05 Junho 2025
A informação é publicada por Religión Digital, 04-06-2025.
Entre as primeiras visitas que o Papa Leão XIV fez depois de ser eleito como novo Pontífice sucessor de São Pedro em 08-05-2025, destacou-se a que fez à Basílica da Mãe do Bom Conselho, na localidade de Genazzano, periferia de Roma, administrada pelos agostinianos, dos quais dizia ser devoto.
Mas você sabia que os membros da Ordem de Santo Agostinho, à qual o Santo Padre pertence, têm pelo menos nove virgens e santos aos quais são devotos, algumas das quais você pode encontrar imagens nas paróquias e igrejas que eles administram?
O Irmão Marco Antonio Luna Medrano, provincial da Província de San Nicolás de Tolentino, em Michoacán, México, mencionou o que considerou as devoções e os santos marianos mais significativos para os agostinianos e seus devotos. Saiba mais sobre eles!
Nossa Senhora do Bom Conselho é uma das devoções marianas mais veneradas pela Ordem de Santo Agostinho. Segundo a tradição, esta imagem está associada a duas localidades geográficas: Scutari, na fronteira norte da Albânia, e Genazzano, na Itália.
Foto: Wikimedia Commons
Segundo a lenda, a Senhora de Scutari, ou Senhora dos Albaneses, é um afresco que saiu espontaneamente do templo onde estava localizado quando a Albânia foi invadida pelos turcos e chegou à cidade medieval de Genazzano, onde é guardado pelos frades agostinianos na Basílica Santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho.
A devoção à Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da Consolação é universal e tem uma longa tradição na ordem agostiniana, que completa o título mariano falando de Nossa Senhora da Consolação e Correa, em que a correa se refere ao hábito agostiniano.
Ela é venerada como a Mãe da Consolação, porque por meio dela "Deus enviou ao mundo o Consolador", Cristo Jesus. Sua participação nas dores da Paixão de seu Filho e na alegria de sua Ressurreição lhe permite consolar seus filhos em qualquer aflição que possam encontrar.
O nome Consolação evoca a proximidade com os aflitos, a força para compartilhar a dor do outro e a companhia para dissipar a tristeza da solidão. Assim, Maria, elevada ao céu, "brilha diante do povo de Deus peregrino como sinal de esperança segura e consolação" (LG, 69).
Foto: Agostinianos do Peru | Facebook
A imagem de Nossa Senhora do Socorro é uma das mais antigas entre as veneradas na Ordem de Santo Agostinho, existindo de fato dados que datam dos anos de 1300 e 1306.
O início da devoção e da divulgação de Nossa Senhora do Socorro é atribuído ao Beato Nicolau Bruno de Messina, prior do convento agostiniano de Palermo, na ilha da Sicília. Devoto fiel de Nossa Senhora, ele sempre recorria a ela, recebendo sinais claros de sua intercessão e auxílio.
É uma devoção mariana que apresenta a Virgem Maria como aquela que intercede e ajuda nos momentos de necessidade, por isso ela é venerada por sua capacidade de ajudar em situações difíceis e inúmeros milagres são atribuídos a ela.
Segundo a tradição, uma mãe de Palermo, atormentada pelo choro de seu filho pequeno, num momento de desespero, disse: "Que o diabo te leve". Naquele momento, o diabo apareceu para levar a criança, e então a mãe, em luto, invocou a Virgem Maria e exclamou: "Santa Virgem, minha Mãe, ajuda-me". A Virgem Maria veio e expulsou o diabo, salvando a criança.
Foto: Wikimedia Commons
Nossa Senhora das Graças tem sua origem na saudação que o anjo Gabriel dirigiu à Virgem Maria em Nazaré: "Alegra-te, agraciada, agraciada, o Senhor está contigo" (Lucas 1,28). Para os cristãos, este título ressalta a preferência de Deus por Maria, mãe do mediador Jesus, mas também mãe do autor e dispensador da graça.
A origem da devoção à Imagem da Santíssima Virgem da Graça remonta ao fim do século XIII, quando, após a reconquista de Carmona, na Espanha, segundo a lenda, um pastor descobriu a imagem em uma caverna escondida, há pelo menos 400 a 500 anos, para que não caísse nas mãos dos muçulmanos.
O pároco notificou o clero e a imagem foi levada em procissão até a cidade, mas na manhã seguinte ela apareceu milagrosamente na caverna onde foi encontrada, o que foi interpretado como um desejo da Virgem de permanecer naquele lugar, e decidiu-se construir ali uma ermida.
Foto: Agostinianos do Peru | Facebook
Santo Agostinho de Hipona encabeça a lista dos 36 Doutores da Igreja pela relevância de sua obra, que transcendeu os séculos. Seus escritos continuam a ser lidos e estudados em universidades do mundo todo, independentemente de o leitor ser crente ou não.
Ele representa o ápice de todos os esforços para reconciliar fé e razão, e sua vida destaca sua luta contra as heresias dos maniqueus, dos donatistas e do pelagianismo, mas também abordou outros temas de interesse, como o tempo, a eternidade e sua medição.
