29 Agosto 2024
Pará também proibiu uso de fogo para limpeza e manejo de áreas; em Rondônia, fumaça fez Porto Velho registrar pior qualidade do ar do país.
A informação é publicada por ClimaInfo, 29-08-2024.
O “refresco” meteorológico que levou chuva ao Centro-Sul e também fez cair as temperaturas nessa área do país não chegou à Região Norte. Assim, as queimadas foram estancadas ou reduzidas em São Paulo e no Pantanal, mas continuam intensas na região amazônica, que sofre com seca extrema e calor intenso.
Os governos do Pará e de Rondônia decretaram situação de emergência. A medida é justificada pela escalada de focos de queimadas por causa do baixo indíce de chuvas nos dois estados. Além disso, o crescimento do fogo também aumenta a quantidade de fumaça emitida, com consequente piora da qualidade do ar.
No Pará, o decreto também proibiu o uso de fogo para atividades como limpeza e manejo de áreas, destaca a Folha. O decreto prevê punições penais, civis e administrativas para quem descumprir as determinações.
A princípio, a situação de emergência no Pará valerá por 180 dias, prorrogáveis por igual período. Segundo o governador Helder Barbalho, os dados de julho indicam a marca de 3,3 mil focos de queimadas no estado, crescimento de 50% em relação a igual mês de 2023, informa a Carta Capital. Em agosto, até agora já são 6.600 focos, de acordo com Barbalho, 40% a mais que em igual mês do ano passado.
Dados do BDQueimadas do INPE mostram que o Pará registrou 14.794 focos de queimadas entre 1º de janeiro e 26 de agosto. O estado ficou atrás apenas do Mato Grosso, que registrou 21.694 focos de incêndio no mesmo período.
Em Rondônia, a emergência também tem prazo de 180 dias. Com o decreto, os órgãos estaduais ficam autorizados a atuarem sob a coordenação do Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CEPCI). Cada município pode solicitar e gerir seu próprio recurso para combater as chamas, explica o g1.
Entre o dia 1º de janeiro e 26 de agosto, mais de 5,5 mil focos de incêndio foram registrados em Rondônia. A única vez em que o estado teve mais registros foi em 2019, quando mais de 6,4 mil focos foram quantificados.
Além dos incêndios, Rondônia sofre com a seca extrema. Ribeirinhos enfrentam longas jornadas para encontrar um recurso essencial: a água. Junho e julho foram os piores meses em quase 60 anos. Além disso, cidades do estado foram tomadas por fumaça. A capital, Porto Velho, liderou por semanas os piores índices de qualidade do ar do país.
A situação de emergência no Pará e em Rondônia também foi repercutida por Terra, Poder 360, O Globo, Jovem Pan, CBN, Agência Brasil, R7, ICL Notícias, Band e Rede Onda Digital.
Em tempo
A decretação de situação de emergência em municípios brasileiros por conta dos incêndios florestais quase triplicaram neste ano, em comparação a 2023. De 1º de janeiro a 26 de agosto, foram registrados 167 decretos, enquanto em igual período do ano passado foram 57 – um aumento de 290%. Os dados foram coletados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que alertou que, conforme novas informações registradas pelos municípios no sistema do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), podem sofrer alterações, destaca O Tempo.
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