30 Julho 2020
“Não nos cansaremos de buscar a verdade sobre o Pe. Paolo, sobre a sua vida e sobre esses sete anos que ainda esperam ser esclarecidos.” Foi o que afirmou o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, em uma videomensagem enviada à coletiva de imprensa realizada nessa quarta-feira, em Roma, na sede da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), convocada aos sete anos do desaparecimento do Pe. Paolo Dall’Oglio na Síria.
A reportagem é publicada por Servizio Informazione Religiosa (SIR), 29-07-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Foi uma recordação “afetuosa” de Sassoli, para o qual “recordar a figura do Pe. Dall’Oglio a sete anos da sua última aparição, em Raqqa, é um dever que temos como comunidade para não dispersar o grande patrimônio civil, social e cultural que até agora acompanhou a sua vida. Devemos levar em frente a sua mensagem, para segui-la e torná-la sempre atual: estamos todos unidos por um destino único e de cidadania global”.
O presidente do Parlamento Europeu enfatizou “a oração, uma forte leitura da contemporaneidade e uma grande confiança nos homens”, três peculiaridades do jesuíta romano, “um incansável homem de fé, de fortes convicções que lhe permitiram levar em frente o seu objetivo e não se render diante dos obstáculos que encontrou”.
O Pe. Dall’Oglio, acrescentou Sassoli, “é uma figura extremamente contemporânea e atual, na qual podemos refletir os valores fundamentais do nosso projeto europeu, baseado na diversidade, na pluralidade, no diálogo, conceitos essenciais para a promoção em qualquer lugar do mundo da cultura da convivência, da reconciliação entre comunidades e religiões, princípios que devemos fortalecer cotidianamente”.
O padre Federico Lombardi, presidente da Fundação Ratzinger, também se pronunciou na coletiva de imprensa: “Paolo é para nós o compromisso dos religiosos que são mártires, que continuam inspirando muitíssimos outros na linha e no compromisso deles, e também das pessoas, em particular dos muçulmanos, com as quais ele soube nos ensinou a dialogar e a ser solidários na busca da justiça e da paz”.
“A sua memória – disse o Pe. Lombardi – está viva, é uma presença que inspira, de ideias e pensamentos profundos, de coragem e compromisso que nos ajuda a encontrar caminhos de diálogo, justiça, paz e aprofundamento.”
O prefeito do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, Paolo Ruffini, falou sobre a “defesa da verdade a ser conservada e transmitida”, afirmando que “cabe também aos jornalistas fazer com que a comunicação seja um instrumento para construir e não para destruir, para nos encontrarmos e não para nos confrontarmos, para orientar e não para desorientar. Conservar e transmitir os valores da paz, que foi o que o Pe. Paolo fez no Ocidente e no Oriente. Ele fez isso contando a uns a história de outros”.
Palavras confirmadas por Asmae Dachan, jornalista ítalo-síria, na sua recordação do Pe. Dall’Oglio, na conclusão da coletiva de imprensa: “Para nós, muçulmanos na Itália, que estudamos e vivemos na Itália e nos sentimos filhos de ambas as culturas, o Pe. Paolo abriu um caminho que nos leva de volta ao título de um dos seus livros: ‘Apaixonados pelo Islã, crentes em Cristo’. A sua figura é relevante não apenas para o diálogo inter-religioso, mas também para o futuro da Síria. Por isso, é importante buscar a verdade sobre o Pe. Paolo e sobre todos os desaparecidos. Se nos rendermos à ideia de que as coisas funcionam assim na Síria, deixaremos que milhares de famílias que esperam pela verdade sobre seus entes queridos permaneçam na angústia”.
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“Não nos cansaremos de buscar a verdade sobre o Pe. Dall’Oglio”, afirma presidente do Parlamento Europeu - Instituto Humanitas Unisinos - IHU