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A grande questão global dos jovens africanos. Artigo de Mario Giro

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13 Agosto 2024

"O que está acontecendo com os jovens na África e, acima de tudo, por quê? ", questiona Mario Giro, professor de Relações Internacionais na Universidade para Estrangeiros de Perúgia, na Itália, em artigo publicado por Domani, 11-08-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Na Nigéria, os jovens estão contestando o governo eleito há pouco mais de um ano, mas também contestavam o anterior. Há uma insatisfação geral das juveníssimas gerações nigerianas que tem como detonador a violência da polícia, a falta de trabalho ou a percepção (muito forte agora) da corrupção das elites.

Também no Quênia, um país com reputação democrática e considerado estável, os jovens estão nas ruas há meses, protestando contra o alto custo de vida e a falta de oportunidades. Eles desafiam abertamente o presidente eleito William Ruto e atacam os palácios do poder sem hesitação. No Senegal, os protestos dos jovens foram tão fortes que conseguiram levar à presidência seus ídolos, como o presidente Bassirou Diomaye Faye e o primeiro-ministro Ousmane Sanko. Também vimos jovens africanos apoiarem repetidos golpes de Estado no Sahel, na Guiné ou no Gabão. Mas nem mesmo as juntas militares que resultaram disso conseguem dormir tranquilas. Em todos os lugares, os jovens africanos estão em tumulto. O presidente da Nigéria, Bole Tinubu, disse: "caros jovens, ouvi vocês em alto e bom som! Entendo sua dor e frustração...". É raro um líder africano se expressar dessa maneira, além da retórica paternalista usual de que os jovens são o futuro da nação... As classes dirigentes africanas têm medo de seus jovens e não é de hoje. A diferença é que agora eles representam a maioria absoluta e não são mais impedidos pelo respeito aos mais velhos e aos adultos. Eles o chamam de "terremoto da juventude": a revolta da geração Z africana.

Incitação ao "sucesso"

Para além das imagens copiadas do Ocidente, a juventude africana de fato mudou completamente nas últimas duas décadas.

Aconteceu uma profunda mutação antropológica: em vez da antiga cultura de solidariedade, uma cultura competitiva e materialista se impôs entre os jovens - especialmente os urbanizados - que agora está se voltando contra seus mestres. Na África, também, o "nós" desmoronou e viu-se o advento do "eu". O desejo de buscar o interesse individual a qualquer custo é agora muito forte: como resultado, ninguém está mais disposto a suportar ou esperar. Acima de tudo, ninguém está mais disposto a confiar nos adultos.

O impulso para emigrar também deve ser interpretado como uma consequência dessa situação, já que toda a esperança no futuro de seu próprio país foi perdida. Há um paradoxo aqui: ao mesmo tempo em que estão perdendo sua tradicional autoridade, os adultos (poucos) estão pressionando os jovens (muitos) para que façam fortuna, para que tenham sucesso. O incentivo ao "sucesso" é muito forte.

Assim, são descarregados sobre os jovens o peso e a "pressa" de amealhar algumas migalhas do desenvolvimento global, que parece oferecer novas oportunidades. Encontramos a antecipação desse peso na conhecida carta de Yaguine Koità e Fodé Tounkara, os dois adolescentes guineenses que morreram em 1999 dentro do trem de pouso do avião da Sabena tentando chegar à Europa. Sentindo-se "malditos" em sua própria terra, os jovens africanos - geralmente mais instruídos do que seus pais - fazem de tudo para ter sucesso. Yaguine e Fodé são os precursores de uma nova fase.

Ao ler aquelas comoventes linhas, ainda é possível perceber o respeito: pedem ajuda com súplica, implorando sem acusar. Agora não é mais assim: os jovens estão fartos, culpam e exigem.

A vida é violenta e tudo tem de ser conquistado em um ambiente hostil (tanto em sua casa como fora), onde a insegurança torna tudo muito competitivo: é por isso que os jovens africanos aprenderam a ser agressivos e menos mansos. Essa competitividade pode derrubar o nível ético geral: tudo está à venda, nada é de graça. Os jovens sentem o duplo abandono, o de suas elites e o dos europeus, isso os leva a reagir com veemência. Nas grandes cidades africanas, como na Nigéria ou no Quênia, a vida assume os contornos de uma luta pela sobrevivência.

