“O sofrimento causado pelas condições econômicas-sociais, pobreza e miséria, não se deve ao Criador, mas à liberdade humana. Na Bíblia, o mito do gênesis mostra que o homem, seduzido pelo mal, decide levantar-se contra a ordem instituída por Deus, querendo ele também ser Deus. Aconteceu assim com alguns faraós do Egito e imperadores de Roma. Segundo a história até 4000 anos a.C. o homem vivia em plena paz com o meio ambiente, com os outros e consigo mesmo, mas após a 'queda do homem', explode o egoísmo humano - o ego próprio da herança filogenética do ser humano o qual eu denomino de ego reptiliano; e daí criam-se as armas, os muros, as fronteiras e se eliminam as pontes”, escreve Rosendo A. Yunes, para a coluna “Rumo a Assis: na direção da Economia de Francisco”.
Rosendo A. Yunes é doutor em Química pela Universidade Del Litoral (1965). Atualmente é pesquisador Sênior do CNPq, foi professor em diversas universidades da Argentina e no Brasil atuou como professor visitante e coordenador da Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Santa Catarina e foi professor voluntário da Universidade do Vale do Itajaí. Yunes é um pensador interdisciplinar, escreve também sobre o pensamento filosófico-teológico espanhol latino-americano, com destaque para a Xavier Zubiri e Ignacio Ellacuría.
A arte que ilustra esta Coluna é uma obra de Kassio Massa, arquiteto, urbanista e artista visual com graduação pela FAU Mackenzie, e mestrando na mesma universidade. Atua com desenho, fotografia e meios digitais.
O problema do mal é um dos mais complexos que existe na humanidade. Longas discussões acerca deste tema tem acontecido ao longo da história sem chegar a uma conclusão universal. O mal afeta, direta e indiretamente, a nossa convivência e a maneira como nos relacionamos com o meio ambiente, com os irmãos e conosco mesmos. Várias são as interpretações dadas a este problema e todas elas buscam um suporte na metafísica e teologia.
Entre os estudiosos que se debateram sobre o assunto está o filósofo grego Epicuro, de 342 a 271 anos antes de Cristo, já naquele tempo se perguntava: “Se Deus é bom, porque Ele não elimina o mal? Se Ele era o criador de tudo, porque Ele criou o mal?”. Esta abordagem foi e continua sendo a justificativa do ateísmo para muitas pessoas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os campos de extermínio nazista se tornaram um símbolo de angústia, o homem havia se convertido em um lobo para o próprio homem, levando ao papa Bento XVI, de origem alemã, se perguntar: “Onde estava Deus naqueles dias?” e continua: “Não podemos entender o segredo de Deus, podemos apenas ver fragmentos”.
O próprio conceito de mal é indefinível, devido à sua dimensão incomensurável, entretanto, de forma clássica e tradicional foi definido como mal moral, mal físico e mal social. Esses três campos revelam o caráter pluridimensional do termo. O mal, sendo tão insondável, nos coloca diante de um verdadeiro mistério, que afeta a todos nós na forma de dor, agonia e desespero diante do que observamos em nossas sociedades e no mundo.
O sofrimento causado pelas condições econômicas-sociais, pobreza e miséria, não se deve ao Criador, mas à liberdade humana. Na Bíblia, o mito do gênesis mostra que o homem, seduzido pelo mal, decide levantar-se contra a ordem instituída por Deus, querendo ele também ser Deus. Aconteceu assim com alguns faraós do Egito e imperadores de Roma. Segundo a história até 4000 anos a.C. o homem vivia em plena paz com o meio ambiente, com os outros e consigo mesmo [1], mas após a “queda do homem” [2], explode o egoísmo humano - o ego próprio da herança filogenética do ser humano o qual eu denomino de ego reptiliano; e daí criam-se as armas, os muros, as fronteiras e se eliminam as pontes.
