21 Março 2023
Depois que o regime nicaraguense liderado por Ortega expulsou o núncio há um ano, na semana passada suspendeu as relações diplomáticas com a Santa Sé sem nenhum esclarecimento a esse respeito. Após a decisão, o Vaticano retirou o encarregado responsável Mons. Diouf, que havia permanecido na Nicarágua para cuidar dos negócios correntes. No último ano, a representação diplomática da Santa Sé havia sido confiada à embaixada italiana, como costuma ser feito nas relações internacionais em casos semelhantes.
O texto é de Marcello Neri, teólogo e padre italiano, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, em artigo publicado por Settimana News, 19-03-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
A suspensão das relações diplomáticas é o último passo, neste momento, de uma tensão crescente entre Ortega e a Igreja Católica, que veio na sequência das palavras de Francisco que, em entrevista, definiu o governo que lidera a Nicarágua como uma ditadura.
Numa breve cerimônia de saudação, o embaixador alemão na Nicarágua afirmou que, “juntamente com a Igreja Católica, os representantes diplomáticos da União Europeia na Nicarágua defenderão sempre os valores cristãos da liberdade, tolerância e dignidade humana”.
Enquanto isso, não há mais notícias de Dom Rolando Álvarez, que, após sua condenação a 26 anos, está na prisão política de La Modelo. O grupo de oposição Unidade Nacional pediu ao regime de Ortega “provas de que dom Rolando ainda está vivo".
A preocupação com o bispo de Matagalpa aumentou após a declaração em que Ortega definiu Álvarez de "um homem perturbado que precisa ser tratado".
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Nicarágua: nunciatura fechada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU