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Processos de naturalização da morte e banalização da vida em tempos de Covid

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03 Dezembro 2020

"Penso que estamos num momento limite no qual corremos o sério risco de naturalização da morte criando uma cultura que banaliza a vida. Muitas pessoas estão agindo como se não houvesse 1.483.227 (mortes no mundo) e mais de 173 mil mortes no Brasil", escreve Vilmar Alves Pereira, filósofo, doutor em Educação pela Universidade do Rio Grande do Sul, bolsista de Produtividade do CNPq em Educação – Nível 2 e professor colaborador da Universidade Internacional do Cuanza – Angola e na Universidade Internacional Iberoamericana – UNINI (México e Porto Rico).

Eis o artigo.

Experiências cotidianas demonstram o quanto o ser humano naturaliza facilmente, ideias, hábitos, comportamentos, valores. Quando por vezes somos questionados sobre o porquê de agirmos dessa ou de outra maneira, com frequência ouvimos expressões como: “por que sempre foi assim!”. Na verdade, sabemos que na maioria das vezes nem sempre foi assim. Expressões como essas traduzem a nossa forma de nos adaptar ao novo e de assimilá-lo em nossa cultura. Muitas vezes sem nos darmos conta, quando menos percebemos, estamos agindo ou repetindo hábitos sem muitas vezes refletirmos sobre o porquê dessa ação. O fato é que vivemos em pleno século XXI grandes influências de uma cultura pragmatista na qual muitas vezes primeiro agimos para depois pensarmos sobre a ação. Nessa perspectiva, com muita facilidade nos adaptamos a comportamentos influenciados pelo meio, mídia, pelas tendências de momento, ou pelas exigências de um determinado período. A repetição frequente dessas práticas consiste em processos de naturalização de expressões culturais de um povo.

Em relação a pandemia da COVID-19, principal questão de nosso tempo, tenho observado com atenção movimentos de naturalização que vão desde pequenos hábitos até mesmo a naturalização da morte e banalização da vida. Em minha compreensão chegamos num ponto em que necessitamos trazer de volta as perguntas e indagações sobre o sentido da vida sob pena de estarmos abrindo espaços para emergência de uma cultura necrófila, insensível à vida.

Como tudo não ocorre jamais num vazio, na vida nem tudo é resultado de determinismos penso que podemos escolher movimentos de inserção crítica em favor da vida. Assim avalio que desde março, quando a pandemia da COVID-19 chegou no Brasil mudamos muitas rotinas que expressam esses movimentos e esforços de frearmos o seu avanço.

1. Isolamento

Por orientação dos órgãos de saúde tivemos um primeiro esforço que foi e que é ficarmos em casa. Difícil mudança para uma sociedade onde vivemos a maioria do nosso tempo fora de casa e o pouco tempo que temos em casa é para refazimento das energias para o retorno ao trabalho no outro dia. Foi muito difícil a adoção do chamado isolamento, para alguns e recolhimento para outros. Aquele primeiro momento, em março impactou todos nós. Vivíamos numa sociedade em que estar bem para muitos era “estar numa correria”. No entanto, por medo, e por necessidades paramos quase todos, ficando apenas os serviços essenciais em movimento e ativa.

2. Necessidade de cuidados

Outra exigência que chega junto com o isolamento é a necessidade de mais higienização, sendo o hábito de lavar as mãos diversas vezes ao dia o mais repetido. Essa exigência, entre outras, nos permitiu avaliarmos a necessidade de maior cuidado conosco mesmo. Somos uma sociedade em que cuidamos do sistema, mas esquecemos de nos cuidar. Contribui igualmente para reivindicações de uma Ética do Cuidado bem como de Pedagogias do cuidado, para o enfrentamento do sistema capitalista considerado pelos (as) ecossocialistas como um sistema de destruição e descuido com a vida. Nesse horizonte de cuidado, passamos a valorizar mais o cuidado com os alimentos que consumimos e fomos convidados refletir sobre o cuidado com os mais vulneráveis, os excluídos de todos os matizes. Importantes movimentos surgiram no início da pandemia com esse esforço de compreensão de que os mais vulneráveis são os mais atingidos nessa travessia.

3. Novo e Velho Normal

A medida que o isolamento avança, também avançam as necessidades do sistema de retorno a velhas práticas, mesmo que o número de mortes continue aumentando. Algumas mídias e os governos divulgam notícias que estampam a grande polarização criada pelo sistema. Salvar vidas ou salvar a economia. Elas são expressões antagônicas que dividem interesses e necessidades. É nesse contexto que vivenciamos a chegadas de expressões como novo normal, home office, ensino remoto juntamente com um conjunto e aparato tecnológico visando algumas adaptações sistêmicas pois, o sistema não pode parar.