De acordo com o filósofo Ignacio Ellacuría [3], os clássicos do cristianismo falavam do "bem comum" não como um bem de cada ser humano isoladamente, mas, como um ideal, uma necessidade de assumir um comportamento humano. O pensamento dialético, revela uma tensão entre o ideal (o bem comum) e a realidade (o mal comum) mostrando que o mal se torna necessário para a atualização do bem. Para Ellacuría, o mal é um mal histórico do corpo social, por meio do qual se atualiza para acomodar perversamente a vida de indivíduos e grupos humanos, parafraseando o autor:
“O mal não é meramente uma possibilidade, mas, algo que apodera da minha própria vida, na medida que pertence a um determinado momento histórico: há uma maldade histórica [...] que está aí como algo objetivo e pode configurar a vida. O mal não é uma propriedade da realidade, mas, uma condição da realidade para o ser humano, o mal e o bem, apenas diz respeito ao ser humano. A realidade nua e crua não é boa nem má. Todo o bem e todo mal é bom ou mau para alguém. Mas eles não são relativos, eles são ruins e bons em relação a alguém. Não se trata de relatividade, mas de “respectividade” (respeito de)”.
Ellacuría [4]escreve sobre a situação atual da civilização capitalista:
“O que é evidente é que não partimos de uma situação neutra, mas sim de uma situação fundamentalmente desumanizante do homem. A presença do mal no mundo é tão massiva e de tal implicação na vida pessoal dos homens que, abstração feita de culpabilidade, a verdade não pode se negar a realidade objetiva do mal e a presença da vontade histórica do homem na realização desse mal” .
Para Ellacuria, uma minoria de países que abrigam uma pequena parte da população mundial explora os recursos da humanidade (petróleo e matérias-primas, alimentos, cultura, poder militar, capital, ... ) e poluem o meio ambiente de forma massiva, enquanto a maioria dos países e a maioria da população mundial não consegue usufruir desses recursos, mesmo minimamente.
Estas palavras vêm ao encontro da carta Encíclica Fratelli Tutti (2020) [5] [6], um documento de análise social, político, econômico e cultural de nível internacional, escrito em primeira pessoa pelo Papa Francisco a partir de suas convicções cristãs que o encorajam e o alimentam. Neste mundo tão confuso e de tantas incertezas, a encíclica tem muitas implicações que nos permite desde uma perspectiva diferente contribuir para uma nova visão.
O atual sistema econômico que mata, descarta e adoece o ser humano nos leva a uma paz efêmera e onde uma minoria de pessoas são felizes enquanto a uma maioria padece de fome e não consegue sair da miséria. Dominada pelos meios de comunicação massivos e monopólicos, se fundamentam em uma antropologia aberrante: o “homo economicus ao serviço do mercado, da oferta e a demanda”. Vale lembrar que todos os regimes totalitários se fundamentaram em antropologias aberrantes: o comunismo no materialismo coletivista, o nazismo na raça germânica superior, na América Latina em nome do homem “ocidental e cristão” e da “segurança nacional”, que deveria eliminar o enganador ídolo comunista. Esta antropologia aberrante se conserva na mente de muitos militares e civis de nosso continente. Necessitamos de uma nova antropologia.
Penso que a sociedade atual seja uma sociedade “Reptiliana”, que, a meu ver, engloba as diversas denominações do sistema sócio-econômico ”neoliberal” atual como: a “sociedade líquida” de Zygmunt Bauman, a “sociedade do risco” de Ulrich Beck, a “sociedade do cansaço” de Byung-Chul Han e a “sociedade da transparência” de Gianni Vattimo.
Karl Polanyi (1886-1964) em seu livro "A Grande Transformação" [7], usa pela primeira vez, uma visão da antropologia para tentar compreender a evolução do sistema sócio-econômico do século XIX. Enquanto muitos ecônomos se concentram na produtividade e distribuição da riqueza dos diferentes sistemas, Polanyi explica como estes afetam a “dignidade humana” [8].
Segundo Polanyi, a economia não pode ser estudada como uma ciência exata à margem do contexto social e político, pois ela está inserida no tecido das relações sociais e políticas institucionais. Devemos tentar compreender qual era a relação entre o mercado e a sociedade do século XIX para assim compreendê-la no século XXI. O mercado, entendido como o mecanismo de oferta-demanda-preço, que segundo os ecônomos, se regulariza automaticamente, de forma determinista.
