• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Massacre do Rio: o dedo da Faria Lima. Artigo de Ricardo Queiroz Pinheiro

Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil

Mais Lidos

  • O templo é a vida. Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • “A neurociência ajuda a compreender os processos que ocorrem antes de um genocídio”. Entrevista com Emilie A. Caspar

    LER MAIS
  • Com quantos corpos se faz uma matança? Artigo de Sylvia Debossan Moretzsohn

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    30º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Deus tem misericórdia e ampara os humildes

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

31 Outubro 2025

O “ajuste fiscal” prepara o terreno: corta futuro, elimina alternativas, cria inimigos. Polícia executa. Círculo perfeito: quem perde tudo vira ameaça e é morto como exemplo. A mão que nutre as fintechs aperta o gatilho e derruba o moleque-avião.

O artigo é de Ricardo Queiroz Pinheiro, publicado por Outras Palavras, 30-10-2025. Ricardo Queiroz Pinheiro é bibliotecário, gestor público e doutorando em Ciências Humanas e Sociais (UFABC). Atua em biblioteca pública há 29 anos.

Eis o artigo. 

Foi ontem. O Rio de Janeiro, mais uma vez, serviu de palco habitual das mazelas da República. Helicópteros rasgaram o céu da favela; rajadas, correria, corpos rolando no chão. Mães se agarraram às portas, celulares trêmulos tentando registrar o que restava de luz. Horas depois, o governador miliciano Cláudio Castro surgiu em cadeia nacional para converter o sangue em manchete: “operação concluída, a inteligência atuou”. Estava inaugurada a campanha de 2026.

O sociólogo Loïc Wacquant em uma frase deu o quadro há décadas: quando o Estado social se retrai, o Estado penal se impõe. No Rio (não só), essa retração é programada. A austeridade corta horizontes, desmonta escolas, precariza vidas; em seguida, o aparelho punitivo toma seu lugar, disciplinando corpos sem futuro. A violência é a ferramenta de regulação. A política econômica e a política da bala são faces do mesmo projeto.

É oportuno olhar o Atlas da Violência 2025, produzido pelo IPEA. Ali, se formaliza o que a rua já conhece: enquanto o país vê uma pequena queda nas taxas gerais, o Rio caminhou na direção oposta, com aumento de 13,6% nos homicídios. Esses números têm endereço: são jovens negros sem empregos, sem escola, sem perspectiva. Onde faltam políticas públicas, cresce a justificativa punitiva — e com ela, o aplauso de uma parte significativa do eleitorado que aprendeu a ver ordem na bala.

A juventude é o alvo. As estatísticas mostram aumento nas mortes entre 15 e 29 anos; entre adolescentes, a explosão é ainda mais brutal. E quando a contabilidade alcança crianças — 50% de aumento nas mortes entre 5 e 14 anos —, fica claro que não se trata de “efeitos colaterais”: é desenho político. A execução aparece como resposta ao vazio social que a própria política de austeridade ajudou a produzir.

A pesquisadora Alba Zaluar vem insistindo numa leitura que hoje é central: a violência do Rio é um ecossistema, sustentado por circulação de armas, cumplicidade institucional e abandono social. O que era economia ilegal encontrou tradução na gestão pública — e o Estado passou a operar como parceiro e restaurador de uma “ordem” que sacrifica vidas. No governo atual, essa simbiose se institucionalizou: as operações são mensagens, as mortes, métricas; o aparelho repressivo se consolida, bloco por bloco.

Houve um momento de interrupção possível. A ADPF 635 mostrou que limitar procedimentos letais produz efeitos reais: mortes por intervenção policial caíram drasticamente — de 1.814 em 2019 para 699 em 2024 — e, com isso, também diminuíram homicídios dolosos e roubos. Mas a contenção foi interpretada pelo governo como perda simbólica, não como ganho civilizatório. Assim, a estratégia foi reverter limites e reafirmar a estética do choque: liberar helicópteros, permitir operações perto de escolas, normalizar a artilharia urbana.

Esse movimento é um processo — a construção deliberada do nosso aparelho repressivo. É um projeto com roteiro eleitoral, pois parte da população legitima como única solução possível. A violência funciona como espetáculo para uma plateia que, empobrecida e esmagada pela Bíblia neoliberal da eficiência, recebe no massacre a sensação imediata de “ordem”. O bordão — “bandido bom é bandido morto” — é pedagogia política que convence porque promete simplicidade onde faltam políticas públicas complexas.

O austericídio transformou a privação econômica em argumento moral. A austeridade prepara o terreno: corta futuro, elimina alternativas, cria inimigos; depois o aparelho punitivo executa a lição. O resultado é um círculo perfeito: quem perde tudo passa a ser identificado como ameaça; quem cruza esse limiar é punido com morte e exposto como exemplo. O Estado, assim, não só permite a violência — ele a modela, a racionaliza e a capitaliza politicamente.

