Leão XIV, primeira audiência: “Em Gaza a situação é de partir o coração, parem as hostilidades e permitam a ajuda”

Foto: Anadolu agency

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22 Mai 2025

Em sua primeira audiência, o Papa lembra Francisco um mês após sua morte. E confia a leitura do Evangelho às mulheres. Nenhuma menção a reféns israelenses

A informação é de Andrea Gualtieri publicada por La Repubblica, 21-05-2025

Leão XIV lança um novo apelo por Gaza, definindo a situação na Faixa como “cada vez mais preocupante e dolorosa”. O Papa pede para "permitir a entrada de ajuda humanitária digna e pôr fim às hostilidades, cujo preço angustiante - sublinha - é pago pelas crianças, pelos idosos e pelos doentes". Nenhuma referência, desta vez novamente, aos reféns israelenses.

Hoje marca um mês da morte do Papa Francisco. Leão XIV lembra seu “amado” predecessor “com grande gratidão”. E também é quarta-feira, dia tradicionalmente dedicado à audiência geral do Papa. Desde fevereiro, quando Bergoglio foi admitido em Gemelli, o costume foi interrompido e o texto da catequese sempre foi distribuído em forma escrita. Esta manhã, os fiéis retornaram à Praça de São Pedro para o Papa Prevost: foi um novo triunfo, com pessoas em filas de horas e controles rígidos nas entradas. Leão XIV passou pelos setores no papamóvel aberto, como fez no domingo, parando para abençoar as crianças.

O Evangelho confiado às mulheres

Quando a audiência começou, a presença feminina se destacou ao lado do Papa: eram as mulheres que anunciavam o Evangelho. A cerimônia prevê que a leitura seja feita em nove idiomas: apenas o árabe foi confiado a um homem, enquanto italiano, francês, inglês, alemão, espanhol, chinês, português e polonês tiveram figuras femininas como protagonistas. Um sinal, provavelmente, com relação aos questionamentos sobre a visão de Prevost após as aberturas de Bergoglio na valorização do papel das mulheres leigas e religiosas na Igreja.

Citação de Van Gogh

A catequese de Leão XIV também partiu da de Francisco: o Papa explicou que pretende dar continuidade ao ciclo jubilar sobre a esperança. Ele usou expressões caras ao pontífice argentino, sublinhando a “generosidade” e a “misericórdia de Deus”. Em seguida, ele explicou sua interpretação da esperança, lembrando Van Gogh e sua pintura “O Semeador ao Pôr do Sol”: “Parece-me que, por trás do semeador, Van Gogh retratou o trigo já maduro. Parece-me uma imagem de esperança: de uma forma ou de outra, a semente deu fruto. Não sabemos exatamente como, mas é assim. No centro da cena, porém, não está o semeador, que está ao lado, mas toda a pintura é dominada pela imagem do sol, talvez para nos lembrar que é Deus quem move a história, mesmo que às vezes pareça ausente ou distante”.

Pintura "O Semeador ao Pôr do Sol" de Van Gogh

Em sua saudação aos peregrinos portugueses, o pontífice voltou a se referir à paz, tema central em suas palavras desde sua eleição na Capela Sistina: “Neste mês mariano”, disse ele, “gostaria de reiterar o convite da Virgem de Fátima: rezem o terço todos os dias pela paz. Junto com Maria, pedimos que os homens não se fechem a este dom de Deus e desarmem seus corações.”

O Consistório

O Consistório público ordinário será realizado no dia 13 de junho para votar algumas causas de canonização. Em 25 de fevereiro, o Papa Francisco decidiu convocar um Consistório (sem indicar uma data) para a canonização de dois beatos: Giuseppe Gregorio Hernandez Cisneros, um médico leigo venezuelano que morreu em Caracas em 1919, e Bartolo Longo, um leigo de origem apuliana que morreu em Pompéia em 1926. Bergoglio então autorizou a beatificação de Salvo D'Acquisto, um carabiniere que em 1943 ofereceu sua vida aos nazistas, salvando 22 pessoas. Agora Leão XIV marcou a data do Consistório, sexta-feira, 13 de junho.

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