Embora a economia de livre mercado ao nível internacional tenha favorecido o crescimento econômico e o desenvolvimento em muitos países, não se pode ignorar o poder excessivo que os mercados financeiros e as grandes multinacionais sempre tiveram sobre nossas vidas privadas e sobre a gerenciamento de recursos públicos. Os atuais protestos contra a desigualdade crescente, os paraísos fiscais ou os excessos do setor financeiro nas últimas crises econômicas nos levam a constatar que o pensamento de Polanyi fala diretamente ao nosso presente.
Polanyi, explica a famosa “paz dos 100 anos”, entre o fim das guerras napoleônicas (1815) e o início da Primeira Guerra Mundial (1914), como resultante do mundo ocidental, ter os grandes poderes financeiros - banqueiros e comerciantes internacionais, pressionando os Estados das nações a promover a paz que lhes permitisse continuar fazendo grandes negócios sem muitos problemas.
O sistema da época baseava-se em três pilares: a economia de mercado nacional, o livre comércio internacional e o estabelecimento do lastro em ouro. Todos eles favoreceram o industrialismo e o surgimento de fortunas que, por um lado, proporcionaram à sociedade um bem-estar nunca visto antes e, por outro, pressionaram os Estados a contrair altos débitos vinculados à manutenção do lastro em ouro. Mas, foram esses três pilares e suas tensões que levaram o sistema ao colapso: a necessidade de matérias-primas aumentou a beligerância internacional, a necessidade de favorecer a agricultura e a indústria nacional questionaram o livre comércio internacional, a inflação e as flutuações do câmbio de mercado, tornou insustentável para muitos países manter o lastro em ouro.
Ainda sobre o conceito da antropologia aberrante, Polanyi observa que nas sociedades pré-industriais a economia se organizava partindo de conceitos como reciprocidade, redistribuição ou administração doméstica e o mercado ficava em segundo plano. O autor, no seu livro: “Fábrica do diabo”, mostra seu conceito sobre a revolução industrial, o qual considera um engenho diabólico.
Assim, na Inglaterra, onde a industrialização começou com grande força, os salários pagos aos trabalhadores que vendiam sua mão-de-obra eram deploráveis, mas estes não tinham outra saída que não seja sobreviver. A fome causada pela inflação na cidade de Berkshire levou aos juízes e funcionários da ordem do distrito se reuniram em Speenhamland que decidiram não fixar um salário mínimo justo para os trabalhadores e sim criar um subsídio para os pobres. Subsídio mínimo, proporcional ao preço do pão, servia como complemento dos salários desses trabalhadores, cuja renda era insuficiente para cobrir suas necessidades básicas de alimentação e moradia.
O objetivo era criar uma proteção social, mas não foi o que aconteceu, uma vez que, ironicamente, os primeiros beneficiários foram os proprietários das terras que passaram a pagar salários menores aos seus funcionários, tendo em vista o acréscimo previsto pelo subsídio. Os trabalhadores sentiram-se, com razão, diminuídos e assim reduziram sua produtividade. Então foi criada a Lei dos Pobres de 1834, que tornava obrigatório o trabalho. Para obter auxílio, era necessário trabalhar por um salário inferior ao praticado no mercado livre de trabalho. Essa situação levou os trabalhadores a se rebelarem contra o sistema.
Ao contrário do que se acredita por falsas ideias, Polanyi conclui que o liberalismo laissez-faire [9] não é natural e sim projetado por ecônomos ingleses, instituído pelo poder do Estado, com base na famosa ideia de que o mercado livre se autorregula. Para o liberalismo, o ser humano e sua tendência natural para a troca e ganância, é o homo economicus [10], e por tanto, o mercado, o novo Deus, seria a forma natural de equacionar todas as facetas da organização da sociedade.
A fase decisiva foi quando a terra, o trabalho e a moeda tornaram-se mercadorias e passaram a ser tratados como criados pelo homem para a venda. Porém, estes bens não foram produzidos para venda como a terra e a moeda, nem poderiam estar à venda, como o trabalho humano. A terra e seus recursos antecedem ao homem e sua economia, são um presente de Deus e os seres humanos não criam seus filhos com o fim de proverem mão-de-obra para o mercado de trabalho. O ser humano não é um “recurso”, é “pessoa” Diante dessa observação Polanyi, escreve: “Isolar a terra da natureza e criar um mercado para ela é uma das coisas mais estranhas que os nossos antepassados fizeram”.
