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13 Março 2025

Cinco anos após a eclosão da covid-19, acervo recém-lançado resgata memórias da crise que vitimou 700 mil brasileiros – e dos crimes cometidos pelo governo Bolsonaro e agentes privados. Pesquisadores apontam o grande desafio de combater o vírus, fake news e anticiência ao mesmo tempo

A reportagem é de Luiza Caires, publicada por Jornal da USP, 12-03-2025.

Mais de 700 mil brasileiros morreram de covid-19. Fomos o terceiro país do mundo, quase empatados com os EUA em segundo, no ranking da maior taxa de mortalidade por habitante do mundo na pandemia, em uma tragédia que não pode ser atribuída de maneira simplista somente ao vírus. O número, que assombra, não é novidade – ele tem sido repetido em diversas falas, documentos e reportagens. Mesmo diante desse assombro, ainda é real a preocupação de que essas vítimas e a dor de quem sofre a falta delas sejam esquecidas na memória coletiva do País.

Para não deixar isso acontecer, setores da sociedade civil e do governo, com um papel central das universidades públicas, vêm trabalhando arduamente na tarefa – às vezes ingrata – de olhar para esse passado recente e organizar os registros. Os resultados de uma importante iniciativa neste sentido são apresentados nesta quarta (12), com o lançamento do Acervo da Pandemia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O acervo é um repositório digital focado especialmente nos outros atores, que não o vírus, responsáveis por uma mortandade que certamente seria muito menor sem a sua atuação. Aberto ao público, ele reúne um extenso conjunto de materiais que demonstram condutas e discursos, em alguns casos autoincriminatórios, de agentes públicos e privados durante a pandemia, propagando desinformação ou com posicionamentos contrários às evidências científicas.

Em 11 de março se completam cinco anos desde que a OMS declarou oficialmente a covid como uma pandemia (Foto: Fernando Crispim/La Xunga/Amazônia Real)

“Na minha percepção, este acervo dá continuidade e aperfeiçoa o trabalho de resgate da memória e da verdade que começamos com a Linha do Tempo da Estratégia Federal de Disseminação da Covid-19. Temos muito em comum, principalmente o propósito de contar o que realmente aconteceu durante a pandemia”, diz a professora Deisy Ventura, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Deisy é uma das diretoras do Centro de Pesquisas em Direito Sanitário da USP, o Cepedisa, que está entre os colaboradores do acervo organizado pelo Centro de Estudos SoU_Ciência. A Linha do Tempo de que ela fala inspirou a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal e foi citada em dezenas de iniciativas de responsabilização de agentes federais por crimes cometidos durante a pandemia.

“Entre as muitas qualidades desta equipe da Unifesp está a enorme coragem de tratar deste tema, sabendo que diversos pesquisadores brasileiros estão sendo pressionados, inclusive processados judicialmente, com a finalidade de calar suas vozes e impedir que as responsabilidades pelo que aconteceu sejam apontadas”, diz.

“Cinco anos depois, a história da covid-19 no Brasil ainda não foi contada. No dia em que existir a vontade política do Estado de reconhecer esta história, este acervo será crucial. Por isto, ele precisa ser valorizado, protegido e amplamente difundido”, defende Deisy.

A coordenadora do SoU_Ciência Soraya Smaili era reitora da Unifesp do início da pandemia até meados de 2021. “Finalizei a minha gestão em uma crise sanitária de proporções que nossas gerações nunca tinham visto. Tivemos que enfrentar, primeiro, o desconhecimento total a respeito do vírus. Mas ao mesmo tempo, como universidade federal, fomos fortemente afetados pela política do governo de não reconhecer que a covid era uma pandemia devastadora”, conta.

Alta mortalidade no Brasil também se deveu ao mau gerenciamento da crise sanitária e às dificuldades para a prevenção criadas por agentes públicos e privados (Fotomontagem Jornal da USP com imagens de: Carolina Antunes/PR; Marcelo Camargo/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil).

“Houve muitas falas, documentadas no acervo, claramente negando a pandemia, o uso de máscaras e de outras medidas preventivas, e convencendo a população a utilizar medicamentos sem eficácia. Então, ao mesmo tempo em que combatíamos a pandemia, combatíamos também essas posturas anticiência.”

Além disso, ela lembra que as universidades tiveram papel essencial nas primeiras vacinas disponíveis, e, se já eram alvo de ataques políticos antes da pandemia, sofreram ainda mais durante ela. “A Unifesp liderou e coordenou no Brasil os estudos de fase 3 da vacina Oxford, enquanto o Instituto Butantan e a USP foram responsáveis pelos estudos da Coronavac, e essas foram as vacinas que salvaram a gente naquele primeiro momento da pandemia – mesmo sem apoio do governo federal”, ressalta Soraya, destacando que a principal parte dos recursos veio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Aquele governo não apoiou a pesquisa em covid porque não acreditava – ou não queria que a população acreditasse – que estávamos em uma pandemia mortal, e que a vacina salvaria vidas. Há diversas falas do próprio Jair Bolsonaro neste sentido e o acervo mostra isso, como quando ele aparece no Jornal Nacional falando que a vacina causava aids”, lembra a ex-reitora, ao destacar que o acervo terá utilidade tanto para pesquisadores no tema quanto para a população em geral.

