Na esteira das análises de dados, na terça-feira, dia 14 de maio, aconteceu a oficina sobre a Base de Dados Educacionais, ministrada pelo Professor Doutor Ricardo Ferreira Vitelli. Promovida pelo Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – Observasinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, a oficina contou ainda com a presença de professores de Institutos Federais, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, membros do Sindicato dos Metalúrgicos e pesquisadores das Ciências Sociais.
Mestre e doutor em Educação, o professor Vitelli apresentou os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, Censo Demográfico e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD e as possibilidades de trabalho e análises disponíveis com esses números.
Indicadores são medidas geralmente quantitativas dotadas de valor substantivo, usados para mensurar e quantificar aspectos da realidade social. Os indicadores podem ser simples, como a taxa de evasão escolar, em que é analisada apenas uma variável; ou podem ser compostos, como a taxa de fracasso escolar, em que duas ou mais variáveis são analisadas. Essas variáveis foram observadas pelo ministrante, evidenciando a importância do contexto dos indicadores sociais e o recorte da época e as mudanças que influenciam nesses pontos.
Em pesquisas sobre a taxa de evasão, a taxa de abandono escolar e a defasagem na idade dos alunos e o ano que frequentam, esses indicadores não costumam ser questionados. No entanto, vêm acompanhados de todos os fatores externos que influenciam escolas de regiões próximas, como número de professores, espaço físico adequado, material e disponibilidade de áreas de crescimento para os alunos. Essas variantes qualificam os dados como qualitativos, enquanto os dados numéricos correspondem a indicadores quantitativos.
Esses indicadores servem, por exemplo, para visualizar as realidades, com base nos números quantitativos e qualificação da subjetividade, e compreender as comunidades. Servem, também, como indicadores de qualidade das comunidades escolares.
A oficina seguiu com a discussão de experiências dos professores, mediada pelo professor Vitelli, e o debate abordou vários aspectos das políticas de educação e dificuldades do ensino nas escolas, tanto públicas quanto privadas, da região metropolitana, onde os presentes atuam ou atuaram na trajetória docente. A discussão também seguiu sobre a dificuldade da filtragem de dados disponíveis em grandes plataformas e a importância de serem traçadas metodologias que alcancem os professores e pesquisadores.
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