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Fala de Guedes sobre desmatamento contraria ciência e até 'mundo econômico' de Davos, diz cientista

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23 Janeiro 2020

O discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Econômico Mundial está na contramão não só das preocupações científicas globais, mas também do que tem manifestado o "mundo econômico" global entre os investidores, CEOs e lideranças internacionais presentes ao evento em Davos, na Suíça. Na terça-feira (21/01), Guedes afirmou que o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza.

A avaliação é do climatologista Carlos Afonso Nobre, que também está em Davos e participou nesta quarta-feira (22/01) do painel Um Futuro Sustentável Para a Amazônia, debatendo o tema ao lado do presidente da Colômbia, Iván Duque, do ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, e da naturalista Jane Goodall.

"O discurso do Paulo Guedes é muito desalinhado ao discurso do mundo econômico em Davos", afirmou Nobre, que conversou com a BBC News Brasil por telefone depois de participar do painel.

A reportagem é de Ligia Guimarães, publicada por BBC News Brasil, 22-01-2020.

Segundo ele, a gravidade dos incêndios na Austrália, que devastaram a costa leste australiana nos últimos meses, bem como episódios na Califórnia e na Amazônia, elevaram o tom da preocupação com o clima entre CEOs, presidentes de multinacionais e lideranças globais do agronegócio que participam do evento.

"Esse discurso vai muito na contramão da tendência mundial, esse discurso [de Guedes] que parece defensivo: 'eu sou contra o desmatamento, mas é mais importante eliminar a pobreza', mas não é verdade."

A declaração do ministro foi dada quando ele comentava a relação entre indústria e meio ambiente. "O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Eles [pessoas pobres] têm todas as preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas, que já lutaram suas minorias étnicas, essas coisas... É um problema muito complexo, não há uma solução simples", declarou Guedes.

A fala do ministro continuou a repercutir hoje e chegou a ser citada por Gore em referência indireta durante o painel. "Hoje é amplamente entendido que o solo da Amazônia é pobre. Dizer às pessoas no Brasil que elas vão chegar à Amazônia, cortar tudo e começar a plantar, e que terão colheitas por muitos anos, isso é dar falsa esperança a elas. Há, sim, respostas para a Amazônia, mas não esta."

A repercussão negativa fez até Guedes tentar se explicar nesta quarta-feira em reunião com presidentes de multinacionais.

Segundo reportagem do site do jornal Valor Econômico, o ministro da Economia disse em encontro fechado à imprensa que na fala de ontem referia-se ao fato de que as maiores cobranças ao Brasil vinham justamente de países que já destruíram suas florestas, por fome e desconhecimento de seus habitantes em outras épocas, ou por ataques a minorias étnicas. Mas que nenhum país, nem o Brasil, quer ver suas florestas destruídas.

"Agora falei certo?", perguntou Guedes a interlocutores na saída da reunião em que, segundo o jornal, havia executivos de empresas como Iberdrola, Enel, Mastercard e Corporación Améric.

Discurso defensivo

Nobre afirma que é possível perceber "claramente" que o mundo empresarial global se preocupa cada vez mais com a questão ambiental.

"O mundo econômico está muito preocupado que, nessa trajetória em que nós vamos, o meio ambiente está ameaçado e o mundo dos negócios está ameaçado."

Ele acrescenta que, cada vez mais, fala-se no mundo empresarial em "deforestation supply chain", algo que poderia ser traduzido amplamente como a preocupação com o impacto sobre as florestas dos produtos utilizados nas cadeias de suprimentos das grandes empresas.

"Já é uma boa notícia. Muito melhor isso do que alguém dizer, como disse nosso ministro da Economia, que o desmatamento é necessário para acabar com a pobreza na Amazônia. Pelo menos esse não é o discurso dos CEOs, das grandes corporações mundiais."

O cientista cita como exemplo da mudança de foco o fato de que, em seu 15º Relatório Global de Riscos, publicado neste ano, o Fórum Econômico Mundial afirma que, pela primeira vez desde que se começou a publicar o documento, todos os "principais riscos de longo prazo em relação à probabilidade" são ambientais.

Carlos Nobre tem amplo conhecimento do tema: ele é um dos principais cientistas brasileiros e tem importante papel como pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.

