02 Agosto 2017
A nomeação anunciada nesses dias do frei Gabriele Faraghini, romano, 51 anos, como novo reitor do Pontifício Seminário Romano Maior marca uma mudança de direção decidida na diocese confiada há poucos meses ao novo vigário Angelo De Donatis, sucessor do cardeal Agostino Vallini.
A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 01-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Confiar a responsabilidade pela formação dos seminaristas romanos a um seguidor dos Pequenos Irmãos de Jesus Caritas, instituto religioso da família espiritual de Charles de Foucauld, significa pedir que Roma fale uma única língua, a do Evangelho dos pobres e dos últimos.
De Foucauld, bem-aventurado francês (1858-1916), explorador do Saara e missionário entre os tuaregues, foi apóstolo da fraternidade entre as diversas culturas, aquela mesma fraternidade que hoje Francisco pede que a Igreja assuma como própria. De Donatis, nesse sentido, interpretou bem os auspícios papais com uma primeira nomeação de traços inconfundíveis.
“A notícia sobre o pedido explícito do Papa Francisco de confiar ao frei Gabriele a orientação da formação dos futuros presbíteros no Seminário Romano foi, para a nossa pequena fraternidade, um ‘raio em céu azul’, sem dúvida, uma novidade que literalmente abalou a todos”, dizem os próprios Pequenos Irmãos de Jesus Caritas.
“A nomeação, que ocorreu no fim de junho, foi confirmada pelo Capítulo Geral da nossa congregação e anunciada oficialmente hoje, 31 de julho de 2017.”
O Seminário Maior de Roma desde sempre aspira a ser um farol na formação sacerdotal. Todo o mundo, em certa medida, tende a olhar naturalmente para Roma. E, assim, a chegada de Faraghini soa como um sinal muito claro. De Roma, aliás, partem muitos sacerdotes em missão pelo mundo, enquanto diversos padres saídos do Maior, depois, se tornaram professores universitários, bispos, responsáveis de dicastérios romanos e de escritórios da Conferência Episcopal Italiana.
A formação sacerdotal é um ponto-chave da revolução de Bergoglio, feita de caminhos que se abrem, de estradas para começar a caminhar. A entrada para os Pequenos Irmãos de Jesus Caritas, depois da ordenação no dia 16 de maio de 1992 em Latrão pelo então cardeal vigário Camillo Ruini, marcou o percurso de Faraghini.
Depois, a partida para a Terra Santa, em Nazaré, para o ano de noviciado. Em seguida, ele foi pároco em Limiti di Spello (1998-2005) e em Foligno (2005-2017). No Seminário Maior, ele sucede ao padre siciliano Concetto Occhipinti.
Durante o Capítulo Geral que acaba de concluir, ele apresentou uma conferência sobre ser um pequeno irmão presbítero na paróquia. “O segundo ponto – disse – é a gratuidade da presença. Viver em pura perda, sem compensações, apenas estando aí. O frei Charles de Jesus falava do anúncio do Evangelho com a vida, de evangelização por meio da amizade e da bondade. Imitar Jesus na vida cotidiana de Nazaré é estar em um lugar e compartilhar a vida com quem está lá. Fazer amizade com as pessoas: essa foi a atividade do frei Charles no deserto do Saara.”
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Papa Francisco confia os seminaristas de Roma a discípulo de Charles de Foucauld: nova reviravolta rumo à Igreja dos últimos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU