Guerra no Sudão

A capital sudanesa, Cartum, é hoje abalada por novos e intensos combates entre o exército regular e as Forças paramilitares de Apoio Rápido (RSF), segundo testemunho de moradores, poucas horas antes do fim de um cessar-fogo de uma semana. Os combates continuaram entre ontem e hoje nas zonas do sul e oeste de Omdurman, uma das três cidades adjacentes a Cartum. Moradores do outro lado do rio Nilo também relataram confrontos no final da noite de ontem.

A informação é de Rivista Africa, 30-05-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

A Arábia Saudita e os Estados Unidos, que intermediaram o cessar-fogo em Jeddah, afirmaram que tanto o Exército quanto as RSF violaram repetidamente o cessar-fogo, impedindo as ajudas humanitárias e a restauração dos serviços essenciais. Riad e Washington pediram mesmo assim a ambos os lados que estendessem a trégua. Ambos os lados disseram que estão avaliando a possibilidade continuar o cessar-fogo, que deveria expirar às 21h45, hora local.

Mapa político do Sudão (Reprodução | Nations Online Project)

O governador do estado sudanês de Darfur, Mini Miniawi, convidou ontem os seus cidadãos a "pegarem em armas" para se defenderem a si próprios e às suas propriedades enquanto a guerra entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) continua no país.

“Peço a todos os nossos honrados cidadãos, o povo de Darfur, idosos e jovens, homens e mulheres, que peguem em armas para proteger suas propriedades”, escreveu hoje no Twitter, Miniawi, chefe do Movimento de Libertação do Sudão. “Há muitos que não querem a segurança nem os direitos dos cidadãos e sabotam deliberadamente as instituições nacionais”, mas “nos movimentos de luta iremos apoiá-los em todos os casos de defesa”, acrescentou.

Miniawi, nomeado governador de Darfur em maio de 2021, estava entre os signatários do acordo de paz de 2020 entre a região e o governo de transição após a queda do ex-presidente Omar al-Bashir.

O conflito que eclodiu em 15 de abril entre o exército e as RSF causou centenas de mortos e mais de um milhão de deslocados internos, enquanto mais de 300.000 fugiram para os países vizinhos. Em Darfur, a maioria das vítimas foi registrada em El Geneina, capital do Darfur Ocidental.

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