05 Dezembro 2020
"A Abrasco entende que devemos trabalhar prioritariamente com a expectativa de incorporação das duas vacinas para as quais há contratos de fornecimento e transferência de tecnologia para produção no país", escreve a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO, em posicionamento publicado em seu portal, 04-12-2020.
Neste momento, o desmonte do Ministério da Saúde mais uma vez cobra o seu preço, e a expressão mais importante desse fato é a dificuldade em apresentar, a tempo e a hora, um planejamento adequado para a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19. O desmonte não incide apenas nos preparativos para a vacinação anticovid, mas resulta da agressão orçamentário-financeira sobre o SUS como um todo, cujo pilar central é a emenda constitucional do teto de gastos.
Apenas em 1º de dezembro foi apresentado, a meias, um anêmico plano para a campanha nacional. Sua anemia decorre da falta de transparência, da timidez na proposição de metas e da covarde submissão da pasta à politização do tema das vacinas realizada pelo presidente da república. Esta última, expressa na lamentável omissão da vacina Coronavac/Butantan como uma das candidatas – no caso, essencial – a fazer parte da campanha.
Quanto à transparência, embora muitos especialistas tenham sido convidados a opinar, essa colaboração vem sendo cercada de desarticulação entre grupos de trabalho estanques e determinações de sigilo. Os temas dos grupos possuem grandes intersecções e a integração dos mesmos, essencial à construção de um todo coerente, tem passado ao largo dos colaboradores.
A Abrasco entende que devemos trabalhar prioritariamente com a expectativa de incorporação das duas vacinas para as quais há contratos de fornecimento e transferência de tecnologia para produção no país. No caso do acordo Fiocruz/AstraZeneca, estão programadas 100 milhões de doses. No caso do acordo e Coronavac/Butantan, 60 milhões de doses, ambos ao longo de 2021 e, eventualmente, além. Se for confirmado que a vacina da AstraZeneca aumentará sua eficácia com a aplicação de meia dose na primeira injeção, aumentaria a programação da Fiocruz para 130 milhões de doses. Deve ainda ser adicionada a esses números a reserva brasileira já adquirida na iniciativa COVAX/GAVI/OMS que poderia agregar mais cerca de 40 milhões de doses de uma das vacinas aprovadas pela COVAX.
Leia a nota na íntegra aqui.
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Posicionamento da Abrasco sobre a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU