Especialista em Igreja Católica prevê que próximo papa será europeu e mais "agregador" que Francisco

Foto: CNS

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23 Abril 2025

Um primeiro papa africano, asiático ou mais um europeu, ou latino-americano? No mundo inteiro, multiplicam-se as apostas, mas ao que tudo indica, o próximo líder religioso da Igreja Católica deverá ter uma personalidade mais "agregadora" do que Francisco. Essa é a opinião do historiador francês Yves Chiron, especialista em história da Igreja contemporânea.

A reportagem é publicada por RFI, 22-04-2025. 

Um dia após a morte do papa Francisco se reforça nesta terça-feira (22) a ideia de um futuro sumo pontífice europeu e mais consensual. "Meu sentimento é que haverá uma espécie de reorientação da Igreja", afirma Chiron, em entrevista à RFI.

O conclave para eleger o sucessor do jesuíta argentino ainda não tem data marcada. Caso siga o protocolo, deve ocorrer entre 15 e 20 dias após a morte do papa, em torno de 5 a 10 de maio - um prazo que pode ser modificado de acordo com a presença e a disponibilidade dos cardeais eleitores no Vaticano.

Segundo Chiron, não se deve esperar grandes surpresas com a eleição do próximo líder religioso da Igreja Católica. "Talvez não se busque novamente um cardeal de longe, de outro continente", acredita.

O especialista em história da Igreja contemporânea lembra que o sumo pontífice foi "polêmico" sobre algumas questões, criando "insatisfações e decepções" dentro do Vaticano. Por isso, segundo ele, "talvez seja nomeado um cardeal mais central, mais agregador e unitário que o papa Francisco", reitera.

Conclave é etapa seguinte ao funeral

O funeral do papa Francisco está previsto para ocorrer no próximo sábado, às 10h pelo horário local (5h em Brasília), no Vaticano. O sepultamento se dará no mesmo dia, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.

De acordo com Chiron, apenas passada essa etapa, os 250 cardeais começarão a abordar o conclave. Entre eles, apenas 137 religiosos com menos de 80 anos estão habilitados a votar para eleger o 267° papa.

O especialista salienta que todo o processo é extremamente sigiloso e imprevisível. "A cada eleição temos uma lista de dez, quinze possíveis nomes a serem nomeados. Às vezes o processo é muito simples, quando, por exemplo, uma figura se destaca, como foi o caso de Joseph Ratzinger", lembra.

No entanto, no último conclave, em 2013, Jorge Bergoglio não fazia parte das listas de "papáveis", e sua escolha surpreendeu muitos especialistas em Igreja Católica.

Entre os favoritos atualmente, há três italianos: o número 2 do Vaticano, Pietro Parolin, 70 anos, o patriarca de Jerusalém, o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, 60 anos, e o arcebispo de Bolonha, Matteo Maria Zuppi, 69 anos, além de um francês, o arcebispo de Marselha, Jean-Marc Aveline, 66 anos.

Entre os não-europeus volta para a lista de apostas o filipino Luis Antonio Tagle, 67 anos. Há 12 anos ele foi apontado por muitos especialistas como o provável sucessor de Bento XVI.

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