Uma Igreja mais transparente: a campanha do Papa para reconquistar os jovens

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13 Agosto 2018

Os resultados das catastróficas pesquisas sobre a relação entre os jovens e a prática religiosa são bem conhecidos pelo papa Francisco. São sua preocupação. O que mais o angustia nas pesquisas sociológicas, especialmente norte-americanas, refere-se ao afastamento das gerações mais jovens da Igreja, fenômeno que talvez nem sequer precise ser filtrado, pois basta entrar em qualquer igreja paroquial no domingo para ver que os jovens estão em número cada vez menor, quase como os pandas, uma presença preciosa que precisa ser protegida e tutelada. Com certeza os sinais não dão esperança e já soou o alarme para reverter a tendência. O Papa Francisco no sábado à tarde abraçou o Circo Máximo com 50 mil jovens, um encontro que antecipa o evento mais importante marcado para outubro deste ano, o Sínodo sobre a Juventude, a convocação dos bispos que deveria ajudar a entender como tornar novamente atraente a Palavra, como alimentar esperanças e cultivar bons cristãos com uma linguagem menos pomposa.

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messagero, 12-08-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Uma tarefa que não é tão fácil porque as pesquisas religiosas mostram que a prática religiosa se tornou rarefeita. Os Dias Mundiais inventados por João Paulo II correm o risco de não serem tão eficazes quanto no passado. Enquanto isso, até mesmo os papaboys mudaram: eles não são mais os garotos simples de Tor Vergata de 2000, mas os nativos digitais, com uma visão mais sofisticada do mundo. Um perfil significativo foi elaborado pelo Vaticano graças aos questionários que foram enviados às dioceses do mundo em preparação para o Sínodo de outubro. Os jovens destacaram a necessidade de ter "modelos atraentes, coerentes e autênticos". Uma Igreja com menos escândalos. Mas, acima de tudo, dizem que estão "com muito medo, e alguns de nós pararam de sonhar".

"Apenas fumaça"

A evolução nos últimos vinte anos parece limitada a essa frase que deixa espaço para poucas dúvidas sobre o desafio que é levado a enfrentar o Papa Francisco com uma cúria obsoleta, os escândalos de pedofilia não resolvidos, a incapacidade de tornar tudo mais transparente e menos embolorado. "A Igreja sem testemunho é apenas fumaça", admitiu o Papa, mas diante dos jovens, Francisco insiste, pressiona, não desiste. A alegria do Circo Máximo de sábado nos lembrava da alegria das mega reuniões do passado.

Manila, com 5 milhões, Tor Vergata, 2 milhões, as três Jornadas Mundiais da Juventude do Papa Ratzinger (Colônia, Sydney e Madrid) e a estreia de Francisco no Rio, com 3 milhões na praia de Copacabana. Em janeiro de 2019 haverá o encontro no Panamá. Aos jovens ele pediu que não se contentassem com um amor pela metade, que não parassem de sonhar e que tivessem coragem. "Um jovem que não sabe sonhar é um jovem anestesiado, não poderá entender a força da vida. Alguma vez vocês já se perguntaram de onde vêm seus sonhos? Eles nascem assistindo TV? A Bíblia nos diz que os grandes sonhos são aqueles capazes de serem frutíferos, de semear paz e fraternidade; pois bem, estes são os grandes sonhos porque pensam a todos com o nós".

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