Ele é venerado pela Igreja Católica, pela Igreja Ortodoxa, pela Igreja Oriental, pela Igreja Luterana e pela Igreja Anglicana. Seu título de Doutor da Igreja foi-lhe conferido em 19-09-1295 pelo Papa Bonifácio VIII.
Foto: Wikimedia Commons
Mãe de Santo Agostinho, Santa Mônica nasceu em Tagasta, na atual Argel, em uma família cristã. Ela era uma mulher piedosa que se casou com um pagão, Patrício, que também a tratava mal. No entanto, com sabedoria, prudência e oração, ela conseguiu convertê-lo ao cristianismo um ano antes de sua morte, em 371.
Com o marido, ela teve três filhos: Agostinho, Navígio e Perpétua. Santa Mônica sofreu muito por causa de Agostinho, que tinha uma concubina e se juntou à seita maniqueísta, afastando-se do cristianismo que sua mãe lhe incutira. Mônica orou incessantemente por sua conversão, e por anos Agostinho foi uma ovelha perdida, mas Santa Mônica nunca parou de orar por seu bem-estar. Finalmente, após muito discernimento e ouvindo os apelos de sua mãe, Agostinho retornou ao cristianismo.
Santa Mônica de Hipona é considerada a padroeira das mães e esposas, e é uma das santas mais veneradas e exemplares da Igreja Católica e Ortodoxa.
Foto: Wikimedia Commons
É considerado o primeiro santo da Ordem de Santo Agostinho, embora tenha nascido em Sant'Angelo in Pontano (Itália), e seu nome esteja ligado à cidade de Tolentino, onde viveu por trinta anos. Não era famoso por seus escritos ou por sua ciência, mas sim por sua pregação, sua dedicação pastoral como confessor e sua atenção aos mais necessitados.
Deus realizou inúmeros milagres pela intercessão de São Nicolau de Tolentino durante sua vida e após sua morte; ele é considerado o protetor das almas do purgatório e o padroeiro da peste, dos incêndios e da gagueira.
Dizem que, quando sua saúde piorava, alguém lhe perguntou por que estava tão feliz e alegre, ao que ele respondeu: "Porque meu Deus e Senhor Jesus Cristo, acompanhado de sua Santa Mãe e meu Santo Padre Agostinho, me diz: Vem! Bom e fiel servo, entra na alegria do teu Senhor".
Foto: Wikimedia Commons
Santa Rita de Cássia é uma das mulheres mais amadas pelos fiéis da Igreja Católica, sendo considerada uma advogada em casos difíceis e desesperados, bem como em problemas conjugais. Foi esposa e mãe, depois viúva e, finalmente, freira, que carregava um dos estigmas da Paixão de Cristo: um espinho na testa.
Aos 16 anos, casou-se com Fernando Manzini, um homem violento que a abusava, e tiveram dois filhos. Santa Rita rezou pela conversão do marido e obteve sucesso, mas, a essa altura, ele já havia conquistado muitos inimigos, por isso foi assassinado.
A santa perdoou os assassinos do marido, mas descobriu com pesar que seus filhos planejavam vingança. Sem hesitar, disse a Deus que preferia vê-los mortos a manchados com o sangue assassino. Ambas as crianças adoeceram e morreram muito jovens.
Viúva e sem filhos, Santa Rita ingressou no mosteiro agostiniano de Santa Maria Madalena de Cássia, onde viveu por quarenta anos servindo fielmente a Deus e à comunidade com requintada dedicação e generosidade.
Foto: Wikimedia Commons
Para a Ordem de Santo Agostinho no México, um caso excepcional é o do mártir e beato Elías del Socorro Nieves, um padre agostiniano que, durante o auge da perseguição crisã, foi preso por exercer secretamente seu ofício sacerdotal e fuzilado por ódio ao sacerdócio. Ele foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 12-10-1997.
Foi ordenado sacerdote em 09-04-1916, aos 33 anos. Depois de servir em Yuriria, Guanajuato; Aguascalientes; Maravatio; e Pinícuaro, Michoacán, onde deixou boas lembranças; foi destinado à comunidade de Cañada de Caracheo, em Michoacán.
O Padre Nieves não obedeceu à ordem do governo federal de se concentrar na capital do país, porque isso significaria abandonar seu rebanho e ele não estava disposto a deixá-los em momentos de dificuldade, então decidiu ficar e viveu por 14 meses como refugiado em uma caverna, onde seus fiéis vinham para rezar, participar da Eucaristia e receber os Sacramentos.
Ele foi detido pelas forças federais em 07-03-1928 e, em 10 de março daquele ano, as forças federais o levaram para um lugar chamado "El Llano", onde o colocaram em frente a uma algaroba — uma árvore nativa do deserto e semideserto mexicano. O Padre Elías rezou, entregou seu casaco aos soldados e pediu que se ajoelhassem para receber sua bênção. Ele foi assassinado aos 45 anos e morreu abençoando os soldados que se preparavam para executá-lo, oferecendo seu perdão e seus poucos bens ao seu próprio carrasco.
Foto: Wikimedia Commons