O Cardeal L. Brenes, arcebispo de Manágua, falou no domingo sobre as críticas que são dirigidas ao Papa Francisco sobre sua atitude em relação ao que a Igreja Católica está vivenciando na Nicarágua sob o regime de Ortega.

Brenes destacou o fato de que "o papa está muito bem informado e também a Secretaria de Estado do Vaticano" sobre a situação atual na Nicarágua, após a prisão de Mons. Alvarez, bispo de Matapalga, no norte do país. Eles lembram que, no que diz respeito às relações entre a Igreja local e o governo Ortega, "toda ação provoca uma reação" - e, portanto, devemos agir com extrema cautela para não piorar a situação do bispo e dos outros sete sacerdotes presos (que, neste momento, ainda se encontram na prisão política de El Chipote).

A reportagem é de Marcello Neri, publicada por Settimana News, 06-09-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

Os sete sacerdotes puderam receber a visita do presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, Mons. C.E. Herrera. No meio tempo, chegou-se a um acordo para permitir também a visita dos familiares. No entanto, ainda não se sabe se será possível que eles passem para a prisão domiciliar.

Brenes disse que "todos os passos possíveis estão sendo dados" para chegar a essa solução, mas está avançando lentamente "passo a passo”.

Mons. Alvarez está em prisão domiciliar há duas semanas, sem que a autoridade judiciária tenha formulado as acusações que justificam sua detenção.

Sobre as condições de saúde e estado de espírito de Mons. Alvarez, o Card. Brenes transmitiu palavras tranquilizadoras: “ele está bem, pede para continuar orando por ele e esperar que o Espírito Santo nos ilumine para que possamos resolver esse conflito”.

De modo geral, temos o quadro de uma situação de opressão da Igreja nicaraguense – em direção à qual as razões do direito, que deveriam vincular os movimentos do governo Ortega, são sistematicamente contornadas. Mas também o de uma Igreja coesa e solidária – nem desamparada nem inerte, nem esmagada pela situação de perseguição. Uma Igreja local que sente a presença da Santa Sé e do Papa Francisco perto, unidas em uma ação coral não exagerada, mas adequada às circunstâncias do momento.

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