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03 Agosto 2023

“Sem dúvida, no século XIX, a diferença social entre os escravos e seus senhores, embora fosse obscena, não era tão grande quanto a que existe hoje entre os produtores (chamados homens e mulheres livres) e os senhores das corporações transnacionais”, escreve Jorge Majfud, escritor uruguaio e professor da Jacksonville University, em artigo publicado por Rebelión, 26-07-2023. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Não é que o sagrado mercado não possa pagar melhor aos trabalhadores, é que não lhe convém. Uma pessoa em estado de necessidade (preso a dívidas e à pobreza) é um escravo moderno, dócil, manipulável, funcional. Exatamente como os países endividados, os endividados pobres, não os endividados ricos.

Por que os camponeses na Colômbia, responsáveis pela produção de quase 80% do mercado mundial de cocaína, ganham 1.000 dólares por ano e apenas um quilo de cocaína é vendido por 150.000 dólares nos Estados Unidos? A resposta dogmática é uma das maiores fraudes do mundo capitalista, que se repete em outros setores, do agropecuário e industrial ao profissional: os salários respondem à “Lei da oferta e demanda”.

Se em qualquer cadeia produtiva os salários fossem ditados apenas por essa lei, os trabalhos mais duros na base da pirâmide (onde a oferta de mão de obra é menor do que em níveis mais altos) e os especialistas nas elites acadêmicas e científicas seriam, de longe, os postos mais bem remunerados.

A razão está na própria pirâmide de poder, justificada por uma infinidade de desculpas propagandísticas que emanam da microclasse no poder e que são reproduzidas em seus elos funcionais: de gerentes, subgerentes, especialistas em relações públicas, comunicadores, propagandistas, políticos, mercenários, mordomos e diaristas até mendicantes.

Tudo fossilizado em instituições (governos, congressos, meios de comunicação, escolas, universidades, igrejas, clubes, exércitos, polícias) que garantem a sacralidade da propriedade privada, como se a existência de um palácio e um barraco fossem a demonstração da universalidade desse direito.

Além da razão capitalista que sempre pressiona pela redução dos custos de baixo e a maximização dos lucros de cima, existe uma necessidade de manter os grupos marginais em estado de perpétua produção por meio da necessidade, como o endividamento e a própria pobreza.

Esse perpétuo estado de necessidade desumaniza a ponto de instruir o escravo a se tornar escravista como prêmio a seu próprio sacrifício, algo que com sorte o 1% consegue e, em seguida, ganha destaque nas capas de revistas e nas lições dos pais a seus pequenos filhos, não porque todos os pais acreditam nessa ficção histórica, mas porque devem preparar seus filhos para sobreviver em um mundo desumanizado.

Se esses trabalhadores semiescravos da Colômbia tivessem remunerações mais altas e melhores condições de vida, provavelmente, iriam se educar e migrar para outros setores da produção e serviços. A mesma ilegalidade que encarece o produto também barateia os produtores.

O mesmo acontece (só para dar mais um exemplo) com o trabalho escravo em diferentes regiões da Ásia, África e América Latina. Em muitos casos, os escravos sem salário do século XIX eram mais bem alimentados e menos envenenados do que os atuais trabalhadores africanos: das minas de cobalto do Congo às montanhas de lixos eletrônicos de Gana e Tanzânia ou os madeireiros nativos de Moçambique, com quem convivi nos anos 1990.

Sem dúvida, no século XIX, a diferença social entre os escravos e seus senhores, embora fosse obscena, não era tão grande quanto a que existe hoje entre os produtores (chamados homens e mulheres livres) e os senhores das corporações transnacionais.

Como expôs o professor britânico Siddharth Kara, em seu recente livro Cobalt Red (2023), atualmente, centenas de milhares de congoleses e dezenas de milhares de crianças são submetidos às piores formas de escravidão conhecidas para que extraiam cobalto com uma pá ou com suas mãos desprotegidas.

Por um salário de sete dólares por dia, quando têm sorte (e de dois dólares quando é um dia normal), esses homens, mulheres e crianças desenvolvem diferentes doenças pelo fato de o cobalto ser tóxico apenas pelo contato com a pele. Sem contar que esses sete dólares não permitem que uma família se alimente suficientemente, ao mesmo tempo em que o longo e doloroso trabalho impede que seus filhos frequentem a escola ou tenham uma infância digna.

O cobalto é essencial para as baterias recarregáveis de telefones, computadores e carros, em todo o mundo, e 75% dele é extraído do Congo, um país que não só tem um dos piores recordes de assassinatos imperialistas, mas também de ditaduras brutais, seguidas ao assassinato do grande Patrice Lumumba pelos belgas, em cumplicidade com a CIA, como não poderia ser de outra forma. Tudo em nome da nobre defesa do capital, da propriedade privada (dos ricos) e do progresso dos países desenvolvidos.

Atualmente, os primeiros beneficiados por essa nova violação do Congo são corporações como Apple, Tesla, Samsung e os investidores chineses que, há mais de uma década, perceberam o grande negócio. Depois, vem os consumidores globais, que em sua maioria ignoram ou preferem ignorar a existência de escravos modernos.

Os primeiros prejudicados são centenas de milhares de congoleses escravos e o ecossistema global, pois para que essa atividade mineira ocorra, foram eliminadas e continuam sendo eliminadas grandes áreas de florestas naturais, as clássicas externalidades que nunca entram na equação de qualquer negócio exitoso.

O simples fato da ilegalidade da mineração artesanal, assim como é a produção de cocaína, é irrelevante. Para efeitos dessa análise, devemos voltar a nos fazer a mesma pergunta do início: se os escravos congoleses são essenciais na cadeia de comercialização do cobalto e são essenciais no funcionamento de nosso mundo digital, por que seus salários estão abaixo das condições mínimas de sobrevivência e seus direitos abaixo dos direitos dos escravos de séculos passados?

Porque a desumanização é um negócio redondo: desumanização dos produtores e desumanização dos consumidores. E, depois, assustam-se que a Inteligência Artificial um dia chegue a se apoderar do mundo? Não é um pânico do Primeiro Mundo, assim como é a ideia de que deixarão de ser impérios parasitas? Qual é a diferença para um escravo moderno, inclusive para a classe média global, entre ser dominado pelos robôs ou continuar sendo dominado e explorado pelas elites humanas de sempre?

Será necessário voltar à mesma explicação: manter uma massa populacional em estado de necessidade é essencial para manter o poder no topo da pirâmide. De vez em quando, essa brutalidade encontra algum limite legal, produto de anos de ativismo social, mas esses limites não fazem parte da lógica que rege o mundo, ainda que sejam a razão pela qual nem todos se esquecem que existe algo chamado dignidade humana que, não por mero acaso, sempre precisa lutar contra os incomensuráveis poderes (econômicos, políticos e midiáticos) dos de acima, com a cumplicidade, a indiferença e a amnésia de muitos entre os de baixo.

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