Antes da crise econômica, em 2013, janeiro havia registrado a criação de 2.778 novos postos na Região Metropolitana de Porto Alegre. Em 2018, foram 2.774, mas o resultado deveu-se muito pela demissão de trabalhadores em novembro e dezembro de 2017, quando passou a vigorar a nova lei trabalhista. Assim, a partir de janeiro de 2018, os trabalhadores que foram demitidos no fim de 2017 passaram a ser admitidos novamente, sob o novo regime trabalhista.
O mês de janeiro registrou a criação de 834 postos de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED, divulgado pela Secretaria do Trabalho. O número representou o melhor resultado de criação de postos de trabalho desde 2014, início da crise econômica no Brasil.
Infográfico: Saldo de admitidos e desligados na Região Metropolitana de Porto Alegre em janeiro (2003-2019)
O município de Porto Alegre foi o que mais contribuiu para lenta recuperação do mercado de trabalho em janeiro. Foram 1.500 postos de trabalho fechados no município neste primeiro mês do ano. Já o município de Novo Hamburgo foi o que mais criou vagas de trabalho, foram 563.
Infográfico: Saldo de admitidos e desligados nos municípios Região Metropolitana de Porto Alegre em janeiro (2019)
As vagas criadas foram impulsionadas pelos jovens, embora os índices de desocupação nessa faixa etária, em 2018, tenham estado nos maiores patamares da série histórica. A retomada da participação dos jovens é um fator positivo, tendo em vista a diminuição deste e o crescimento de idosos no mercado de trabalho. As vagas impulsionadas foram do sexo masculino (1.358), enquanto em relação às mulheres a diminuição de vagas foi de menos 524.
Infográfico: Saldo de admitidos e desligados por faixa etária na Região Metropolitana de Porto Alegre em janeiro (2019)
Infográfico: Saldo de admitidos e desligados por sexo etária na Região Metropolitana de Porto Alegre em janeiro (2019)
O setor da indústria foi o que mais admitiu (4.274), seguido pela construção civil, embora num número bem baixo (202). Os setores de serviços (-2.787), comércio (-987) e agropecuária (-27) foram responsáveis pela lenta recuperação do mercado de trabalho em janeiro. As demissões nos setores de serviço e comércio podem ser reflexo do fim do trabalho temporário do final de ano. Mais de 80% destes trabalhadores contratados em janeiro recebem até dois salários mínimos mensais. E mais de 78% possuem uma jornada de trabalho entre 41 e 44 horas semanais. A apesar da melhoria do saldo de novas vagas no mercado de trabalho, os baixos salários e a alta jornada de trabalho continuam como características desde o início da crise econômica.
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