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Epidemia e crise social. Artigo de José de Souza Martins

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31 Março 2020

"As justificativas geopolíticas alegadas, na campanha dos candidatos vencedores da eleição de 2018, poderá revelar-se, ao fim da pandemia, a geopolítica da morte, do descarte daqueles que não tiveram acesso a UTI, nem a tratamento, nem à recompensa dos cuidados, na adversidade, por uma vida de trabalho na produção da riqueza social. O peneiramento definirá a consciência política da crise", escreve José de Souza Martins, sociólogo, pesquisador Emérito do CNPq e da Faculdade de Filosofia da USP, membro da Academia Paulista de Letras e autor de A Aparição do Demônio na Fábrica (Editora 34). O artigo foi enviado pelo autor.

Segundo o sociólogo, "quando setembro chegar e as mudanças sociais e culturais decorrentes da pandemia já tiverem se tornado realidade, haverá consequências políticas. No limite, a maior poderá ser a de que teremos um governo desamparado pela sociedade. A sociedade de setembro de 2020 já não será a sociedade de outubro de 2018. Seus valores de referência serão outros, seus sentimentos outros, suas crenças outras. O governo estará lá atrás e a sociedade lá na frente".

Eis o artigo.

Esta epidemia a Covid-19 terá consequências socialmente duradouras, como já aconteceu, em várias sociedades, em outras situações de pânico e em situações de guerra. Nesses momentos, as insuficiências, fragilidades e limites de uma sociedade ficam expostos e motivam o despertar do lado crítico da consciência social.

Reinterpretações até radicais substituem a passividade do senso comum. Emerge a possibilidade de transformações sociais necessárias à correção dos problemas de organização da sociedade revelados pelas ocorrências inesperadas. Pandemias são expressões, também, da fragilidade social e da limitada durabilidade das estruturas sociais. Se elas não se renovam na vida cotidiana, se a sociedade não se reproduz, o vazio expõe os carecimentos radicais que promovem a revolução das inovações sociais profundas que possa resolvê-los.

Nossa sociedade ainda não se deu conta da extensão das mudanças sociais que decorrerão da pandemia, tanto na enfermidade quanto nas fantasias que alcançarão a mentalidade popular e as normas sociais com elas relacionadas. São as racionalizações para explicar o inexplicável, tentativas de senso comum para adivinhar causas e fatores das ocorrências e reagir a eles.

Tardiamente, descobriremos, em comparação com países prósperos, alcançados pela pandemia, que a cópia de modelo econômico aqui implantada em 1964 permitiu à economia brasileira produzir lucros de primeiro mundo graças à remuneração do trabalho de terceiro mundo. Relativizaram-se os direitos sociais, o que vem sendo completado no governo de Jair Messias. Implantou-se no país um capitalismo imprevidente e sem horizontes. O empresariado não é inocente nesse equívoco lucrativo, mas anticapitalista. Não foi capaz de construir um capitalismo que, para sê-lo, não pode ser imprevidente, não pode desconhecer o direito de todos a uma quota-parte dos frutos do trabalho social.

As justificativas geopolíticas alegadas, na campanha dos candidatos vencedores da eleição de 2018, poderá revelar-se, ao fim da pandemia, a geopolítica da morte, do descarte daqueles que não tiveram acesso a UTI, nem a tratamento, nem à recompensa dos cuidados, na adversidade, por uma vida de trabalho na produção da riqueza social. O peneiramento definirá a consciência política da crise.

A pandemia nos dirá o que somos porque anulará a eficácia das máscaras sociais de que a sociedade moderna carece para parecer o que não é, para legitimarse, desde que nelas acreditemos. A Covid-19 as derreterá. Nossa inautenticidade de sobrevivência será corroída pelo vírus invisível. O próprio rei já está nu.

Uma das várias consequências de desastres como esse é a de anular a relevância das certezas, mesmo de muitas certezas científicas. São desastres que anulam o sentido de normas e valores sociais, das referências da conduta costumeira.

A primeira tendência é a da desagregação da ordem social, o que, em decorrência pode desagregar a ordem econômica e a própria ordem política. É pouquíssimo provável que a sociedade contemporânea, como a conhecemos, sobreviverá ao poder destrutivo do vírus. De vários modos, a sociedade já será outra daqui a seis meses. Nesse meio tempo, terá ela inventado novas regras sociais, novos hábitos, redefinirá prioridades. Relativizará referências que nos regulam há, pelo menos, três gerações. O que valia ainda no outro dia já terá deixado de valer. O modo de vida de classe média a que estamos acostumados, nestas horas, já estará reformulado.

A raiva de classe média que sustentou a irresistível ascensão de Jair Messias ao poder terá sido derrotada pelos sentimentos comunitários que estão renascendo intensamente sobre as cinzas da sociedade que renunciou aos seus deveres na eleição de outubro.

Quando setembro chegar e as mudanças sociais e culturais decorrentes da pandemia já tiverem se tornado realidade, haverá consequências políticas. No limite, a maior poderá ser a de que teremos um governo desamparado pela sociedade. A sociedade de setembro de 2020 já não será a sociedade de outubro de 2018. Seus valores de referência serão outros, seus sentimentos outros, suas crenças outras. O governo estará lá atrás e a sociedade lá na frente. Isso valerá tanto para o presidente da República, quanto para senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais.

Sob outro tipo de catástrofe, algo parecido já havia derrubado o petismo. O escândalo do mensalão corroeu a base moral do PT e do sistema partidário. Apesar das reeleições, tanto de Lula em 2006, quando de Dilma, a sociedade já se distanciara deles, o que se evidenciou nos movimentos de rua de 2013. Bolsonaro também poderá provar o gosto da ruptura agora.

 

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