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A viagem do papa e a guerra do cobalto que ensanguenta o Congo

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04 Fevereiro 2023

Para o Ocidente, trata-se de um metal indispensável para a transição para uma economia sustentável. Mas, na realidade, sua extração é uma das atividades mais “sujas” que existem.

A reportagem é de Federico Rampini, publicada em Corriere della Sera, 03-02-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A viagem do Papa Francisco à República Democrática do Congo nos leva à “terra do cobalto”, um metal indispensável para a nossa transição para uma economia sustentável. Ou, pelo menos, é assim que nós o descrevemos.

Em um mundo futuro onde só circularão carros elétricos – já existem prazos vinculantes nos Estados Unidos e na União Europeia – achamos que aboliremos pelo menos essa fonte de CO2. Na realidade, a extração do cobalto é uma das atividades mais “sujas” que existe.

No Congo, essa extração também ocorre de forma tão primitiva que leva à exploração, ao trabalho infantil e a abusos dos direitos humanos. A fome mundial de cobalto é um componente das guerras congolesas, trágico pano de fundo dessa viagem do Papa Francisco.

A partir das violências cotidianas das milícias locais – muitas vezes financiadas pela vizinha Ruanda –, teme-se que o conflito possa se espalhar até se tornar uma guerra em toda a região africana dos Grandes Lagos. O consumo mundial de cobalto manteve-se estável até o fim dos anos 1990, em torno de 20 quilotons (milhares de toneladas) por ano, pois era utilizado principalmente pela indústria química. Depois, em vez disso, explodiu outra utilização do cobalto, em associação com o lítio, para a produção de baterias elétricas: aquelas que usamos para os nossos laptops, os nossos celulares e aquelas cada vez maiores e mais potentes para os nossos carros elétricos ou para armazenar energia solar.

Embora representem atualmente apenas 10% das vendas mundiais de automóveis, as baterias para carros elétricos já contribuíram para fazer o consumo mundial de cobalto saltar para 140 quilotons por ano.

De acordo com uma estimativa citada por Mark Mills no Wall Street Journal, até 2026 o advento de novas fábricas de baterias para carros elétricos fará com que o limite de 200 quilotons anuais de cobalto seja superado. Três quartos de todo o cobalto do mundo vêm do Congo, uma parcela – observa Mills – que é mais do que o dobro daquela que a OPEP tem na produção de petróleo.

Esse semimonopólio anda de mãos dadas com o que a China tem no processamento do próprio cobalto: mais de 70% da matéria-prima resultante da extração é transportada para a China e lá é transformada para o uso nas baterias elétricas de lítio.

Em todos esses processos, não há nada de sustentável: tanto a extração mineral no Congo quanto o processamento na China usam energias fósseis e poluem o ambiente. É só porque essas atividades ocorrem bem longe dos nossos olhos e dos nossos pulmões que podemos continuar falando do carro elétrico associando-o a um mundo descarbonizado e com “emissões zero”.

A poluição é apenas uma parte do problema. Um livro-denúncia escrito pelo ativista Siddharth Kara (“Cobalt Red”) explica que parte da extração de cobalto no Congo ainda ocorre usando métodos “artesanais”. Esse adjetivo é um eufemismo, como explica Siddhart Kara, que conseguiu visitar algumas dessas minas: milhares de homens, mulheres, crianças menores extraem o minério à mão, usando martelo, pá e balde. Muitas vezes, trabalham em um calor infernal, dentro de nuvens de poeira e sob a supervisão de vigilantes armados.

Em uma dessas minas “artesanais”, o autor da investigação encontrou um número oficial de 10 mil empregados. Porém, no mesmo Congo, existem outras minas industrializadas, que recorrem a maquinários e dispensam a mão de obra humana das tarefas mais cansativas, nocivas à saúde e perigosas.

No entanto, não é fácil, aliás, talvez seja impossível na situação atual, distinguir a proveniência do cobalto que usamos e saber se ele foi extraído com métodos modernos ou “antigos”. A posição dominante da China nesse setor e a onipresença de empresas chinesas nas minas do Congo garantem uma transparência igual a zero.

A conclusão da investigação é angustiante, se pensarmos que, para acompanhar a difusão prevista de carros elétricos e painéis fotovoltaicos, o consumo de cobalto no mundo pode aumentar 10 vezes em poucos anos. Nós, ocidentais, não parecemos dispostos a assumir mais responsabilidades.

As descobertas de jazidas minerais em países ricos – recentemente importantes depósitos de terras raras foram identificados na Suécia – quase sempre são seguidas de mobilizações “ambientalistas” que querem bloquear toda atividade extrativa.

No entanto, na Europa, as minas oferecem muito mais proteção do que as do Congo. A visita do Papa Francisco, portanto, ocorre nesse lugar abençoado e amaldiçoado, que, graças a tesouros como cobalto, ouro, urânio, excita o apetite das milícias locais e dos países vizinhos, todos atraídos pelo saque.

Com 100 milhões de habitantes, a República Democrática do Congo é a segunda maior nação africana. Seu presidente, Félix Tshisekedi, por ocasião de seu encontro com o pontífice, acusou o mundo de cumplicidade “por meio da inação e do silêncio”. Ele disse que, “além das milícias armadas, potências estrangeiras ávidas pelas nossas riquezas minerais contribuem para cruéis atrocidades, com a cumplicidade direta e covarde da nossa vizinha Ruanda”.

As Nações Unidas contabilizaram 120 grupos armados em ação nas três províncias do Kivu do Norte, do Kivu do Sul e de Ituri. A violência já provocou a migração de 520 mil refugiados desde março. “Causa indignação – observou o Papa Francisco – saber que essas violências são alimentadas não só por forças externas, mas também internas, por interesses privados.”

A presença de 18.000 soldados da paz da ONU não impediu a intensificação dos ataques contra a população civil – incluindo estupros em massa, sequestros, massacres de meninas e meninos – a ponto de haver protestos contra a ONU e pedidos de retirada dessa “força de paz” tão ineficaz.

Ruanda é acusada de apoiar o mais agressivo dos grupos terroristas, autodenominado Movimento 23 de Março ou M23. O governo congolês acusa a Ruanda de querer se apropriar de uma parte dos seus recursos naturais. A guerra do cobalto não dá sinais de querer se aplacar.

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