Aos poucos vamos constatando que o que se pretendia como novo normal estampava práticas naturalizadas na cultura capitalista do velho normal. Estando internalizadas na vida da população não ocorrem processos de transição e de transformação para o novo, mas de adaptação aquilo que já era. Para além disso, ocorrem processos de precarização das relações, profissões, esvaziamentos de sentido, encolhimento nas relações democráticas e dialógicas e a perda de alguns referenciais de sociabilidade. Alguns diagnósticos vão demonstrar que muitos equívocos ocorreram por desconhecimento da grande desigualdade e pobreza que temos na América Latina. Um exemplo apenas, é que 224 milhões dos 650 milhões de habitantes não possuem internet. Nesse sentido a pandemia da COVID-19 coloca em nosso retrovisor realidades pretéritas que para muitos estavam na invisibilidade.

Os dados da CEPAL apontam para o aumento para quase 300 milhões de vulneráveis em situação de pobreza no continente. No entanto, à medida que pandemia avança, vão sendo reafirmada algumas constatações, dentre elas, é que a lógica financeira, extrativista, não entrou em quarentena. Junto a ela presenciamos inúmeras perspectivas necrófilas que colocam a vida num segundo plano. Dentre elas alguns indicativos de retorno as aulas presenciais sem condições básicas de segurança colocando em risco a vida de milhares de crianças, jovens e adultos, mineração, desmatamento e queimadas em diferentes países da América Latina.

4. O afrouxamento do cuidado e os processos de naturalização da morte e banalização da vida

Após a insistente defesa midiática do novo normal temos uma pausa onde se muda o foco para eleições municipais em todo o Brasil. Nesse contexto, ocorre uma diminuição significativa de alertas de cuidados, fala-se bem menos em alterações de bandeiras, e a propaganda eleitoral assume a centralidade da vida de milhares de pessoas. Enquanto isso, em diferentes partes do planeta nos alertam sobre a segunda onda da pandemia da COVID-19. O referido afrouxamento permite abertura de espaços de lazer e diversão dando a impressão de que “tudo está no seu lugar”. Muitos foram os alertas de especialistas para que a população não afrouxasse, no entanto, a população via seus líderes ou futuros líderes apertando a mão e dando abraços em eleitores repetidas vezes. O resultado disso tudo, por exemplo, foi o que vimos no estado do Rio Grande do Sul onde todas as regiões voltaram para a bandeira vermelha após o período eleitoral.

Penso que estamos num momento limite no qual corremos o sério risco de naturalização da morte criando uma cultura que banaliza a vida. Muitas pessoas estão agindo como se não houvesse 1.483.227 (mortes no mundo) e mais de 173 mil mortes no Brasil. A repetição cotidiana que ceifa a vida de milhares de humanos não deve ser vista como normal. Em minha opinião essa é uma tarefa que não deve estar restrita a alguns especialistas, mas a amplos movimentos coletivos que não aceitam o imperativo necrófilo e buscam alternativas de luta, defesa e cuidado permanente com a vida. Eu não vejo essa discussão como pauta meramente ecológica isolada. Ao contrário, ela consiste na principal questão política do nosso tempo. Está aí o exemplo de países vizinhos que tiveram perdas bem menores por adotarem práticas de cuidado mais educativas e por maior período. Fica como sugestão o desafio reflexivo como um convite a processos e reaprendizagens de uma cultura em favor da vida.

 

Referências:

CEPAL, Comissão Econômica para América Latina. A região tem subestimado a desigualdade. Disponível aqui. Acesso em novembro de 2020.

PEREIRA, Vilmar Alves. Como está sendo o agora: aprendizagens na travessia da pandemia da COVID-19. 1. ed. Campina Grande: AMPLLA, 2020. v. 1. 96p.

PEREIRA, Vilmar Alves. Qué será mañana?: Educación ambiental en américa latina y caribe, justicia ambiental y covid-19. 1. ed. Juiz de Fora: Garcia, 2020. v. 1.

PEREIRA, Vilmar Alves. O que será o amanhã? Educação ambiental na América Latina e Caribe, justiça Ambiental e COVID-19. 1. ed. Juiz de Fora: Garcia, 2020. v.1. 119p.

PEREIRA, Vilmar Alves; MADEIRA MALTA, Márcia Cristina Souza (Org.). Ontologia da Esperança: a Educação Ambiental em tempos de crise. 1. ed. Juiz de Fora: Editora Garcia, 2020. v. 1. 183p.

 

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