28 Mai 2025
“Podem matar todos os milhares de seres humanos que quiserem, podem ameaçar os bilhões de habitantes deste planeta que protestam contra esta barbárie, mas jamais conseguirão matar a dignidade alheia, que os genocidas covardes, muito bem armados e bajulados, nunca tiveram”, escreve Jorge Majfud, escritor uruguaio e professor da Jacksonville University, em artigo publicado por Rebelión, 24-05-2025. A tradução é do Cepat.
Quando os Estados Unidos tinham escravos algemados, apresentavam-se como um exemplo de democracia. Ainda hoje, insiste-se que nunca tiveram uma ditadura.
O apartheid da África do Sul era defendido por Ronald Reagan como um bastião da liberdade naquele continente cheio de negros propensos ao socialismo, enquanto Nelson Mandela ocupava a lista de “terroristas perigosos” de Londres e Washington.
Como é possível que Israel, outro regime de apartheid, segundo todas as organizações internacionais de Direitos Humanos e segundo muitos israelenses, seja definido como uma democracia? Um regime brutal, com licença para matar e massacrar à vontade, com todos os trilhões de dólares estrangeiros em armas e alta tecnologia, e chorando como se fosse a vítima universal.
Em que mente decente cabe que enquanto dezenas de milhares de crianças são massacradas, insista-se que estas e todas as outras que ainda sobrevivem famintas, traumatizadas e amputadas, devem morrer e, como se não bastasse, são bajulados pelos trementes líderes da direita e da esquerda mundial?
Tenho uma coleção de ameaças covardes (banimentos, marcado em listas) e nada me assusta, mas também tenho a solidariedade de inúmeros judeus decentes que não se deixam corromper por essa ideologia fanática, racista e supremacista.
Repetirei mais de mil vezes. Podem matar todos os milhares de seres humanos que quiserem, podem ameaçar os bilhões de habitantes deste planeta que protestam contra esta barbárie, mas jamais conseguirão matar a dignidade alheia, que os genocidas covardes, muito bem armados e adulados, nunca tiveram.
A história lhes reserva uma fossa séptica ao virar da esquina.