30 Setembro 2024
Continua a escalada do terror regional imposto por Israel, que já encurralou Gaza e parte da população libanesa, vítimas dos atentados desde 7 de outubro de 2023. Depois dos ataques deste fim de semana no Líbano, que acabaram com a vida do líder do Hezbollah Hassan Nasralah e o comandante da frente sul, Ali Karaki, os mortos e mortos do lado libanês já contam aos milhares, concretamente 1.640, segundo os dados fornecidos pelas autoridades libanesas, entre eles 104 meninos e meninas. As autoridades libanesas afirmaram que entre 16 e 27 de setembro, quando Israel intensificou os seus ataques ao Líbano, morreram pouco mais de mil pessoas.
A reportagem é publicada por El Salto, 29-09-2024.
Entretanto, em Gaza, o número de assassinatos cometidos pelo exército israelense não para de aumentar. Enquanto as atenções se voltam para o Líbano, as autoridades da Faixa de Gaza contabilizaram este domingo quase 41.600 palestinos mortos, 41.595 para ser exato, enquanto outros 96.251 ficaram feridos desde o início da ofensiva. Nas últimas 24 horas, disseram, nove pessoas morreram e 58 feridos chegaram aos hospitais de Gaza.
A estes números devem acrescentar-se mais de 700 palestinos mortos às mãos das forças de segurança israelenses e em ataques perpetrados por colonos judeus na Cisjordânia desde 7 de outubro.
“As famílias não têm outra escolha senão viver junto ao lixo acumulado, expostas ao mau cheiro e à ameaça de um desastre sanitário iminente. As condições de saúde e de vida em Gaza são desumanas", declara a UNRWA
Com a desculpa de acabar com o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, Israel comete uma matança indiscriminada denunciada por entidades das Nações Unidas como a UNRWA, que este domingo no X presta atenção às montanhas de lixo que se acumulam em áreas de Gaza à medida que o esgoto escoa nas ruas, devido ao encerramento da fronteira e ao bloqueio da ajuda e dos serviços humanitários impostos por Israel. “As famílias não têm outra escolha senão viver junto ao lixo acumulado, expostas ao mau cheiro e à ameaça de um desastre sanitário iminente. As condições sanitárias e de vida em Gaza são desumanas”, salientam.
E o fato é que a população não está exposta à morte apenas pelos bombardeios, mas pela situação de abandono humanitário causada pelo bloqueio. “Gaza é um lugar que horroriza até os trabalhadores de ajuda humanitária mais experientes. No entanto, um milhão de crianças vivem ali, entre rios de esgoto que transportam poliomielite, em escombros infestados de roedores e répteis”, expressou Philippe Lazzarini, comissário geral da UNRWA, numa reunião ministerial de alto nível na ONU no passado dia 26 de setembro.
No Líbano o êxodo de pessoas já é um fato. De acordo com dados da ONU sobre Migração, mais de 211.319 pessoas foram deslocadas do Líbano entre outubro de 2023 e 25 de setembro de 2024, incluindo 74.000 crianças. Além disso, até 27 de setembro, 1.424 pessoas encontraram refúgio nos seus dispositivos de emergência.
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Israel amplia sua série de mortes: quase 41.600 assassinatos em Gaza e 1.600 no Líbano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU