28 Mai 2025
O Observatório do Clima repudia ataques misóginos dos senadores Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO) em audiência no Senado.
A nota é publicada por Observatório do Clima, 27-05-2025.
Eis a nota.
Covardia e ódio contra uma mulher. Foi o que se viu nesta terça-feira (27/5) no Senado Federal, em ato de violência política de gênero contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Os agressores são os senadores Plínio Valério (AM), líder do PSDB, e Marcos Rogério (PL-RO), que presidia a audiência pública da Comissão de Infraestrutura, em mais um capítulo da pressão pela exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
A agredida é uma mulher negra da Amazônia e ministra de Estado pela segunda vez. Em dois anos, o trabalho da equipe liderada por ela resultou numa redução de 46% do desmatamento na Amazônia em relação a 2022, segundo dados do Inpe. Marina é muito maior do que eles.
O Observatório do Clima (OC), rede com 133 organizações, repudia qualquer ato de machismo e violência política e espera que os senadores sejam punidos.
Em março, o OC já havia manifestado solidariedade à ministra após ataques criminosos do senador Plínio Valério, que disse ter vontade de enforcá-la.
As agressões desta terça-feira ocorreram seis dias após o Senado ter aprovado o maior retrocesso ambiental legislativo em quatro décadas: o Projeto de Lei 2.159/2021, que desmonta as regras do licenciamento ambiental no país.
Após a sessão sinistra no Senado, que acertadamente abandonou, a ministra e ex-senadora por 16 anos declarou: “O licenciamento ambiental é uma conquista da sociedade brasileira. Neste momento, sinceramente, só o povo brasileiro pode evitar esse desmonte que está sendo proposto. Eles pensam que estão agredindo uma pessoa. Estão agredindo um povo. O futuro de um povo. Os direitos de um povo. E até mesmo os interesses econômicos e estratégicos de um povo com esse tipo de atitude. Eu quero ver como a gente vai continuar conseguindo os mesmos resultados positivos (…) se demolirem a vértebra da proteção ambiental, que é a lei do licenciamento. Agora, o presidente da Câmara, Hugo Motta, tem a chance de dar o devido tempo para que a gente faça o debate correto.”
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