A mesma mão que afaga as fintechs — vitrines reluzentes da austeridade — é a que customiza a lavagem de dinheiro das grandes redes do tráfico, arma a polícia e derruba o moleque-avião. O garoto que largou a escola para virar vapor, buscando uma grana pra sobreviver, é abatido pela mesma máquina que financia o seu patrão invisível. O circuito é perfeito: o capital se legitima no alto, a bala fecha a conta embaixo.

Ainda assim, a engrenagem encontra resistência — ruidosa e concreta. A mãe que não permite o silêncio, moradores que filmam e denunciam, defensores públicos que acumulam processos, jornalistas que persistem em nomear o que se tenta apagar. Esses gestos não são românticos: são a última barreira contra a normalização completa do extermínio. Na medida em que o aparelho repressivo se organiza, cada denúncia retém um pouco da liquidação moral que o poder busca.

O massacre de ontem funciona como demonstração de continuidade e recado. Ele disse o que o capital, vocalizado pela extrema direita, quer que o país saiba: que a ordem se restabelece com medo, que a pobreza é punida com letalidade, que o ódio rende voto e garante o abismo social. Reconhecer isso é o primeiro passo para desmontar o aparelho que transforma a política em matança.

Leia mais

  • Massacre no Rio de Janeiro: “Quanto tempo uma pessoa precisa viver na miséria para que em sua boca nasça a escória?”. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • Rio de Janeiro: o desfile macabro da barbárie na passarela de sangue da Penha. Entrevista especial com Carolina Grillo
  • Massacre como o ocorrido no Rio de Janeiro pode ser considerado parte de política de segurança pública? Artigo de Cândido Grzybowski
  • Uma guerra pela regeografização do Rio de Janeiro. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • "A sociedade enlouqueceu: tudo virou motivo para ações violentas". Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • Rocinha: uma favela conveniente à classe média. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • "A lógica do PCC é a lógica da sociedade brasileira". Entrevista especial com José Claudio Alves
  • UPPS e a reestruturação do tráfico no Rio de Janeiro. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • “As UPPs não alteram a essência do crime organizado”. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • As UPPs são uma fuga para a frente. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • A disputa pelo monopólio do tráfico e a estrutura do crime organizado pela aliança entre os mais ricos e os mais pobres. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • Milícias e Estado: “Como não se quer confronto, silencia-se. Mata-se. Fica por isso mesmo. A conjuntura vai sendo manipulada”. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • O crime contra Marielle Franco desenreda o longo fio que liga o Golpe de 1964 ao crime organizado no Brasil. Entrevista especial com José Cláudio Souza Alves
  • O desastre de uma megaoperação no Alemão e na Penha de um governo que terceiriza o seu comando. Artigo de Jacqueline Muniz
  • Lula retorna ao Brasil e convoca reunião urgente para discutir crise de segurança no Rio
  • Megaoperação policial deixa dezenas de mortos no Rio
  • EUA emitem alerta para viajantes no Rio após megaoperação contra o Comando Vermelho
  • Comando Vermelho cria raízes na Amazônia peruana
  • Manaus e mais três cidades do Amazonas são atacadas pelo Comando Vermelho
  • A milícia avança nos territórios do Comando Vermelho. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • Projeto de lei pró-Trump sobre terrorismo usa PCC e CV para facilitar intervenção dos EUA
  • Em São Paulo, o PCC não precisa ostentar a violência como faz no Rio de Janeiro, porque já tem domínio mais profundo das instituições, afirma promotor do Ministério Público Lincoln Gakiya. X-Tuitadas
  • Quem era o delegado inimigo do PCC morto em emboscada em SP
  • Como o PCC se consolidou como peça-chave no tráfico internacional de cocaína
  • PCC já opera na Europa além do tráfico de drogas e autoridades ainda minimizam o risco
  • ‘É uma violência injustificável’, diz pesquisadora sobre operação mais letal do Rio
  • A violência do Estado tortura vítimas da sua própria omissão
  • MPF e DPU cobram explicações de Cláudio Castro por operação letal no Rio
  • Racismo, vingança e corrupção formam a tríade geradora de mortes cometidas pela polícia. Entrevista especial com Camila Vedovello
  • "Precisamos quebrar o círculo vicioso da violência. A vingança não é o único caminho". Entrevista com Jafar Panahi
  • Violência e vingança. Artigo de Enrico Peyrett

Notícias relacionadas

  • Falácias sobre o ajuste fiscal

    LER MAIS
  • Quando o fracasso vira muro

    LER MAIS
  • Áreas sociais sofrem cortes, e Temer já indica perdas previdenciárias e trabalhistas

    LER MAIS
  • ‘Estão preparados para a guerra civil? Entrincheirem-se, então, porque o conflito é inevitável’

    “As senhoras e os senhores estão preparados para a guerra civil? Não? Entrincheirem-se, então, porque o conflito é inevitáv[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados