Morreu Georg Ratzinger, o irmão de Bento XVI

O Papa Bento XVI ora com seu irmão, dom Georg Ratzinger, em sua capela particular no Vaticano (Foto de arquivo | Vatican Media)

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

02 Julho 2020

Georg Ratzinger, músico e professor de coral, acabou falecendo. O irmão mais velho de Bento XVI morreu nesta quarta-feira. Ele tinha 96 anos e estava doente há tempo. Ele vivia em Regensburg, a cidade onde passou a maior parte de sua longa vida. Nos últimos dias Joseph Ratzinger foi de surpresa visitá-lo com um avião que decolou rumo a Munique de Ciampino. Os dois eram muito próximos. Eles se tornaram sacerdotes no mesmo dia.

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 01-07-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Georg foi diretor do coro de vozes brancas na catedral de Regensburg por anos. Realizou centenas de apresentações em todo o mundo, participando de encontros internacionais de coral de música sacra nos Estados Unidos, Escandinávia, Canadá, Taiwan, Japão, Irlanda, Polônia, Hungria, Itália e na Cidade do Vaticano. Ele também se apresentou muitas vezes na Alemanha e na vizinha Áustria. No comando do coro, efetuou inúmeras gravações para os selos Deutsche Grammophon, Ars Musici e outras importantes gravadoras, com vastas produções dedicadas a Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Heinrich Schütz, Felix Mendelssohn e muitos outros.

Segundo a investigação de 2017 conduzida pelo advogado Ulrich Weber, encarregado pela Igreja Católica de esclarecer o caso, durante sua direção do coral foram cometidos episódios de violência física, mental e sexual contra menores, dos quais ele teria tido conhecimento. O relatório acredita que ele não tenha tomado providência para impedir os fatos.

Em uma entrevista em 2010, ele admitiu que deu alguns bofetões em menores durante os primeiros anos em que era o diretor do coral. Ele também lembrou que alguns garotos durante as turnês lhe contaram sobre incidentes de violência. No entanto, ele disse que suas histórias não o levaram a pensar que "tinha que intervir de alguma maneira". Entre outras coisas, explicou, a escola preparatória onde os abusos teriam ocorrido é um instituto separado e não há como intervir em sua gestão.

Em 2011, entrevistado por uma revista alemã, Georg Ratzinger disse: "Se ele não tem mais condições do ponto de vista de sua condição física, meu irmão deveria ter a coragem de se demitir". Foi o próprio Georg entre as primeiras a tomar conhecimento da decisão histórica do papa em renunciar ao ministério petrino por razões relacionadas à idade. "A idade pesa - ele comentou -. Meu irmão quer mais tranquilidade na velhice".