistemas de poder de múltiplas naturezas, responsáveis por ditar os usos do território”.

“A unificação, ou a unicidade, das técnicas e dos trabalhos é também uma forma de analisar o processo colonial”, observa Guilherme. Mas também incide sobre “o processo de escolha”. Assim, a globalização hoje “pode ser interpretada como o movimento de unicidade do tempo, da unicidade da técnica e da unicidade do motor da vida econômica e social”.

Segunda cesura: industrialização, realismo capitalista e a grande aceleração

Na dinâmica da unificação do mundo, o capitalismo apresenta-se como uma “ordem natural”, inquestionável, contra o que se insurgira Karl Polanyi e, mais recentemente, Mark Fisher, que cunhou o termo “realismo capitalista”.

O afunilamento das escolhas técnicas, prossegue Guilherme, “permite-nos ampliar o olhar e entender também esse movimento de ‘fechamento’ nos horizontes político, moral, cultural e cosmológico e imaginativo da sociedade ocidental”. É nesse “fechamento da escolha”, admite, “que a sociedade ingressa na chamada Grande Aceleração”, ou seja, este “processo de intensificação do desenvolvimento social e econômico em escala global, responsável por uma crescente escassez de recursos naturais e pela grave depleção ambiental”.

O recurso às “máquinas e seus arranjos na produção e na organização da vida social como um todo” torna-se decisivo, especialmente no contexto industrial. O conceito de “capital transversal”, de Hilan Bensusan, aprofunda e amplia a relação com as máquinas. Este pensador, entende o capital como sendo “um agente desterritorializante que atravessa domínios diversos”. O capital não é, portanto, “apenas um sistema econômico, mas um operador que desmancha significados, dissolve formas sociais existentes (como terras comunais, saberes locais, relações de vizinhança, práticas coletivas) e, em seguida, reterritorializa esses fluxos de maneira funcional à sua lógica de acumulação e expansão”.

O trato dos humanos com as máquinas cria aquilo que o mesmo Bensusan chama de “infância das máquinas”, ou seja, todo o cuidado investido nas máquinas para nutri-las, educá-las, instruí-las, como se se tratasse de “filhos ou descendentes”.

Recorrendo ao filósofo francês da técnica Gilbert Simondon, Guilherme salienta que “a substituição das máquinas termodinâmicas pelas máquinas informacionais marca o deslocamento do humano do centro da produção”, o que leva à automação e à consequente problemática do desemprego.

O resultado de tudo isso é, segundo Guilherme, “um otimismo tecnológico (transumanismo) e, simultaneamente, e um pessimismo cultural (falta de sentido, propósito; colapso das democracias e da política).

Terceira cesura: infosfera, Big Techs – lógica oligopolista

“O campo entre o otimismo tecnológico e o pessimismo cultural é inescapavelmente articulado pelas grandes companhias de tecnologia (as Big Techs) e suas plataformas globais de comunicação, que por sua vez se estruturam por meio de oligopólios”, observa Guilherme. Neste ambiente, “a propriedade, sistematização, manipulação e criação de dados e informações são cruciais”, assevera.

Para Guilherme, “é importante, especialmente pelas lentes da geografia e da economia, analisar a estrutura de mercado e de poder das grandes companhias de tecnologia”.

“A infosfera, como esta nova ‘topia’ do século XXI, é um espaço primordialmente público, mas que foi intensa e rapidamente apropriado pelas Big Techs através das plataformas”, cenário que, economistas como Cédric Durand e Yanis Varoufakis chamam de “tecnofeudalismo”, ou seja, um novo regime de dependência e exploração em que os mercados e o lucro são substituídos pelas plataformas de comércio digital e pela renda das nuvens.

Na dianteira deste meio técnico-científico-informacional estariam, segundo Naomi Klein e Astra Taylor, citadas por Guilherme, os “tecnobilionários”. Para elas, “esses indivíduos, ao restaurar e renomear antigas ambições e privilégios imperiais, sonham em influenciar governos para que permitam paraísos hipercapitalistas em suas nações. Esses paraísos, sob seu controle exclusivo, ficariam livres da democracia, protegidos por mercenários privados, atendidos por robôs de inteligência artificial e financiados por criptomoedas”.

Este arcabouço está eivado de “ideologias que moldam as ideias e ações do CEOs do mundo da inteligência artificial”. Para caracterizar este universo ideológico, Guilherme recorre ao acrônimo TESCREAL, criado pelo filósofo Émile Torres e pelo cientista da computação Timnit Gebru. TESCREAL reúne Transumanismo, Extropianismo, Singularitarianismo, Cosmismo, Racionalismo, Altruísmo Eficaz e Longo-prazismo.

Em seu conjunto, essas ideologias “elevam ao máximo os desejos de fechamento, unicidade, uniformização e até de eugenia, contaminando a cultura com o retorno de uma lógica política restrita a poucos, uma lógica de hordas e hierarquias incontestáveis”.

Concluindo suas reflexões e retomando o início de sua fala, Guilherme observa que “nossos tempos são marcados por um recrudescimento de características constitutivas da modernidade – como cisão, violência, controle e unicidade técnica –, mas também por uma articulação do seu oposto, isto é, das lógicas ‘pós-modernas’, que atuam no campo simbólico e cultural a favor ou não de projetos extremistas e reacionários/conservadores”.

Afirma não ter respostas para essas grandes questões, mas aponta para muitos movimentos que buscam escapar a essa lógica de dominação simbólica e material. O que eles têm em comum é o “retorno do território”. E elenca algumas dessas alternativas: “Economia Donut de Kate Raworth; economia circular, agroecologia, bancos e moedas sociais, saberes ancestrais indígenas; localidade, circularidade, regeneração, ciclicidade; decrescimento; convivialidade; cuidado; autonomia territorial; escalas de trabalho humanamente aceitáveis; renda básica universal; política dos comuns; entre outros”.

Disponibilizamos abaixo a íntegra da exposição e do debate.

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