A ficção mercantilista colocou o destino do homem e da natureza nas mãos de um autômata, determinista, que controlava os circuitos e governava de acordo com suas próprias leis. Esse instrumento era controlado exclusivamente pela fome e pelo apetite por lucro. Assim, os despossuídos, para satisfazerem sua necessidade de alimento, deviam vender seu trabalho no mercado, enquanto os proprietários compravam seus produtos, entre eles a mão-de-obra, por um preço menor e o vendiam a preços mais altos para obter o máximo lucro. Esse modelo de sistema socioeconômico não pode existir sem aniquilar a substância humana e natural da sociedade, coisa evidente diante do atual cenário de destruição física do homem, na grande população de marginados, e da natureza.
Antes do surgimento do capitalismo industrial liberal, os mercados não passavam de acessórios para a vida econômica. O capitalismo industrial nasceu como algo diferente e foi subordinando tudo ao mercado e à economia, tudo passou a ser comercializado: terra, trabalho, moeda, como também a cultura e até mesmo a religião, como é possível se observar em algumas seitas neopentecostais.
Após a Primeira Guerra Mundial, os conflitos sociais aumentaram devido às altas necessidades financeiras para manter as regras do lastro em ouro, que não podiam ser administradas por processos democráticos e isso promoveu regimes totalitários como o comunismo, e logo o nazismo, e o fascismo. Os impulsos do capitalismo de mercado em direção à expansão infinita foram vistos em contradição com aqueles do povo para viver em uma relação social compreensível. A ambição de todos os regimes, por razões geopolíticas, levou à Segunda Guerra Mundial.
No final da Segunda Guerra Mundial, foram criadas algumas instituições internacionais para a promoção dos direitos humanos, entre elas, a Organização das Nações Unidas (ONU). Foi decidido que a economia de mercado deveria ter por finalidade a geração de empregos e segurança social para todos. O controle social sobre a economia foi restaurado. A ordem financeira internacional de Bretton Woods deu espaço ao poder político dos países buscando implementar o pleno emprego e a segurança social, como saúde, aposentadoria, moradia, entre outras. Os países em desenvolvimento foram capazes de se industrializar substituindo as importações e planos econômicos de longo prazo.
Polanyi, porém, suspeitava que esse enfraquecimento do mercado poderia colocar em jogo o contra-ataque do Capital visando se libertar de todos os planos econômicos, de toda segurança social e de outras demandas sociais. De fato, isso vem acontecendo desde 1970 até os dias atuais. Com a liberalização do comércio e do capital ao nível global, das últimas décadas do século XX, o capital financeiro passa então a governar os mercados.
Somando-se tudo isso ao poder das corporações transnacionais e aos veículos de informação de massa, vê-se hoje como a lógica do mercado mina e corrompe os processos políticos democráticos, de forma mais grotesca nos países dependentes das potências imperiais, especialmente dos Estados Unidos, considerada a primeira potência mundial embora esteja ameaçada pelo crescimento surpreendente da China. A não equidade e a desigualdade social atinge níveis verdadeiramente dramáticos. A exploração perversa dos recursos naturais, a emissão de dióxido de carbono produzido por usinas, automóveis, entre outros, levaram a mudanças climáticas irreversíveis e à possibilidade cada vez mais evidente de uma futura guerra nuclear, abrindo perspectivas apocalípticas para o presente, em dias de angústia e pandemia de covid-19 que fez colapsar a economia mundial.
Clive Staples Lewis (1898-1963) [11], um dos intelectuais mais importantes da Inglaterra do século XX, publicou em 1943 um livro intitulado: “A abolição do homem”, que de certa forma, acabou sendo um tanto profético com relação ao século XXI. O autor postula que toda civilização provém de um único centro e daí a importância de basear todos os julgamentos que se fazem no que ele chama de Tao, ou seja, naquilo que historicamente e em diferentes tradições morais tem sido considerado “bom e verdadeiro”, tendo em vista a objetividade, o que é verdadeiro e falso, em relação ao universo e ao que somos.
