27 Mai 2024
Uma faixa com a frase: “Vamos explodir a paz”. É apenas uma entre muitas. Uma maré colorida de escritos, bonés, camisetas, bandeiras e muito entusiasmo. Com um único fio para ligar tudo. Encontrar-se com o Papa Francisco e rezar juntos pela paz no mundo. O dia que tem como ponto principal o encontro com o Pontífice, acolhido no Estádio Olímpico de Roma por 50 mil pessoas, é uma verdadeira festa sem fronteiras. “Como nós também podemos nos tornar santos?”, pergunta um grupo de crianças vindas de Pádua para Antonia Salzano, a mãe de Carlo Acutis. “Meu filho sempre dizia que somos todos únicos e irrepetíveis. Deus chama cada um de nós a permanecer na nossa originalidade e não nos tornarmos fotocópias. Esse é o caminho para a santidade, que todos vocês podem seguir".
A reportem é de Giuseppe Muolo, publica por Avvenire em 26-05-2024. Tradução de Luisa Rabolini.
Assim como eles, há muitos que esperam ansiosamente para entrar no estádio para essa primeira edição do Dia Mundial das Crianças - DMC. “Uma onda de beleza, de alegria, de inocência. Uma concentração de amor. Espero que realmente possa contaminar a humanidade e aqueles que nos governam. Aqui está o futuro e não devemos desperdiçá-lo" afirma o Padre Enzo Fortunato coordenador do DMC, enquanto atrás dele uma dezena de crianças estão pintando uma longa faixa com a frase do Apocalipse que dá o tema do dia: “Eis que faço novas todas as coisas ". Depois há quem passe o tempo brincando com os amigos, e outros que, como Paolo, se expressam com desenhos. “Se o gênio da lâmpada me pedisse para fazer um desejo, eu pediria a paz no mundo", escreve numa folha em branco na companhia de Alessandro, uma criança que chega diretamente de Cabo Verde. O seu desenho é uma pomba branca voando com um galho de oliveira.
“O nosso lema é ‘paz, paz, cores pela paz!’”, explica Mario Gallo da associação Colors for Peace, nascida em março de 2015 em apoio ao Parque Nacional da Paz Sant'Anna di Stazzema na Toscana com o objetivo de desenvolver um projeto para crianças de todo o mundo. "Em dez anos fizemos milhares de crianças interagirem por meio de seus desenhos." Atrás deles continuam chegando grupos, enquanto crianças de cada país se revezam num palco montado na entrada.
Ao som de uma música argentina, todos começam a dançar.
O entusiasmo contagia também as setenta crianças vindas do Médio Oriente. A faixa que alguns deles trazem é emblemática. “Que culpa temos por termos nascido em Belém, Jerusalém e Gaza. Nós queremos apenas brincar." Com eles o padre Ibrahim.
Faltas, vigário da Custódia Franciscana da Terra Santa, que os acompanha. “Estamos aqui para pedir ao Papa Francisco para orar por nós. Chega de guerra, chega de ódio, chega de destruição. Queremos paz, é hora que o mundo ouça os apelos do Santo Padre”. Também traz alegria a associação de palhaçoterapia Cuore@cuore, que leva sorrisos a situações de dificuldades sociossanitárias nos hospitais e nas casas de repouso. “Hoje é fácil para nós porque é um dia de festa, mas há lugares onde não há despreocupação. Procuramos levar leveza em contextos difíceis”, explicam os responsáveis.
Perto do palco há os estandes de grupos de diversos países. Há o de Bangladesh, Paraguai, Senegal, Costa do Marfim, Lituânia, Polônia, da comunidade católica chinesa de Roma, Nigéria. Larissa é do Senegal e tem orgulho de mostrar às outras crianças os produtos de sua terra, como uma tartaruga em madeira que ela fez junto com sua mãe. O que perguntaria ao Papa? “Em primeiro lugar, como ele está. E depois quão feliz ele está em ver todos nós aqui juntos hoje." Chega a hora do almoço e todos se dirigem ao estande da Costa do Marfim, onde três senhoras oferecem alloco, banana frita, prato típico do país. “É uma alegria para nós divulgar a nossa terra que felizmente vive agora um período de maior tranquilidade", ressalta Maxime Dogbo, da comunidade marfinense de Roma. "Pedimos ao Papa Francisco que reze por uma paz verdadeira e definitiva. A única base que pode permitir o desenvolvimento da Costa do Marfim".
Joseph tem dez anos e vem da Nigéria. Está muito emocionado porque é a primeira vez que verá o Papa. “Espero que ele abençoe a todos nós”, diz enquanto mostra sorrindo os presentes que ganhou de outras crianças. Um adesivo, um caderno e um marshmallow. O Dia Mundial da Criança também é isso. Uma maré colorida de novos laços e amizades que invadiu o estádio. Entre as músicas de Renato Zero, Orietta Berti e uma partida entre crianças e campeões, com o último pênalti cobrado por Giancarlo Antognoni contra Gianluigi Buffon. “Paz, paz, paz”, gritaram em 50 mil. Para todos, todos, todos, como diz o Papa Francisco.
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Festa e oração, aqui está o povo do Dia Mundial da Criança. O futuro do planeta em 50 mil rostos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU