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Economia de Francisco. "As economias do cuidado cuidarão da Terra e das futuras gerações". Entrevista com Vandana Shiva

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20 Novembro 2020

A Economia de Francisco tem como objetivo se confrontar entre empresários, prêmios Nobel e cientistas de diversas nacionalidades e crenças, para a criação de um novo modelo de economia. Uma das palestrantes do evento será Vandana Shiva, entrevistada pelo L’Osservatore Romano. Shiva é da Índia, é física quântica, ativista e ambientalista, entre os principais especialistas internacionais em ecologia social e membra do Fórum Internacional sobre a Globalização. Está previsto que dê um discurso no evento na sexta-feira 20 de novembro.

A entrevista é publicada por Vatican News, 19-11-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Vandana Shiva lutou para mudar as práticas e paradigmas da agricultura e da comida. Entre as áreas nas quais Shiva contribui intelectualmente e através de campanhas, encontram-se os direitos de propriedade intelectual, biodiversidade e bioética. Mesmo assim, ajudou organizações de luta social do Movimento Verde na África, Ásia, América Latina, Irlanda, Suíça e Áustria com suas campanhas contra a engenharia genética.

Eis a entrevista.

Certamente teve a oportunidade de ler a encíclica Laudato Si’, do papa Francisco. Qual foi a sua impressão?

Não somente li a encíclica Laudato Si’ como também participei no diálogo do Vaticano sobre como redefinir a economia e ir mais além da economia da indiferença. Quando li a Laudato Si’ senti como se estivesse lendo nossos antigos textos védicos, especialmente Atharvaveda, sobre nosso dever de ter respeito sobre a Terra e todas suas criaturas.

O que espera do evento de Assis?

O evento estava programado para março, antes da covid, antes do confinamento. Dada a crise ecológica, a crise da desigualdade social e econômica, considero que este evento é muito importante. Inclusive em março estava claro que necessitamos uma economia do dar e compartilhar para o bem-estar de todas as criaturas em nossa casa comum. Com a covid-19 e o confinamento a “Economia de Francisco” se tornou um imperativo ético e ecológico para a sobrevivência e o bem-estar do planeta e das pessoas. Estou desejando participar.

Como as religiões ajudam a recuperar o contato autêntico com a Criação? Pode ser um obstáculo uma percepção diferente da origem e da teologia da Criação?

No fundo, todos os credos nos ensinam a cuidar da criação com os demais. Nenhuma fé diz para destruirmos a terra ou que desejamos que nossos vizinhos morram de fome. As histórias sobre a criação podem ser diferentes, porém o dever de criar é comum. As religiões centram-se no dever e nos unem em nossa humanidade comum. Uma política de divisões e mandamentos cria contrastes. Para mim, os ensinamentos de Isha Upanishad e Gandhi são de grande importância para compreender os limites ecológicos e as condições ecológicas dos dons da Terra.

Sintetizando os ensinamentos de Isha Upanishad, Gandhi recorda-nos que “A Terra tem o suficiente para as necessidades de todos, porém não o suficiente para a ganância de poucos. O primeiro mantra do Isavasya Upanishad diz:

“Isavasyam idam sarvam yat kim ca jagatyam jagat, tena tyaktena bhunjitha, ma gridhah kasyasvid dhanam" (Isa 1) [O universo e a terra estão impregnados do divino e são para o benefício de todos os seres vivos. Devemos desfrutar dos dons da Terra através da renúncia, não através da ganância pela posse e exploração. Tomar mais do que nos corresponde para satisfazer nossas necessidades é um roubo contra outras espécies, outros seres humanos e o futuro].

Em um mundo interligado que regenera a vida, tomar mais do que nos corresponde violando os limites ecológicos da regeneração cria uma crise ecológica e viola os limites éticos da justiça, cria escassez, pobreza e fome na sociedade. Quando os poderosos tomam mais dos dons da Terra através dos modelos de consumo e produção extrativista impostos por eles, há menos para os demais. Em um mundo baseado na ganância, em tomar sem dar, “mais é menos”. Quanto mais ricos, multimilionários e poderosos, menos significa para a Terra e para as pessoas.

Você fundou, há muitos anos, o movimento Navdanya, para a proteção das sementes autóctones das patentes das multinacionais. A que ponto vai esta “batalha”?

Fundei a Navdanya porque não podia aceitar a mentira das multinacionais de que a semente é como uma máquina que inventaram e, por isso, têm a patente. Em minha opinião, isso é uma violação da integridade da criação e de seus organismos vivos. OGM (Organismo Geneticamente Modificado) significa, para as empresas, “God Move Over” (Deus, vá embora). Agora somos nós o Criador. Agora somos deuses. Para mim, Navdanya é o meu serviço à criação e aos direitos comuns dos agricultores. Criamos 150 “bancos comunitários de sementes”, contribuí com as nossas leis que dizem que as plantas, animais e sementes não são invenções humanas e, portanto, não são patenteáveis. Ajudei a redigir leis que reconhecem os direitos dos agricultores. Hoje, as empresas de biotecnologia e bilionários querem criar agricultura digital e agricultura sem agricultores. Eles querem substituir o alimento real e o pão da vida por alimentos de laboratório patenteados. A pobreza, a fome e as doenças crônicas são o resultado da ganância de empresas que injetam venenos e produtos químicos para cultivar e processar alimentos.