Agressividade e pretensão

A mentalidade do "cada um por si" e do "salve-se quem puder" é constantemente pregada atualmente. A cultura da impossibilidade e da assistência está sendo substituída por uma atitude de agressividade e pretensão: não se acredita mais nem mesmo nos líderes.

Esse é o resultado do fracasso social da globalização: embora tenha aumentado a riqueza, fragilizou o tecido social, empobreceu as redes públicas de saúde e educação e deu lugar à cultura da privatização. Tudo tem de ser pago e nada mais é gratuito. A questão da juventude é a grande questão africana do presente e do futuro: sua salvação individual está ligada à rejeição do passado (tanto tradicional quanto colonial e pós-colonial), à rejeição de seus próprios líderes fracassados e, agora, também do estrangeiro. Nunca, como hoje, os jovens africanos se consideram sozinhos, sem sonhos, jogados confusamente no mar da globalização, cheio de oportunidades (muitas vezes falsas), mas também cheio de perigos e obstáculos. É por isso que eles reivindicam sua singularidade (autenticidade) de forma confusa: acusam os "velhos" de tê-los traído, não confiam mais em ninguém, às vezes se jogam nos braços do último chegado, iludindo-se de que encontraram um amigo. Por fim, decidem agir sozinhos.

Os verdadeiros protagonistas da globalização do mundo são esses jovens africanos (são um bilhão, aos quais se somam os jovens dos outros continentes) dos quais os adultos têm medo: em todos os lugares, temem seu número e seu desvio. Na África, os jovens independentes e empreendedores, prontos para a aventura, também são mais sozinhos do que seus pares em outros lugares. Eles são temidos, alijados ou postos à prova pela sociedade que conta, ainda predominantemente gerontocrática.

São jovens excluídos que exigem ser incluídos e protestam com força. Primeiro as decepções da descolonização, depois o sofrimento dos planos de ajuste estrutural, em seguida o empobrecimento dos Estados e, por fim, o fracasso das promessas da globalização: tudo isso provocou uma desorientação da juventude que se transforma em ressentimento e violência.

No primeiro lugar ficam os destinos individuais: tendo desvanecido os sonhos de redenção do mundo negro e da unidade africana, o amor pela própria terra diminuiu ou se secularizou entre esses jovens. Eles sabem que, na globalização impiedosa, precisam se virar sozinhos.

Fracasso democrático

Esse é o motivo de sua raiva: uma fúria contra o Estado e os "poderosos" que, enquanto enviavam seus filhos para escolas no exterior, negligenciavam as estruturas escolares e educacionais, juntamente com as sanitárias, agora em estado de abandono.

O fim do sistema público na África e sua privatização são a raiz do que está acontecendo e dos protestos a que estamos assistindo. Trata-se também do fracasso da democracia, que muitas vezes se transformou em crises étnicas ou foi maculada por enormes fraudes.

Na África, ninguém mais confia nos resultados das eleições e nas várias comissões eleitorais independentes.

Os partidos acabaram se revelando máquinas de consenso, cheios de interesses e subservientes a agendas muitas vezes obscuras. O judiciário africano - com raras exceções - não cumpriu seu papel, demonstrando ser pouco independente e muito ligado ao poder. As organizações da sociedade civil foram frequentemente contaminadas por etnicismos ou pela corrupção, acusadas (talvez injustamente) de estarem ligadas aos interesses dos financiadores ocidentais. O aspecto mais triste é que a igreja católica, que desempenhou um papel crucial durante a democratização das décadas de 1990 e 2000, agora perdeu respeito e quase não se manifesta mais, intimidada pelo crescimento exponencial dos neoevangélicos e pentecostais, em sua maioria ligados à política dos líderes.

No que diz respeito ao islamismo africano, o destino é ainda pior: apesar de ser majoritário no continente, foi atingido pelo fenômeno rigorista e jihadista que o desestruturou concretamente e o traumatizou moralmente. Nesse contexto, é preciso se perguntar a quem os jovens africanos podem recorrer, perdidos no caos de seu continente, oprimidos por todos esses fenômenos. Essa é a grande questão que preocupa a todos, até porque nosso futuro comum depende de sua resposta: quem falará a esse universo de jovens africanos com palavras convincentes, oferecendo uma perspectiva nova e sincera?

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