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02 Julho 2025

“Os impactos sociais e ambientais são maiores nos países do Sul Global. Esses países enfrentam problemas que vão desde a destruição de nascentes de água, desmatamento e poluição até doenças e violações dos direitos humanos. Além disso, os programas de remediação são frequentemente incompletos e ineficientes”. A reflexão é de Guillermo Barreto, doutor em Ciências, em artigo publicado por El Viejo Topo, 30-06-2025. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Em 10 de novembro de 1995, o escritor nigeriano Ken Saro-Wiwa foi executado em seu próprio país. Na época, eu morava na Inglaterra e me lembro de um comercial exibido na televisão. O comercial começava com uma mulher de 30 e poucos anos. Ela caminha por uma floresta usando botas e roupas de campo. Com água até os joelhos, ela carrega seu caderno de campo. Observa e faz anotações. A voz em off diz: “Ela se preocupa com a natureza, fazendo anotações e coletando dados que ajudarão a proteger a floresta”. A mulher sai da floresta e caminha em direção a um helicóptero. Enquanto sobe, a voz diz: “Ela não é contra a indústria do petróleo”. O helicóptero decola, e o logotipo da Shell pode ser visto na cauda. A voz conclui dizendo: “Ela é a indústria do petróleo”.

O comercial não era fortuito. Naquela época, o povo Ogoni, que habita o Delta do Rio Níger, lutava contra a mesma empresa, acusada de poluir suas terras, danificar suas plantações e impactar gravemente a saúde das comunidades. Desde 1990, o Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni, liderado pelo renomado escritor nigeriano Ken Saro-Wiwa, vinha travando uma campanha não violenta contra as operações da Shell, exigindo reparações pelos danos sofridos. O conflito se intensificou a tal ponto que o governo do general Sani Abacha ordenou a prisão do poeta, que foi condenado, sob falsas acusações, à morte por enforcamento, juntamente com outros oito companheiros. Isso ocorreu em 1995, enquanto a Shell exibia seu elegante anúncio na televisão britânica.

Esse conflito não terminou. Em 2011, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicou um relatório que descreve os impactos das operações petrolíferas no Delta do Níger e faz recomendações para sua limpeza e restauração. Em 2020, como a Anistia Internacional relatou na época, apenas 11% dos locais contaminados haviam sido tratados pelo programa de restauração e, no caso da Hyprep, a empresa que liderou a limpeza, foi acusada de conflitos de interesse, visto que a Shell estava envolvida em suas estruturas de gestão e supervisão.

Em fevereiro de 2025, a BBC relatou que o estado de contaminação na área estava longe de melhorar e suas comunidades permaneciam sem água potável, com solos improdutivos, impossibilidade de pescar e sérios problemas de saúde causados, entre outros, pelos altos níveis de produtos químicos presentes na água e no solo gerados pela indústria, como benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos.

O caso que descrevo é apenas um exemplo dos inúmeros conflitos socioambientais em que as empresas extrativistas transnacionais estiveram e estão envolvidas. O fato é que, para manter o crescimento do modelo econômico dominante, é necessário manter constantemente as operações extrativistas. De fato, apenas 7% das matérias-primas necessárias à indústria são recicladas. Os insumos necessários à indústria são extraídos diretamente da terra.

Uma parcela significativa dos projetos extrativistas é realizada por empresas transnacionais por meio do chamado investimento estrangeiro direto (IED). De acordo com dados recentemente fornecidos pela UNCTAD, esses investimentos atingiram US$ 1,4 trilhão em 2024 e espera-se um crescimento moderado em 2025. O setor extrativista (petróleo, gás, mineração) compreende uma parcela significativa dos investimentos, embora os setores de eletrônica e telecomunicações, que não aparecem como atividades extrativistas, mas são altamente dependentes da extração de minerais e terras raras, também devam ser incluídos.

Segundo economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), tais investimentos são positivos porque utilizam tecnologias mais limpas, assim como técnicas e procedimentos mais eficientes que beneficiam o país receptor, tanto suas comunidades locais quanto a natureza. Uma visão oposta sugere que tais investimentos buscam oportunidades apenas em países com vantagens competitivas, leis ambientais flexíveis, mão de obra mais barata e incentivos fiscais. O resultado são impactos ambientais e sociais, que incluem deslocamentos forçados, repressão, prisões e assassinatos de líderes comunitários que, como Berta Cáceres em Honduras ou Chico Mendes no Brasil, enfrentaram essas empresas, muitas vezes ao abrigo de governos frágeis e subservientes a interesses transnacionais.

Um estudo recente de Marcelo Llavero-Pasquina, da Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha, fez revelações muito interessantes sobre o papel das corporações multinacionais como agentes nos principais conflitos socioambientais que ocorrem ao redor do mundo. Neste estudo, o pesquisador consultou a base de dados do Atlas Global de Justiça Ambiental (EJAtlas), o maior repositório de informações sobre conflitos socioambientais disponível. Aí, ele teve acesso a 3.388 conflitos e 5.500 empresas envolvidas. Setenta e três por cento dos conflitos começaram depois de 2000, e apenas 4% tinham acabado, indicando que a maioria dos conflitos ainda estava ativa.

A análise revelou que a maioria dos conflitos ocorreu em países de baixa e média renda no Sul Global e envolveu empresas sediadas em países de alta renda (Norte Global). No total, 104 empresas estiveram envolvidas em 20% dos conflitos, ranking liderado pela empresa com o maior número de conflitos, a Royal Dutch Shell (98 conflitos), seguido pela Total Energies (58) e pela Chevron (51). Entre as 10 principais, destaca-se a petrolífera Exxon Mobil, envolvida em graves conflitos em Moçambique e atualmente atuando como agente proxy na tentativa de exacerbar o conflito entre a Venezuela e a Guiana.

Os impactos sociais e ambientais são maiores nos países do Sul Global. Esses países enfrentam problemas que vão desde a destruição de nascentes de água, desmatamento e poluição até doenças e violações dos direitos humanos. Além disso, os programas de remediação são frequentemente incompletos e ineficientes, como no caso relatado aqui no Delta do Rio Níger. As informações analisadas demonstram que isso é especialmente verdadeiro nos casos em que as corporações envolvidas são estrangeiras, evidenciando a profunda injustiça de um sistema que baseia suas operações na extração contínua de recursos da terra, gerando imensos lucros para essas corporações, mas que externaliza os custos dessa atividade, que são absorvidos pelos países do Sul Global. É um ciclo que envolve um fluxo constante de riqueza do Sul Global para o Norte Global.

Lutas como as travadas pelo povo Ogoni, da Nigéria, fazem todo o sentido e apontam para os verdadeiros responsáveis pelos múltiplos conflitos socioambientais que presenciamos. Este ano completa-se o 30º aniversário da execução de Ken Saro-Wiwa. Que seu sacrifício nos lembre que a luta por justiça ambiental é a luta pela terra, pela independência dos povos e por um mundo onde a vida, e não o capital, seja a prioridade.

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