Comunidades do Vale do Jequitinhonha denunciam violações de direitos com mineração de lítio

Foto: Luiz Santana/ALMG

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17 Julho 2024

Superlotação de postos de saúde e contaminação das águas são alguns danos relatados por moradores de municípios que abrigam a maior reserva brasileira do mineral.

A informação é publicada por ClimaInfo, 17-07-2024.

Lucas Martins mora no quilombo Córrego Narciso, que fica a 25 km de Araçuaí, cidade localizada no Vale do Jequitinhonha. Em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), questionou: “Se o lítio é nosso e a riqueza é nossa, por que nossos asfaltos estão esburacados?”.

O Vale do Jequitinhonha abriga a maior reserva de lítio do Brasil. O metal é considerado peça-chave na transição energética, por seu uso em baterias de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia. No entanto, a riqueza do chamado “ouro branco” que vem sendo explorado ali está longe de chegar a Lucas e outros moradores da região.

A audiência na ALMG debateu violações sofridas pelas comunidades do vale em decorrência da intensificação da extração do mineral, informam Brasil de Fato e Mídia Ninja. Entre os impactos narrados pelos moradores da região estão a superlotação de equipamentos públicos de saúde, adoecimento mental e físico, contaminação das águas, danos nas estruturas das casas e modificações das estradas.

“Não somos contra o desenvolvimento ou a exploração do lítio, mas somos a favor das comunidades. Temos direito às riquezas que estão no nosso solo. Não construímos nossas casas para as mineradoras racharem, mas para morar gente. Ali tinha gente”, continuou Lucas.

Os atingidos conseguiram o encaminhamento de uma visita técnica do Ministério do Meio Ambiente à região. Também será entregue um relatório do inquérito sobre as violações de Direitos Humanos no Vale do Jequitinhonha em decorrência da atividade, relata o MAB. A investigação foi conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Entre 2022 e fevereiro deste ano a mineração de lítio nos vales do Jequitinhonha e Mucuri cresceu 562%, chegando a 1.377 processos minerários junto à Agência Nacional de Mineração (ANM). Mas a região também possui uma grande diversidade de Comunidades Tradicionais, Quilombolas e Indígenas.

Moradora da comunidade Poço Dantas, que fica em Itinga, Nídia Miranda relata um processo desenfreado que, além de destruir a natureza, retira a paz das famílias. “Estão minerando a poucos metros das casas. A água do rio onde nós íamos com as crianças não serve mais. Hoje, eu não posso mais levar a minha neta na minha casa, porque ela tem alergia à poeira”, explicou.

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