17 Março 2021
Para o Papa Francisco os conflitos em qualquer parte do mundo lhe doem na alma. Por isso, depois da audiência de quarta-feira recordou as “dolorosas notícias que chegam do Paraguai”, onde um conflito social provocou danos e vítimas, mas, sobretudo, o martirizado Mianmar. O Papa implora, mais uma vez, paz e diálogo no país asiático. “O sangue não resolve nada. Que prevaleça o diálogo”, diz rotundamente. E acrescenta: “Também eu me ajoelho nas ruas de Mianmar”. E fala de joelhos e “com os braços abertos”.
A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 17-03-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Confira alguns trechos da Audiência Geral desta quarta-feira, 17-03.
“Nós não somos apenas hóspedes e peregrinos no caminho nesta terra, somos também hóspedes e peregrinos no mistério da Trindade”.
“É por tanto o Espírito que escreve a história da Igreja e do mundo. Nós somos páginas abertas, disponíveis a receber sua caligrafia”.
“Que nossa vida seja como a lâmpada acesa junto ao sacrário, que se consome em louvor a Deus e ao serviço dos irmãos, sendo testemunhos alegres de sua presença no mundo”.
“Mais uma vez e com grande tristeza, sinto a urgência de evocar a dramática situação em Mianmar, onde muitas pessoas, especialmente jovens, estão perdendo a vida por oferecer esperança ao seu país. Eu também me ajoelho nas ruas de Mianmar e digo: pare a violência! Também eu estendo meus braços e digo: prevaleça o diálogo!”.
Freira se ajoelha diante da polícia de Mianmar para parar a violência. Foto: Reprodução Religión Digital
“Neste momento tão delicado quero assegurar mais uma vez minha proximidade espiritual, minha oração e minha solidariedade com o povo de Mianmar. E rezo para que todos aqueles que têm responsabilidades no país se coloquem com sincera disponibilidade a serviço do bem comum, promovendo a justiça social e a estabilidade nacional, para uma harmoniosa convivência democrática. Rezemos por Mianmar”.
“Ainda estão chegando de Mianmar notícias tristes de sangrentos confrontos, com perdas de vidas humanas. Gostaria de chamar a atenção das autoridades envolvidas para que o diálogo prevaleça sobre a repressão e a harmonia sobre a discórdia. Dirijo um apelo também à comunidade internacional, para que atue a fim de que as aspirações do povo de Mianmar não sejam sufocadas pela violência. Que aos jovens daquela amada terra seja concedida a esperança de um futuro onde o ódio e a injustiça deem lugar ao encontro e à reconciliação”.
“Durante esta semana me preocuparam as notícias que chegaram do Paraguai. Por intercessão de Nossa Senhora dos Milagres de Caacupé, peço ao Senhor Jesus, Príncipe da Paz, que se possa encontrar um caminho de diálogo sincero para encontrar soluções adequadas às atuais dificuldades, e assim construir juntos a paz tão sonhada. Recordemos que a violência sempre é autodestrutiva. Com ela não se ganha nada, mas sim, perde-se muito”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
“Eu também me ajoelho nas ruas de Mianmar”, diz o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU