Se as guerras começam na mente (espírito) dos homens, é na mente (espírito) dos homens que as defesas da paz devem ser construídas”. Assim começa o ato de fundação da Unesco, assinado em Londres em 1945.
O comentário é de Tonio Dell’Olio, padre, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 07-10-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
Perguntamos se, neste último ano de ódio, massacres, crueldades e violências realizadas naquela fatia do mundo chamada Israel e Palestina, tudo isso ocorreu. O estopim acendido exatamente um ano atrás pelo ato terrorista do Hamas foi brutal e impiedoso. Além disso, abateu-se justamente contra uma parte da população israelense que está entre as que mais dialogam com o mundo palestino.
E a resposta foi a maior carnificina deste século, o cancelamento de fato do mapa dos territórios ocupados da Cisjordânia, os bombardeios e a invasão do Líbano, e não sabemos o que mais. Mas o que o resto do mundo fez? Como reagiu? Em que direção atuou? Como pensou em intervir para deter o massacre em curso, ou seja, a resposta desproporcional e terrorista de Israel, assim como a violência do terrorismo daquela parte podre da população palestina? Que sanções ou medidas elaborou contra os agressores? As negociações, as mediações e as ações diplomáticas foram realmente implementadas sem poupar esforços e sem reservas? Esse é o exame de consciência ao qual somos chamados hoje. Além de nos deixarmos atormentar por aquela frase de abertura da Carta da Unesco.
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