Por: André | 20 Dezembro 2013
Cientistas mexicanos denunciaram, na quarta-feira, 18 de dezembro, as “pressões das multinacionais” a favor do milho transgênico, após a retirada de um estudo do cientista francês Gilles-Eric Séralini sobre a toxicidade dos órgãos geneticamente modificados (OGM).
A reportagem está publicada no jornal francês Le Monde, 19-12-2013. A tradução é de André Langer.
A decisão tomada em novembro pela direção da revista científica Food and Chemical Toxicology de retirar da sua publicação este estudo “carece de fundamentos científicos e responde às pressões das multinacionais que comercializam os OGM”, afirmou Elena Alvarez-Buylla, membro da União de Cientistas Comprometidos com a Sociedade (UCCS).
O controverso estudo do cientista francês, demonstrando a toxicidade do milho OGM NK603 produzido pelo grupo americano Monsanto, foi publicado em novembro de 2012 antes de ser retirado um ano depois. Em fins de novembro, em uma coletiva de imprensa no Parlamento Europeu, Séralini destacou que a decisão da revista se dava após “a entrada no comitê editorial de Richard Goodman, biólogo que trabalhou muitos anos na Monsanto”.
“Não conclusivo”
A retirada pela FCT deste estudo foi decidida não porque seus resultados estavam incorretos, mas porque “não eram conclusivos”, destacou a UCCS. “Mas a ciência não é conclusiva. A ciência permanentemente se autocorrige e se completa e raramente chega-se em um estudo a resultados definitivos”, disse Omar Arellano, membro da mesma organização e pesquisador em ecotoxicologia da Universidade Nacional Autônoma do México.
“É alarmante que um editor e um grupo secreto de pessoas tomem decisões sobre uma publicação previamente aprovada por pares, com um impacto potencial tão importante”, sentenciou Arellano.
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OGM. Cientistas mexicanos denunciam as “pressões das multinacionais” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU