08 Agosto 2024
O suspense acabou. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, confirmou na última 3ª feira (6/8) o nome de Tim Walz como seu vice na chapa presidencial democrata para as eleições de novembro. A escolha de Walz foi bem recebida por ambientalistas e ativistas climáticos, que voltaram a enxergar esperança na disputa contra o candidato republicado Donald Trump e seu vice, o senador JD Vance – ambos negacionistas de quatro patas.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 08-08-2024.
Governador do estado de Minnesota desde 2019, Walz reforça as credenciais verdes da chapa democrata. Um dos destaques de sua gestão foi a aprovação de uma ambiciosa (para os padrões dos EUA, vale ressaltar) lei climática estadual em 2023, na qual definiu como meta a eliminação das fontes fósseis para geração elétrica até 2040. A lei também definiu incentivos fiscais para a compra de carros elétricos e regras para agilizar a aprovação de projetos de energias renováveis.
Outro destaque é a maneira como Walz promoveu essas mudanças legislativas em Minnesota. Em tempos de partidarismos radicalizados, o governador conseguiu construir entendimentos com a oposição republicana para garantir a aprovação das propostas climáticas sem enfraquecê-las significativamente. Essa capacidade de diálogo é vista entre os aliados de Harris como um ativo para atrair o eleitorado independente, especialmente nos estados do Meio-Oeste dos EUA.
“Walz é um campeão climático que está movendo Minnesota em direção a 100% de energia renovável”, destacou Gina McCarthy, ex-administradora da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) na gestão do presidente Joe Biden, ao Inside Climate News. “Ele entende que a ação climática não é sobre política, é sobre proteger nossas pequenas cidades, criar comunidades mais seguras e saudáveis para nossos filhos e netos crescerem”.
Para muitos ambientalistas nos EUA, a chegada de Walz consolida a candidatura de Kamala Harris como a mais forte em termos de propostas para ação climática da história dos EUA. Como o NY Times observou, o legado climático de Walz em Minnesota supera até mesmo a militância do ex-vice-presidente Al Gore, que nunca teve espaço para desenvolver políticas climáticas na gestão de seu colega de chapa, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).
Enquanto os democratas reforçam suas credenciais verdes, os republicanos seguem caminhando para trás. Um levantamento do Center for American Progress divulgado pelo Guardian mostrou que os aliados negacionistas de Trump seguem com grande peso no Congresso dos EUA, representando quase 1/4 das cadeiras somadas da Câmara e do Senado (123).
Para surpresa de ninguém, essa turma vem recebendo apoio substancial da indústria de combustíveis fósseis. Segundo a análise, esses 123 parlamentares negacionistas receberam cerca de US$ 52 milhões em doações de campanha. Em troca, a bancada da negação climática faz de tudo para obstruir e impedir qualquer avanço político nessa agenda.
ABC News, Grist, Guardian, TIME e Washington Post, entre outros, repercutiram a escolha de Walz e seu trabalho climático à frente de Minnesota.
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EUA: ambientalistas destacam credenciais verdes de vice de Kamala Harris - Instituto Humanitas Unisinos - IHU