Agora se tenta criar alimentos artificiais e falsos em laboratório e patentear todas as etapas do processo, contribuindo para novas atividades extrativas e uma maior crise alimentar e de saúde. Cada passo para uma maior extração, para a complicação dos procedimentos, para a manipulação, para a concentração, cria mais demanda pelos recursos da Terra e priva outras espécies e outras pessoas de uma partilha justa. Neste momento, as comunidades Navdanya enfrentam o novo desafio de proteger sua soberania alimentar, sua soberania do conhecimento, sua soberania econômica. Agora devemos criar “bancos comunitários de sementes” para proteger as sementes da vida, alimento para a vida, meios de subsistência rurais e a santidade dos alimentos.

Como podemos convencer as multinacionais a abandonar a lógica do lucro?

A ganância e o poder tornam os bilionários que controlam as grandes corporações cegos e surdos. Não acho que precisamos convencê-los. Precisamos estar convencidos, como indivíduos e comunidades, de que devemos tomar medidas para amar e proteger a terra, ter compaixão por todas as criaturas, para compartilhar. Encontrar alternativas baseadas em dar e compartilhar cria prosperidade compartilhada e nos livra do controle de grandes negócios.

Você está otimista?

Sou otimista, porque todos os dias guardo e planto sementes de esperança, sementes de resistência.

Em alguns casos, a tecnologia parece permitir que os países mais pobres e com características desfavoráveis possam cultivar da mesma forma e, assim, aliviar sua pobreza. Na sua opinião, neste caso, é correto recorrer à tecnologia ou, em todo caso, é melhor escutar a Terra, quando ela nos diz que um determinado local não é destinado, segundo a natureza, ao cultivo?

Nas últimas quatro décadas, estudei as tecnologias impostas a países como o meu com a motivação de que isso geraria crescimento e eliminaria a fome e a pobreza. Eu fiz um livro sobre a “Revolução Verde” que criou novos mercados para a indústria de fertilizantes, destruiu solo e água e contribuiu para a mudança climática, deixando os fazendeiros presos em dívidas. Os OGMs foram introduzidos com o mesmo fundamento. Eles deixaram um rastro de dívidas e suicídios e, embora tenham sido vendidos como uma tecnologia milagrosa de controle de pragas, não conseguiram controlar as pragas. Centenas de agricultores morreram de envenenamento por pesticidas... Tecnologia significa ferramentas. As ferramentas devem ser avaliadas e escolhidas com responsabilidade. As ferramentas são meios para melhorar o bem-estar de acordo com as leis da ecologia.

Os barões das Big Tech estão tentando elevar as ferramentas pelas quais eles obtêm superlucros, levando nossos dados e patenteando tudo – nossas sementes, nossos alimentos, nossas informações – para uma nova religião. Ferramentas e tecnologias estão se tornando o fim, e a humanidade e a terra estão sendo reduzidas a meios. Os humanos são definidos como “tecnologia não desenvolvida”, que precisa ser aprimorada para se tornar um apêndice das máquinas. Alimentos reais e nutritivos são definidos como “tecnologia não desenvolvida” que será aprimorada por meio de alimentos de laboratório, alimentos artefatos. Precisamos colocar ferramentas e tecnologia no lugar, como um meio para fins superiores.

O que opina dos diferentes movimentos de defesa do meio ambiente que surgiram nos últimos anos na Europa, por exemplo, o movimento juvenil Fridays for Future?

Qualquer movimento é bem-vindo. Meus esforços sempre foram para unir diferentes crenças, classes, gêneros, raças para buscar nossa humanidade comum ao enfrentarmos a injustiça. Proteger a terra é o dever de todos. As economias do cuidado cuidarão da Terra e das futuras gerações.

Que papel desempenham as mulheres na transição ecológica?

Como física-quântica tenho um papel. Não subscrevo o essencialismo. Minhas experiências de vida ensinaram-me que as mulheres foram deixadas para cuidar de suas famílias e comunidades. O trabalho de assistência foi considerado como não laboral, desprezado e menosprezado. Porém, seja a pandemia, ou o chamado a regenerar a terra ou a cuidar das comunidades que enfrentam a fome, o desemprego e a pobreza, a experiência e a dedicação das mulheres, que assistem, guiarão a transição ecológica. Cada movimento ecológico que participei foi liderado por mulheres. As mulheres nunca esquecem como se cuidar. Podem ensinar a todos, o valor do cuidado, da assistência, do amor e da compaixão.

 

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