Embora tenha se formado em engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em 1974, interessou-se pela área do meio ambiente desde o quarto ano do curso. Ingressou em 1975 no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, e liderou a implementação do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), complexo conjunto de mais de 100 estudos multidisciplinares e integrados, voltados para entender o funcionamento dos ecossistemas amazônicos em função das alterações do clima e das provocadas pelo uso da terra.

Preocupação com incêndios da Austrália

Além de debater no painel de hoje, Nobre foi um dos integrantes de um painel ontem em Davos sobre os efeitos dos incêndios na Austrália sobre o clima global. Nobre diz que, embora incêndios sazonais sejam comuns na Austrália, a frequência e a ferocidade do fogo nos últimos anos alarmaram a comunidade internacional, inclusive as lideranças econômicas.

Na apresentação de ontem, em que ele participou de debate ao lado do ministro das Finanças da Austrália, Mathias Cormann, ele disse que é perceptível a mudança do tom do governo australiano em relação ao que se via até pouco tempo por parte do primeiro-ministro, Scott Morrison, que defende o setor do carvão independentemente dos efeitos sobre a natureza.

"Alguém pode falar 'ah, mas não é a mudança climática que causa incêndios. Os incêndios na Austrália são fenômenos naturais, causados por descargas elétricas que começam o fogo na vegetação seca, e essa vegetação seca, especialmente os eucaliptos, são totalmente adaptadas aos incêndios do passado'", diz.

"A comunidade aborígene da Austrália há 16 mil anos aprendeu a controlar os incêndios, eles monitoram, não deixam explodir. Mas isso eles sabiam sobre os incêndios do passado. Não os incêndios que estão se repetindo com essa velocidade, e com a ferocidade do que vimos esse ano, que foi recorde", afirmou. "Até o ministro das Finanças reconheceu que as mudanças climáticas estão tornando o problema mais grave, e isso já é um progresso muito grande."

'Desmatamento não tira ninguém da pobreza'

Nobre enfatizou que, na ciência ou na história da ocupação da Amazônia, jamais se observou alguma correlação entre o aumento do desmatamento de florestas e a redução da pobreza.

"Não há nenhuma evidência científica de nenhum estudo que o desmatamento da Amazônia acabou com a pobreza. A Amazônia continua a região mais pobre do Brasil", afirmou.

Ele destaca que, por décadas, desde os anos 70, a estratégia do Brasil em relação à Amazônia foi a de levar pessoas para lá com o intuito de ocupar os espaços para proteger território, inclusive estimulando o desmatamento por meio de financiamentos e crédito.

"Para liberar o empréstimo no banco tinha que mostrar a área desmatada. Foram levadas as pessoas para desmatar. Você pergunta: a preocupação do governo militar era reduzir a pobreza? Não. A preocupação do governo militar era o medo que eles têm de uma invasão internacional", diz.

"O modelo não avançou, transferiu pobreza de um lugar para outro. Aí as críticas internacionais [sobre o desmatamento] começaram a aumentar demais, e já na redemocratização, a partir do governo Sarney, em 1989, já começa a mudar essa regra. Nos anos 1990 pararam o financiamento para desmatamento. Nos anos 1990, por conta da pressão em função do desmatamento, o [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso aumentou para 80% a exigência de preservação da floresta."

"As populações amazônicas que vivem no campo elas continuam pobres, tanto na Amazônia quanto na maioria dos países de floresta tropical. Na África, a expansão e o crescimento demográfico estão afetando as florestas, mas eles continuam muito pobres. Mais pobres até que em qualquer outro lugar dos trópicos. Então não existe correlação entre eliminação da pobreza da população como um todo e desmatamento. Não existe no sudeste asiático, não existe na África e não existe na Amazônia."

Para o climatologista, a estratégia de invocar a redução da pobreza em eventos do porte do fórum de Davos tampouco é nova.

"Eu tenho 68 anos, eu nunca vi na minha vida nenhum presidente do Brasil, inclusive no regime militar, que não dissesse que a principal preocupação dele era a redução da pobreza. É, lógico, um país pobre como o Brasil, que nunca se tornou desenvolvido, em que 50% da população são pobres, que o presidente tem que falar isso. Todos falam."

 

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