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04 Julho 2024

A exploração de minerais no vale do Jequitinhonha está gerando milhares de empregos, mas também perturbações entre os vizinhos mais humildes e ameaças a uma reserva natural.

A reportagem é de Joan Royo Gual, publicado por El País, 02-07-2024.

Durante anos, o Vale do Rio Jequitinhonha, no sudeste do Brasil , carregou o estigma de ser um recanto muito pobre, marcado pela fome e pelo analfabetismo de seus habitantes. Mas sob a crosta ressequida de uma paisagem constantemente atingida pela seca, verifica-se que um tesouro estava escondido: enormes reservas de lítio, o “petróleo branco”, como dizem alguns políticos locais.

O mineral, fundamental para a fabricação de baterias para smartphones ou carros elétricos, desencadeou uma nova febre em todo o mundo e encheu de otimismo esta região deprimida, mas também está deixando um preocupante rastro de efeitos colaterais.

Na pequena cidade de Araçuaí, com pouco mais de 30 mil habitantes, o clima é de euforia. “Temos muita esperança. Podemos transformar toda essa riqueza mineral em bons serviços para a população, para melhorar sua vida”, afirma o prefeito, Tadeu Barbosa, por telefone. Há pouco mais de um ano, as ruas desta cidade de casas baixas e gente acolhedora fervilham de trabalhadores das mineradoras. Os preços da habitação dispararam e por vezes até falta pão fatiado nos supermercados, admite o autarca. Aqui está o epicentro da produção brasileira de lítio. No ano passado, o país produziu 15,2 mil milhões de toneladas deste mineral fundamental para a transição energética.

O triângulo formado por Argentina, Chile e Bolívia acumula mais reservas, mas o Brasil aumenta rapidamente a produção e já é o quinto maior produtor do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia. Toda a produção sai do estado de Minas Gerais, sendo a maior parte proveniente do vale do Jequitinhonha, onde fica Araçuaí. As autoridades locais viram imediatamente a mina de ouro: o lítio como uma oportunidade de ouro para deixar para trás um passado de miséria.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou com grande alarde o projeto Lithium Valley Brasil na Nasdaq, bolsa de valores de Nova York, em 2023. A empresa que assumiu a liderança é a canadense Sigma Lítio. Há apenas um ano, as primeiras toneladas de lítio brasileiro foram embarcadas para a China. A empresa afirma ser a primeira mineradora do mundo a produzir “lítio verde”, porque utiliza energia limpa, se abastece de água não potável e não utiliza barragens com resíduos, que neste caso são preparados e vendidos para outras companhias.

Esse lixo empilhado é facilmente visível nas casas do pequeno vilarejo de Poço Dantas, onde vivem as famílias mais afetadas pela extração de lítio. Desde a inauguração da usina, eles convivem com a poeira constante e o barulho das detonações que a empresa realiza no subsolo para extrair o mineral. Muitas das humildes casas de tijolos apresentam rachaduras.

“Eles anunciam o lítio verde, que é sustentável e tal, mas no fundo não é. É uma exploração gananciosa”, critica Vanderlei Pinheiro de Souza, morador da zona rural. Ele se dedica à agricultura familiar de subsistência, “o que antes se chamava agricultor”, brinca. Ele cultiva feijão, milho e mandioca para consumo próprio e, quando sobra, vende para ganhar dinheiro. Ele sente que com a chegada da empresa um modo de vida tradicional está sendo quebrado e que o já prejudicado equilíbrio natural da região está ameaçado.

O Vale do Jequitinhonha é uma região semiárida onde o som da água dos rios só é ouvido alguns meses do ano. Décadas atrás, a monocultura do eucalipto secou o solo mais do que o necessário. Por isso o alarme disparou quando a Sigma Lithium, que já tem uma usina funcionando a todo vapor, pediu autorização para fazer uma “avaliação geológica inicial” na Chapada do Lagoão, reserva natural com 139 nascentes que funciona como a grande bomba d’água do Vale. Tanto a Câmara Municipal como a empresa queriam saber quanto lítio está escondido sob este planalto protegido. A autorização dependia do conselho diretivo do parque, formado por entidades e pessoas com interesses diversos e que tem como diretor Vanderlei. O humilde agricultor garante que recebeu inúmeras pressões para dar luz verde.

A licença foi aprovada por uma pequena maioria de votos, mas fez pouco progresso. O Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB, muito atuante na área contra os abusos das mineradoras, recorreu à Justiça e ao Ministério Público pediu a paralisação do processo alegando que as comunidades não haviam sido consultadas comunidades locais, basicamente um punhado de quilombos, ou seja, assentamentos fundados por negros escravizados que fogem do trabalho forçado. Em e-mail enviado ao EL PAÍS, a empresa garante que embora as alegações de que pretendiam iniciar a extração de lítio do parque natural causando danos significativos fossem “completamente falsas e infundadas”, optou por não explorar aquela área.

Para o prefeito de Araçuaí essa questão acabou. A sua maior preocupação agora é gerir recursos para um boom populacional para o qual a cidade não estava preparada. Segundo a Sigma Lithium, em apenas um ano já criou mil empregos e outros 13 mil indiretos. Com a chegada de novos trabalhadores e residentes, aumenta a procura por mais segurança, mais camas hospitalares ou mais vagas escolares, mas esta Câmara Municipal e o seu pequeno quadro de funcionários não conseguem dar resposta. As necessidades chegaram antes dos recursos prometidos que o lítio traria, confessa o autarca. No Brasil, a lei prevê que as mineradoras paguem 2% do valor de suas vendas ao Estado para compensar as regiões de onde os minerais são extraídos, e que 60% desses recursos arrecadados fiquem nas mãos dos municípios.

A teoria parece boa, mas os cofres municipais não são exatamente dinâmicos. “Está muito abaixo do que esperávamos. “Tudo bem, estamos no início das operações e temos que fazer ajustes, mas no ano passado recebemos duas ou três mensalidades e este ano apenas uma, no mês de fevereiro”, lamenta. O prefeito está confiante de que, se a situação se normalizar, o orçamento da cidade poderá crescer 5% graças aos royalties do lítio.

Apesar da frustração inicial, é bastante difícil para Barbosa criticar as empresas de lítio. E, além de proporcionarem empregos aos seus vizinhos, os grandes lucros destas multinacionais também lhes permitem ocupar o espaço das políticas públicas que a administração local não alcança. A Sigma Lithium, por exemplo, tem um programa de microcrédito que beneficia 1.800 mulheres, custeou a reforma de uma escola rural e planeja doar 3 mil cisternas às famílias mais pobres para armazenar água da chuva. Outra mineradora, a Atlas, vai colocar em operação outra usina este ano e acaba de pavimentar uma estrada “fabulosa”, comemora o prefeito.

“É o mesmo marketing de sempre”, criticou por telefone Nicolly Caroline, membro do MAB, organização que impediu a Sigma Lithium de explorar os depósitos de lítio no parque natural. Enumera uma longa lista de problemas, desde a poeira que cobre a cidade até ao aumento da violência de género devido aos numerosos estrangeiros que têm chegado nos últimos meses. Na sua opinião, a febre do lítio é pão para hoje e fome para amanhã. “É claro que as pessoas precisam trabalhar para sobreviver. Mas todos esses empregos são temporários. As pessoas que vão trabalhar em determinadas áreas voltam pior para casa, por doenças respiratórias (...) depois a empresa sai e o que fica são os impactos. Somos um povo humilde, quando poderemos comprar um carro elétrico?”

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