06 Dezembro 2024
O comentário é de Consuelo Vélez, teóloga colombiana, publicado por Religión Digital, 12-03-2024.
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos, tetrarca da Galileia, Herodes, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e Traconites, e Lisânio, tetrarca de Abilene, eram governadores da Judeia, sob o sumo sacerdócio de Anás e Caifás. A Palavra do Senhor foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto. João percorreu toda a região do rio Jordão pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados, como está escrito no livro do profeta Isaías: uma voz clama no deserto: Preparai o caminho para o Senhor, endireitai as suas veredas. Cada ravina será aterrada, montanhas e colinas serão niveladas, os tortuosos serão endireitados e os irregulares serão nivelados e todo mortal verá a salvação de Deus (Lucas 3,1-6).
Neste segundo domingo do Advento, o evangelho de Lucas apresenta-nos a figura de João Batista que conhecemos como o profeta que fecha o ciclo dos profetas no Antigo Testamento para dar lugar ao profeta Jesus no Novo Testamento. Em primeiro lugar, o texto situa a época em que vive João Baptista, apontando as autoridades políticas e religiosas. É o tempo do imperador Tibério, de Pôncio Pilatos, de Herodes na esfera civil e de Anás e Caifás na esfera religiosa. De alguma forma, esses dados da história mostram os profetas respondendo a cada momento histórico, fazendo da sua palavra uma leitura do presente que vivem, percebendo o que os outros não veem e ajudando seus contemporâneos a interpretar o que está acontecendo.
O texto conta quem é João, o que já sabemos desde os primeiros capítulos do evangelho. Ele é filho de Zacarias e acrescenta onde realiza a sua missão: no deserto, lugar que representa o encontro com Deus, reafirmando que a sua palavra vem de Deus. João está pregando o batismo de conversão dos pecados e, como explica o texto, está cumprindo a palavra do profeta Isaías que já falava de um profeta cuja missão era preparar o caminho do Senhor com quem viria a salvação.
Aquela palavra de João hoje também se dirige a nós, e o Advento é o momento adequado para isso. A salvação vem com Jesus e as mudanças serão evidentes e radicais: os caminhos são endireitados, os desfiladeiros são preenchidos, as montanhas e colinas são aplainadas, mas tudo isto exige a nossa preparação para alcançar a sua realização. Devemos compreender a realidade que vivemos para promover as mudanças que são urgentemente necessárias. A salvação não é meramente num sentido espiritual, mas num sentido integral. Porque os corações mudam, a realidade se transforma para sempre e, na medida em que se transforma, mais corações ou mais pessoas poderão experimentar o bem e a bondade. Escutemos, então, a pregação de João e peçamos esta conversão sincera e a abertura necessária para reconhecer no Menino Jesus que vem o Salvador do mundo.
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A salvação de Deus está chegando. Comentário de Consuelo Vélez - Instituto Humanitas Unisinos - IHU