“Na perspectiva da saúde global, especialistas e organizações são unânimes em afirmar que teremos outras pandemias, decorrentes, principalmente, das mudanças climáticas. Então, tem um impacto enorme esse acervo para o nosso futuro, porque nós não podemos permitir que a história se repita. Isso não é aceitável.”

Pesquisa sobre a percepção da população sobre os crimes na pandemia (Fonte:Centro SoU_Ciência).

Na linha de frente contra a desinformação

O discurso e ações negacionistas do governo federal e seus partidários na pandemia foram muito mais que uma pedra no sapato de quem tentava comunicar ciência para a população. “Atrapalhou demais isso de colocar tudo em dúvida o tempo inteiro, que tem a ver com a implementação de uma política para dominar as pessoas pelo medo. E essa política continua, não parou após a pandemia.”

O depoimento é de Flávia Ferrari, bióloga integrante da rede Todos Pelas Vacinas, que teve um papel fundamental na divulgação científica no período – conseguindo inclusive a façanha de mobilizar o hiper popular movimento do K-pop a se juntar na campanha, com a mobilização do grupo Army Help The Planet (@ARMY_HTP).

Convidada a falar no lançamento do acervo, ela conta que o que mais tumultuava na desinformação sobre covid é que as fake news iam mudando o tempo todo. “Então teve hora que era chip, teve hora que era minimizar o risco real, e claro, o ataque às vacinas, que permanece até hoje. Por exemplo, a história de relacionar a vacina a infarto e trombose, sendo que já está provado que é uma questão ligada sim a consequências da própria covid, que gera problemas na coagulação.”

Quem entende muito do assunto, e se destacou internacionalmente ao ser a primeira a dar o alerta sobre esta característica doença, foi a professora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) Elnara Negri. Junto a Flávia na mesma mesa sobre Combate à desinformação e valorização da ciência, ela diz que o papel negativo de muitos médicos também não pode ser esquecido.

“Muitos médicos apoiaram essa ideia de não vacinar, por vários motivos, desde ganho pessoal até motivos ideológicos. Foi uma coisa absurda, médicos prestando um desserviço à humanidade na pandemia em vários países, não somente aqui.”

Como médica e cientista, ela sentiu diretamente os efeitos dos ataques negacionistas. “Eu tinha paciente que chegava e falava ‘eu quero que a senhora me prescreva a cloroquina’. Durante um período, naquela época, só era possível comprar com prescrição, e eu falava que não, que devolveria o dinheiro da consulta mas não ia prescrever um medicamento que não servia para nada naquela doença.”

“A cloroquina e a azitromicina combinadas, como eram dadas no ‘kit covid’, causam um tipo de arritmia cardíaca ao aumentar o que chamamos de intervalo Q-T. Ao mesmo tempo, as pessoas não eram orientadas a procurar o hospital, então muito idoso deve ter morrido de arritmia em casa, sem que saibamos”, lamenta Elnara.

Pneumologista no Hospital Sírio-Libanês, a professora ainda se viu chamada a dar satisfações ao Conselho Federal de Medicina – o mesmo CFM que se ausentou em tomar providências contra os médicos que de fato propagaram desinformação. “Quando eu comecei a divulgar o que tinha descoberto sobre a fisiopatologia da doença, fui chamada de charlatã, que queria me promover, ‘como que uma doença viral era trombótica’… E fui chamada a me retratar no CFM, quase perdi minha licença.”

Dois dias antes de sua audiência no CFM, porém, Elnara conseguiu a publicação na Science, com um grupo de pesquisadores que também relatava as mesmas coisas que ela havia percebido sobre a doença. “Então, o presidente da sessão no CFM, na época, abriu a sessão me parabenizando pelo trabalho, e tudo isso mudou um pouco o tom da história – mas ainda tive minha ética questionada”, conta.

Maioria dos brasileiros quer responsabilização

O SoU_Ciência, que reúne pesquisadores e estudantes de Unifesp, UFRJ e Fiocruz, entre outras instituições, é um centro de estudos e reflexão multidisciplinar sobre sociedade, universidade e ciência que produz análises, diagnósticos e propostas. Um dos trabalhos do centro é uma série de levantamentos de opinião pública em parceria com o Instituto Ideia. Um deles, feito em 2023, mostra o apoio da maioria da população (52%) à responsabilização dos crimes cometidos relacionados às mortes durante a pandemia.

Para Pedro Arantes e Vanessa Sígolo, “a percepção da opinião pública brasileira é dimensão decisiva para avançarmos nas ações de justiça e reparação”.

“Diante da maior tragédia de saúde pública da história do País, com inúmeros envolvidos numa rede de necropolítica, devemos também lembrar que, graças ao SUS e seus profissionais, às nossas universidades e institutos de pesquisa, a catástrofe não foi ainda maior. É preciso passar a história a limpo para que uma tragédia criminosa como essa não ocorra novamente”, escrevem os pesquisadores do SoU_Ciência.

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