09 Outubro 2024
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (08/10) que forças israelenses mataram os possíveis sucessores do líder do grupo xiita Hezbollah Hassan Nasrallah no Líbano e ameaçou uma "longa guerra que levará à destruição como vemos em Gaza".
A reportagem é publicada por Deutsche Welle, 08-10-2024.
"Degradamos as capacidades do Hezbollah. Eliminamos milhares de terroristas, incluindo o próprio Nasrallah e o substituto de Nasrallah, e o substituto do substituto", disse Netanyahu em mensagem de vídeo, sem mencionar os nomes dessas pessoas. Nasrallah foi morto em um ataque aéreo em Beirute em meados de setembro.
Também nesta terça-feira, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, disse que o substituto de Nasrallah provavelmente havia sido "eliminado". Não foi esclarecido a quem Netanyahu se referiu como sendo o "substituto do substituto".
O Exército israelense afirmou nesta terça-feira que matou Suhail Husseini, tido como o responsável por supervisionar a logística, orçamento e gestão do Hezbollah. Husseini, membro do conselho militar do grupo xiita, estaria encarregado da transferência de armamentos vindos do Irã e sua distribuição para diferentes unidades do Hezbollah.
"Hoje, o Hezbollah está mais fraco do que esteve por muitos, muitos anos", disse o premiê em sua mensagem de vídeo direcionada ao povo do Líbano. "Israel tem o direito de se defender. Israel também tem o direito de vencer. E Israel vencerá", afirmou.
Ele pediu ao governo do Líbano que "retome seu país" e o recoloque em um caminho de paz e prosperidade, e disse que esta é uma oportunidade para o país que não ocorre há décadas. "Israel tem o direito de se defender. Israel também tem o direito de vencer. E Israel vencerá", disse Netanyahu.
"Não deixem que esses terroristas destruam seu futuro mais do que já fizeram", acrescentou. "Vocês têm uma oportunidade de salvar o Líbano antes que ele caia no abismo de uma longa guerra que levará à destruição e sofrimento como vemos em Gaza. Não precisa ser assim."
O confronto entre o Hezbollah e as forças israelenses foi desencadeado com o início do conflito Hamas-Israel na Faixa de Gaza, após os ataques terroristas do movimento islâmico em solo israelense em 7 de outubro de 2023.
O Hezbollah começou a realizar ataques contra Israel em 8 de outubro, expressando solidariedade ao Hamas.
Cerca de 60 mil israelenses no norte do país foram forçados a deixar suas casas desde o início do conflito na região da fronteira com o Líbano. Israel afirma que o objetivo de sua ofensiva no sul do país vizinho é tornar seguras as regiões próximas à fronteira e permitir o retorno dos moradores.
O Hezbollah prometeu continuar disparando foguetes, mísseis e drones contra Israel até que haja um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
As Forças Armadas israelenses disseram ter intensificado sua ofensiva terrestre no sul do Líbano, ao mesmo tempo em que o Hezbollah alegou ter lançado vários mísseis contra o norte de Israel.
Segundo nota divulgada pelo grupo xiita, os projéteis foram disparados contra vários alvos no norte de Israel.
O Exército israelense disse que alertas de ataque aéreo foram emitidos em vários locais perto da fronteira com o Líbano. Cerca de 135 foguetes atingiram, em Israel, as regiões da Galileia e Haifa, a terceira maior cidade de Israel, no entanto, a maioria deles foi interceptada. Alguns mísseis também atingiram os subúrbios de Haifa, informaram os militares.
O jornal Times of Israel disse ter sido este o maior ataque de foguetes à cidade portuária desde que o início dos ataques do Hezbollah, há um ano.
O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse, em um discurso televisionado nesta terça-feira, que o movimento estaria aberto a negociar um cessar-fogo com Israel. Ele afirmou que apoia as tentativas do presidente do Parlamento libanês e aliado do Hezbollah, Nabih Berri, de garantir uma trégua para os combates no Líbano.
Berri teria mantido conversas com autoridades árabes e estrangeiras que visitam o Líbano desde a semana passada.
Qassem, no entanto, disse que "se o inimigo continuar sua guerra, então o campo de batalha decidirá", e ressalvou que o Hezbollah não vai implorar por uma solução. "Continuaremos, faremos sacrifícios", assegurou.
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Netanyahu ameaça "destruição como em Gaza" no Líbano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU