28 Mai 2025
Eliminar o "católico" do nome: essa decisão da Federação Suíça de Mulheres causou grande repercussão. As duas grandes associações católicas de mulheres na Alemanha conseguem compreender a decisão – e enfrentam desafios semelhantes.
A informação é de Christoph Brüwer, publicado por Katolish, 27-05-2025.
Nada menos que uma “decisão de nome com visão de futuro” foi tomada por cerca de 160 mulheres, segundo elas próprias, com maioria esmagadora neste fim de semana: a “Federação Suíça de Mulheres Católicas” (SKF) passará a se chamar apenas “Federação de Mulheres da Suíça”. Segundo relatos, 153 delegadas votaram a favor da mudança de nome, apenas 5 contra. Uma decisão pioneira – que partiu da própria diretoria da federação.
O nome anterior era considerado muito pesado, e a sigla SKF não era compreendida, explicou a nova copresidente da federação, Katharina Jost, durante a assembleia, conforme o jornal Pfarrblatt de Berna. O termo “católico” tem uma conotação negativa e, segundo Jost, é associado por 80% da população ao clericalismo e aos abusos. “Não conseguimos transmitir uma imagem positiva de ‘católico’ para fora. Acreditamos que Jesus Cristo diria: Não é pelo nome que vocês os reconhecerão, mas pelas ações.”
Entre as grandes associações de mulheres na Alemanha, a mudança de nome da federação suíça encontra compreensão. A Federação Alemã de Mulheres Católicas (KDFB) vê a decisão como uma “escolha estratégica compreensível”: “A SKF atua em um contexto estrutural e social diferente do nosso”, explicou uma porta-voz do KDFB ao site katholisch.de. Por exemplo, grupos de mulheres evangélicas também fazem parte da federação suíça. “A mudança de nome reflete a abertura e diversidade da federação. Ao mesmo tempo, a SKF continua sendo explicitamente parte do movimento católico.” Isso fica evidente especialmente no engajamento e no novo lema. Também a vice-presidente da Comunidade de Mulheres Católicas da Alemanha (kfd), Agnes Wuckelt, destacou ao katholisch.de que a federação suíça continua sendo católica – “mas católica de uma forma ‘diferente’”.
De fato, as mulheres na Suíça votaram a favor de adotar, junto com o novo nome, o slogan “Surpreendentemente católica de outro modo”. O termo “católico” desperta diferentes associações na sociedade, destacou a SKF em um comunicado à imprensa após a assembleia das delegadas. “A Federação de Mulheres da Suíça assume conscientemente posições autônomas, que podem divergir das da Igreja institucional, contribuindo assim para uma imagem diversificada da comunidade católica nos meios de comunicação e na sociedade.”
Agnes Wuckelt também vê essa tarefa de autodefinição como necessária. “É verdade: diante da crise de credibilidade (não apenas) da Igreja Católica, surge a questão sobre a identidade de uma associação feminina dentro da Igreja”, afirmou a vice-presidente da kfd. Também no contexto dos processos sinodais na Igreja, é necessário perguntar novamente o que significa “ser católica” e como esse sentido pode ser reformulado. “Resta saber como esse ‘católica de outro modo’ será preenchido de conteúdo”, diz Wuckelt.
O que a mudança de nome da federação suíça significa para as duas grandes associações católicas de mulheres na Alemanha? Uma mudança semelhante seria imaginável para elas? KDFB e kfd negam. “Em nível nacional, isso não está em pauta”, enfatiza Wuckelt. Mas mesmo na kfd, a pergunta sobre o significado do termo “católica” é feita, ainda que de forma implícita – tanto dentro da associação quanto em relação à imagem pública. “A experiência mostra que uma associação de mulheres que se diz católica parece pouco atraente para potenciais novas integrantes: uma associação católica pode realmente representar uma visão contemporânea da mulher?”
Na associação irmã, o processo é semelhante: segundo uma porta-voz da KDFB ao katholisch.de, nas diferentes instâncias da federação se mantém um “ajuste contínuo entre os objetivos, visões e princípios formulados e a realidade vivida na associação”. Nesse contexto, também se reflete sobre o que significa “católica” no nome da entidade. “A retirada do termo ‘católica’ do nome, no entanto, não está sendo considerada no momento.”
Muitas associações católicas até agora usam apenas a forma masculina em seus nomes, como “Católicos”. Isso vai mudar em breve? A discussão sobre maior justiça de gênero na linguagem está, em todo caso, a todo vapor também na Igreja. Uma associação já planeja concretamente sua mudança de nome.
Isso também tem razões práticas para o KDFB: na Alemanha, já existem várias associações que usam o nome "Frauenbund" (Federação de Mulheres), como a Federação Evangélica Alemã de Mulheres. Por isso, a palavra "católico" é importante para diferenciar. Desde a fundação em 1903, a associação carrega o "K" no nome. "Nossos valores, nosso compromisso e nossa atuação estão firmemente enraizados na tradição católica – sempre acompanhados de um debate crítico e construtivo sobre as evoluções na Igreja e na sociedade", afirmou a porta-voz.
A kfd também encontrou uma forma prática de lidar com a questão da identidade católica. A comunidade feminina segue – de modo semelhante à Federação Suíça de Mulheres – a abordagem de se apresentar em brochuras ou campanhas como “católica de outro modo”. "Queremos expressar que a kfd, justamente como uma associação de mulheres dentro desta Igreja, deseja promover mudanças – e já conquistou muito", diz Wuckelt. Além disso, a associação quer deixar claro seu fundamento – também em distinção a outras associações femininas: “um compromisso confessional com a mensagem cristã”.
No entanto, esse compromisso não se aplica apenas às católicas. O KDFB não vê a declaração clara do termo “católico” no nome como um critério exclusivo: “Independentemente disso, nossa associação também está aberta a mulheres não católicas.”