A ordem natural inspira a razão com respeito ao nosso comportamento. Nenhuma emoção ou sentimento tem lógica intrínseca, mas podem ser razoáveis ou não, dependendo do motivo. Emoções e sentimentos devem ser adaptados à razão. Nesse sentido, Aristóteles afirma que o propósito da educação é garantir que o estudante tenha preferências pelo apropriado, sendo dever do educador ajudar este aluno a eliminar sentimentos falsos e criar o hábito com sentimentos justos. Essa agradável sensação que o homem tem ao exercer o poder sobre si mesmo, e de autodomínio, pode também resultar do poder que "alguns homens" têm sobre "outros homens" e aqui reside o problema.
A educação e a cultura, ao longo da história da humanidade, buscaram exercer esse poder. A geração atual, exerce um poder sobre os homens das gerações futuras, um poder que, ao invés de torná-los mais fortes, os enfraquece e os afasta da lei natural, do Tao, deixando-os indefesos contra os grandes manipuladores. De acordo com C.S. Lewis, os homens que planejam e manipulam contam com o poder do Estado onicompetente e de uma alta tecnologia científica, com a qual podem moldar os homens como almejam.
Para C.S. Lewis, o empreendimento mais sério no campo do mágico e do científico surgiram do mesmo impulso nos séculos XVI e XVII. Porém, há algo que separa a magia e a ciência aplicada, da "sabedoria" de outros tempos. Para os sábios da antiguidade, o principal problema era como conformar a alma à realidade e a solução era o conhecimento, a autodisciplina e a virtude.
O problema com a magia ou ciência aplicada é tentar fazer com que a realidade se adapte aos desejos do homem, tendo como instrumento a técnica ao ponto de fazer coisas que antes eram tidas como indecentes ou ímpias, por exemplo, construir uma bomba atômica, cujo poder destrutivo permite ao homem exercer um domínio sobre bilhões de outros homens. Dessa forma, todo poder conquistado pelo homem é também um poder sobre o homem.
Os homens que “planejam e manipulam”, são aqueles que desejam dar à humanidade a forma que bem entendem, que desejam controlar os valores e planejar como formar as consciências. Como consequência e paradoxalmente, não haverá homens infelizes, pois não serão homens e sim zumbis, dessa forma a última conquista do homem será a abolição do homem”!
O mal comum, observado por Ellacuria, leva na atualidade à “abolição do homem”, que segundo São Paulo é o templo de Deus. Desse modo, a abolição do homem significa a abolição de Deus - da verdade mais importante. A única forma de sair desta caverna obscura (Platônica) na qual fomos sometidos, é observando e seguindo a luz que nos brinda a carta Encíclica do Papa Francisco: Fratelli Tutti (2020) que representa um chamado de Cristo para nossos tempos.
[1] YUNES, R.A. Pecado original: uma nova visão histórico-evolutiva. Sintropy 2017, n ° 1,43-56
[2]TAYLOR S. A queda. 2ed, Ed La Llave, DH Espanha. 2010.
[3] ELLACURIA, I. Filosofia da realidade histórica. Editores UCA, San Salvador, 1989, Ignácio foi reitor da Universidade Católica de El Salvador, na América Central, martirizado por sua fé e vida cristã.
[4] ELLACURIA, L. Ética Fundamental, Ed:“ Cursos Universitários - UCA”, San Salvador, 2009
[5] PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti: Sobre a fraternidade e a amizade social. Ed. Paulus, Brasil, 2020.
[6] Fratelli tutti eram as palavras de São Francisco de Assis quando se dirigia a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com o sabor do Evangelho. Ele os convidava a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; e assim declarava: feliz quem ama o outro, “o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si”. Uma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas sem distinção.
[7] POLANYI, K. A Grande Transformação. Crítica do Liberalismo Econômico" Ed: Barcelona, 2007
[8] CASANOVAS, G. Bens fictícios. Recuperando Polanyi para o século XXI. Ed: Cristianisme i Justicia, Barcelona, 2019
[9] Expressão em francês que simboliza o liberalismo econômico na versão mais pura de capitalismo, de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência, sem taxas nem subsídios, apenas com regulamentos suficientes para proteger os direitos de propriedade.
[10] Conceito da ciência econômica que se refere ao homem econômico racional, ou seja, o indivíduo que toma todas suas decisões com base na racionalidade. Definido como alguém que evita trabalho desnecessário, ele consegue sempre maximizar sua riqueza.
[11] LEWIS, C.S. A abolição do homem. Ed. Encuentro, Espanha, 2007