02 Agosto 2022
A entrevista é de Dumar Espinosa, publicada por Religión Digital, 01-08-2022.
Aqui na Colômbia acabamos de eleger um novo governo, de esquerda, liderado por Gustavo Petro, que se declarou um seguidor da teologia da libertação. Quanto à inspiração na teologia da libertação da Revolução Sandinista na Nicarágua, onde havia até religiosos que eram ministros de Estado, qual foi o motivo de tudo transbordar? O que aconteceu para que aqueles que apoiavam a teologia da libertação agora persigam a Igreja Católica?
Bem, antes de tudo, era praticamente uma ideologia; no entanto, a Igreja sempre manteve seu magistério e esteve sempre em comunhão com o papa. Lembremos que, quando o papa esteve na Nicarágua, houve muitos confrontos. [Refere-se à resposta maciça ao Papa João Paulo II em uma rápida visita apostólica a Manágua em 4 de março de 1983. Veja aqui].
No entanto, a Igreja Católica, os bispos, sempre se apegaram à doutrina; Em outras palavras, poderíamos dizer que toda a apresentação da Igreja popular desmoronou porque não tinha uma base no Evangelho, mas na ideologia.
O cardeal López Trujillo (+2008), que, aliás, não era muito querido em alguns círculos eclesiásticos, escreveu artigos sobre uma suposta matriz marxista da teologia da libertação que é rejeitada pelos teólogos. Qual é a sua opinião sobre isso.
Coincidentemente, o cardeal López Trujillo e outra série de bispos da época foram muito duros com a situação que a teologia da libertação vivia, e o cardeal Ratzinger, à época, fez algumas declarações a esse respeito [da Congregação para a Doutrina da Fé] que chamaram a atenção para onde estavam os erros; acredito que isso se manteve e não podemos dizer que tudo foi negativo. Houve coisas negativas devido à parte ideológica que eles tinham como pano de fundo.
João Paulo II repreende Ernesto Cardenal
Foto: Reprodução
Para o processo colombiano, Cardeal, como o senhor viu da América Latina a mudança que a Colômbia está dando, com certas dúvidas da Conferência Episcopal e preocupações de outros setores.
Eu pessoalmente não acompanhei todo o processo. Não a acompanhei muito de perto para poder dizer algo a respeito.
Bem, Cardeal, muito obrigado. Admiramos suas apresentações públicas que nos levam a pensar em uma Igreja próxima ao povo, muito semelhante ao que somos também na Colômbia.
Não, obrigado a ti. Saudações ao seu povo também.
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Nicarágua. “A apresentação da Igreja popular desmoronou porque não tinha base no Evangelho, mas na ideologia”. Entrevista com o Cardeal Leopoldo Brenes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU