Nesta terça-feira, 11-10-2022, celebram-se os 60 anos do início do Concílio Vaticano II
“Isto é magistério: o Concílio é magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e portanto segue o Concílio, ou, se você não segue o Concílio ou o interpreta ao seu modo, como quiser, você não está com a Igreja. Nesse ponto, temos que ser exigentes, severos. O Concílio não deve ser negociado para ter mais destes... Não, o Concílio é assim! E este problema que nós estamos vivendo, da seletividade em relação ao Concílio, se repetiu ao longo da história com outros Concílios.” Foi com essas palavras que o Papa Francisco reafirmou o Concílio Vaticano II, em discurso proferido no Escritório Catequético Nacional da Conferência Episcopal Italiana, em 29 de janeiro de 2021.
Um ano antes, o pontífice também havia se pronunciado sobre a continuidade espiritual de seguir no caminho do Concílio. “A pequena semente que o Papa João XXIII semeou – afirmou o Papa São João Paulo II no dia 27 de fevereiro de 2000 – cresceu, dando vida a uma árvore que agora estende seus majestosos e poderosos ramos na vinha do Senhor. Ela já deu muitos frutos (...) e muitos mais dará nos próximos anos. Um novo tempo se abre diante de nossos olhos (...). O Concílio Ecumênico Vaticano II foi uma verdadeira profecia para a vida da Igreja e o continuará sendo, durante muitos anos do terceiro milênio que acaba de iniciar”, disse.
Concílio Vaticano II, na Basílica de São Pedro.
Foto: Reprodução
Do mesmo modo, havia se pronunciado o então Papa Bento XVI, na audiência geral de 10 de outubro de 2012, reconhecendo no Concílio “a grande graça de que se beneficiou a Igreja no século XX”, citando as palavras de João Paulo II na Carta Apostólica Novo millennio ineunte, por ocorrência do Grande Jubileu do ano 2000: “Quanta riqueza, amados irmãos e irmãs, nas diretrizes que o Concílio Vaticano II nos deu! Por isso, na preparação para o Grande Jubileu, pedi à Igreja para interrogar-se sobre a recepção do Concílio. E fez-se? O Congresso que se realizou aqui no Vaticano foi um momento desta reflexão e espero que a seu modo se tenha feito o mesmo em todas as Igrejas particulares. À medida que passam os anos, aqueles textos não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Concluído o Jubileu, sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa” (Novo millennio ineunte, 57).
O Papa João XXIII, responsável pela promulgação do Concílio Vaticano II, com o qual Francisco é associado, também ficou conhecido pelo “Discurso da Lua”, que proferiu de improviso, na noite de abertura do Concílio Vaticano II, a uma multidão de fiéis que se dirigiu à Praça São Pedro.
Semanas depois, ele voltou a se pronunciar publicamente, em uma intervenção diplomática para evitar o início da guerra nuclear entre EUA e União Soviética em outubro de 1962, quando o presidente Fidel Castro, temendo uma invasão norte-americana na Baía dos Porcos, decidiu apoiar a proposta soviética de instalar mísseis nucleares no país. Segundo o jornalista John L. Allen Jr., a iminência de uma guerra nuclear “era a situação mundial quando João XXIII foi à Rádio Vaticano, numa quinta-feira, 24-10-1962, falando em francês – idioma da diplomacia internacional –, para emitir um apelo apaixonado pela paz”.
Em seu pronunciamento, o pontífice, assim como se pronuncia diariamente o Papa Francisco nos dias de hoje contra a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, suplicou pela paz:
“Nós suplicamos a todos os governantes que não fiquem surdos a este grito da humanidade. Que façam tudo aquilo que está em seu poder para salvar a paz. Evitarão assim ao mundo os horrores de uma guerra, da qual não se pode prever quais serão as terríveis consequências. Que continuem com discussões, visto que esse comportamento leal e aberto tem grande valor como testemunha da consciência de cada um e diante da história. Promover, favorecer, aceitar conversações, em todos os níveis e a qualquer momento, é uma regra de sabedoria e prudência que atrai as bênçãos do céu e da terra”.
Na entrevista, o Cardeal Loris Capovilla, secretário do Papa João XXIII, comenta como convenceu o papa a proferir o 'discurso da lua'.
O Concílio Vaticano II, iniciado em 11 de outubro de 1962, no pontificado de João XXIII, estendeu-se até 8 de dezembro de 1965, no papado de Paulo VI. O aggiornamento, “atualização”, acerca dos vários temas da Igreja abordados pelos padres conciliares está expresso nos documentos aprovados pelo Concílio: quatro constituições, nove decretos e três declarações.
Capa dos documentos do Concílio Vaticano II, publicado pela Editora Paulus.
(Foto: Reprodução)
Ao longos dos últimos 60 anos, não somente as questões determinadas pelo Concílio foram objeto de discussão entre teólogos e no interior da própria Igreja como também a própria prática da Igreja foi discutida a partir da dualidade entre continuidade ou ruptura. Ao tratar desse ponto, o historiador bolonhês Enrico Morini expressou sua opinião: “Em suma, para encerrar estas minhas considerações pessoais com uma fórmula sintética, promovendo a renovação da Igreja, o Concílio não pretendeu introduzir algo novo – como progressistas e conservadores, respectivamente, desejam e temem –, mas sim retornar àquilo que se havia perdido.”
Uma das questões que havia sido perdida e foi retomada, segundo o jesuíta e historiador John O’Malley, um dos propagadores do Concílio, é a noção de colegialidade. Na entrevista concedida à Revista IHU On-Line N. 401, intitulada “Concílio Vaticano II. 50 anos depois”, em setembro de 2012, por ocasião da celebração dos 50 anos do evento, ele retomou esse ponto. “O que a maioria das pessoas não percebe é que a colegialidade não foi uma tentativa de 'democratizar' a igreja, como seus inimigos gostam de rotulá-la, e sim a recuperação de uma tradição antiga segundo a qual o governo normal da igreja era 'sinodal', isto é, realizado por sínodos ou concílios. Concílios locais, dos quais houve centenas e centenas na longa história da igreja, tinham autoridade última pela área que estava aos seus cuidados, e os 'concílios ecumênicos', dos quais a Igreja Católica geralmente reconhece 21, eram o tribunal de apelação último. Só quando a autoridade papal começou a ficar mais forte no Ocidente na Idade Média é que surgiu uma contestação da primazia dos concílios”, esclareceu.
Ciente do dito de que “o passado diz respeito ao presente e o presente diz respeito ao passado”, O'Malley dedicou-se a compreender o Concílio Vaticano II, como atestam suas obras: Tradition and Transition: Historical Perspectives on Vatican II (Wilmington: M. Glazier, 1989), What Happened at Vatican II (Cambridge: Harvard University Press, 2008), e Vatican I: The Council and the Making of the Ultramontane Church (Cambridge: Harvard University, 2018).
Obras do historiador John O'Malley.
(Foto: Reprodução)
Ao comentar o ofício do historiador à luz da produção historiográfica de O'Malley, Festo Mkenda, jesuíta, diretor acadêmico do Arquivo Jesuíta Romano, destacou a influência das obras do historiador no interior da própria Igreja. “Os termos 'pré-Vaticano II' e 'Vaticano I' nos soavam desdenhosos, embora não tivéssemos ideia do que era o Vaticano I (1869-70). Ao estudar teologia, havíamos aprendido apenas frases esporádicas e, ocasionalmente, sentenças retiradas de fontes secundárias com o intuito de apresentar uma crítica negativa. Quanto a mim, foi somente depois de ter lido Vatican I de O’Malley que aprendi algo sobre o contexto e os conteúdos daquele Concílio. No seu estilo habitual, simples e acessível, ele humanizou os personagens 'pré-Vaticanos' e nos mostrou a seriedade das perguntas que eles se faziam”. O Concílio Vaticano II, acrescentou, “ofereceu à minha geração de africanos a possibilidade de se tornar católicos sem ter que abrir mão de nossa africanidade”.
Na própria trajetória do Papa Francisco, no exercício de seu ministério na Argentina, a influência do Concílio Vaticano II foi central. “O Concílio”, repetiu ele de muitos modos e em várias ocasiões, “se tornou o horizonte de nossa crença, nossa linguagem e nossa práxis, que é, e logo se tornou, nosso ecossistema eclesial e pastoral. Muito simplesmente, o Concílio havia entrado em nossa maneira de ser cristão e de ser Igreja, e ao longo da minha vida, minhas intuições, percepções e espiritualidade foram simplesmente geradas pelas sugestões da doutrina do Vaticano II”.
Questionado por Antonio Spadaro em entrevista à revista La Civiltà Cattolica em 2013, sobre “O que o Concílio Vaticano II realizou? O que ele foi?”, o pontífice respondeu: “O Vaticano II foi uma releitura do Evangelho à luz da cultura contemporânea. Produziu um movimento de renovação que vem simplesmente do próprio Evangelho. Os frutos são enormes.”
Em seu pontificado, Francisco tem reiterado a necessidade de a Igreja voltar ao Concílio Vaticano II para a concretização do que foi proposto naquela ocasião: uma nova etapa evangelizadora. No discurso feito em 29 de dezembro de 2017 aos membros da Associação Teológica Italiana, o papa pontuou: “A Igreja deve sempre se referir àquele evento, com o qual teve início ‘uma nova etapa da evangelização’ e com o qual ela assumiu a responsabilidade de anunciar o Evangelho de um modo novo, mais adequado a um mundo e a uma cultura profundamente mudados. É evidente que aquele esforço exige da Igreja toda, e dos teólogos em particular, que seja recebido no sinal de uma ‘fidelidade criativa’ (...) peço-lhes que continuem permanecendo fiéis e ancorados, no trabalho teológico de vocês, ao Concílio e à capacidade que ali a Igreja mostrou de se deixar fecundar pela perene novidade do Evangelho de Cristo”.
Para Roberto Repole, arcebispo de Turin, o tom da nova fase evangelizadora da Igreja foi dado na abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, no dia 11 de outubro de 1962, pelo próprio João XXIII e, igualmente, no seu encerramento, por Paulo VI: “'Agora, a Esposa de Cristo prefere usar o remédio da misericórdia em vez de tomar as armas do rigor'. E Paulo VI, ao término dos trabalhos do Concílio, afirmara que a religião do Concílio tinha sido 'principalmente a caridade' e que o paradigma da espiritualidade conciliar tinha sido 'a antiga história do Samaritano'”.
A recepção do Concílio a partir do acento da misericórdia, pontuou, “expressa algo de fundamental do rosto de Deus que se revelou completamente em Cristo. Na palavra 'misericórdia', pode-se encontrar a síntese do mistério da fé cristã. No nosso tempo, o tema da misericórdia 'exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma ação pastoral renovada'. 'Voltar o olhar a Deus, Pai misericordioso, e aos irmãos que precisam de misericórdia significa apontar a atenção para o conteúdo essencial do Evangelho de Jesus'”.
Outro ponto do Concílio diz respeito à própria autocompreensão da Igreja sobre si mesma para este novo tempo, a “Igreja pobre e para os pobres”. Quanto a este sonho, disse o arcebispo, “com Francisco, estamos na presença de um verdadeiro relançamento daquilo que o Concílio havia evidenciado no parágrafo 8 da Lumen gentium, em que, por um lado, afirma-se que 'a Igreja, embora necessite dos meios humanos para o prosseguimento da sua missão, não foi constituída para alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a humildade e abnegação, também com o seu exemplo', ou seja, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela fragilidade humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e tenta servir neles a Cristo”.
A noção de “povo de Deus”, explica, “é absolutamente central nos textos conciliares (ela é citada por nada menos do que 184 vezes). Com Francisco, tem-se um vigoroso relançamento dela, com a consequente entrada em uma nova fase de recepção do Vaticano II. 'Faz-nos bem recordar que a Igreja não é uma elite de sacerdotes, de consagrados, de bispos, mas que todos formamos o santo povo fiel de Deus. Esquecermo-nos disso comporta vários riscos e deformações na nossa própria experiência, tanto pessoal quanto comunitária, do ministério que a Igreja nos confiou. Somos, como bem frisou o Concílio Vaticano II, o povo de Deus, cuja identidade é ‘a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, em cujos corações o Espírito Santo habita como em um templo'” (Lumen gentium, 9).
Seis décadas depois da realização do Concílio Vaticano II, observou o Papa Francisco recentemente, “nos encontramos em um mundo – e em uma Igreja – profundamente mudado, e provavelmente é necessário tornar mais explícitos os conceitos-chave do Concílio Vaticano II, seu horizonte teológico e pastoral, seus tópicos e seus métodos”. Diante das questões e desafios do mundo moderno, acrescentou, “o Vaticano II tentou responder com o sopro da Gaudium et spes; mas hoje, ao percorrermos o caminho traçado pelos padres conciliares, percebemos que é necessário não só que a Igreja esteja em diálogo com o mundo moderno, mas, sobretudo, que se coloque a serviço da humanidade, cuidando da Criação e também anunciando e trabalhando para realizar uma nova irmandade e fraternidade universal, na qual as relações humanas são curadas do egoísmo e da violência e se fundam no amor recíproco, no acolhimento e na solidariedade”.
Colocar-se a serviço, ser Igreja em saída, estar de portas abertas, reiterou o pontífice, não é uma atitude meramente institucional, mas um modo de ser Igreja ao qual todos os batizados são chamados. Na homilia por ocasião da Festa de São Pedro e São Paulo, em junho deste ano, na missa solene na Basílica São Pedro, o Papa Francisco disse que “na Igreja, todos somos chamados a ser discípulos missionários e a dar nossa própria contribuição”. A pergunta que ele dirigiu as novos arcebispos também se aplica a cada um:
“A primeira é: o que posso fazer pela Igreja? Não reclamar da Igreja, mas comprometer-se com a Igreja, o que significa participar com paixão e humildade. Com paixão, porque não devemos permanecer espectadores passivos; com humildade, porque participar da comunidade nunca deve significar ocupar o centro do palco, sentir-se melhor do que os outros e impedir que se aproximem, dos outros ou acima dos outros. A segunda pergunta: O que podemos fazer juntos, como Igreja, para que o mundo em que vivemos seja mais humano, mais justo, mais solidário, mais aberto a Deus e à fraternidade entre os homens? É evidente que não devemos nos fechar em nossos círculos eclesiais e ficar presos em certas discussões estéreis, mas ajudar uns aos outros a ser fermento na massa do mundo”, exclamou. E acrescentou: "O clericalismo é uma perversão. O ministro que seguiu esse caminho cai na perversão, assim como os leigos que se tornam clericais. Fiquemos atentos.”
Para aqueles que têm dúvidas sobre o que isso significa em termos práticos, o próprio papa exemplificou:
“Juntos podemos e devemos estabelecer gestos de cuidado pela vida humana, pela proteção da criação, pela dignidade do trabalho, pelos problemas das famílias, pela situação dos idosos e dos abandonados, rejeitados e desprezados. Ser uma Igreja que promova uma cultura de cuidado, compaixão pelos fracos e luta contra todas as formas de degradação, inclusive a de nossas cidades e dos lugares que frequentamos, para que a alegria do Evangelho brilhe na vida de cada um: este é o nosso 'bom combate.'”
Em outra ocasião, o papa resumiu o que corrói a Igreja por dentro: “Hoje o maior mal da Igreja é o mundanismo espiritual, que dá origem à perversão do clericalismo.”
Questionado em outra circunstância sobre “Como imagina a Igreja do futuro?”, ele manifestou a esperança que animou a muitos que, antes dele, também buscaram viver o Evangelho no cotidiano: “Uma Igreja em peregrinação. Hoje o maior mal da Igreja é o mundanismo espiritual. Um grande teólogo costumava dizer que o mundanismo é o pior que pode acontecer à Igreja, pior do que os papas libertinos. O mundanismo faz crescer algo ruim, que é o clericalismo, uma perversão da Igreja. O clericalismo gera rigidez, e sob a rigidez há podridão. Assim, a ideologia toma o lugar do Evangelho.”
Ao longo de sua trajetória, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU tem dado visibilidade às interpretações do Concílio Vaticano II em suas publicações e eventos, a fim de contribuir igualmente para a reflexão sobre a crise civilizacional da qual o cristianismo e o catolicismo também sofrem, conforme expresso no seu Gênese, Missão e Rotas: “A crise civilizacional que vivemos leva estudiosos de diferentes áreas do conhecimento a apostarem na necessidade de recuperar e aprofundar as intuições presentes nas grandes religiões, como capazes de apontar saídas para o século XXI. É esta a intuição que move muitas iniciativas no mundo hoje. A busca de um projeto ético mundial, planetário, capaz de forjar um novo contrato social universal, pode ser impulsionado e dinamizado pelas grandes religiões, nas quais se inclui, evidentemente, o cristianismo com a sua teologia e a sua espiritualidade”.
A recepção do Concílio Vaticano II tem sido feita na publicação de artigos e entrevistas nacionais e internacionais na página eletrônica do IHU, à luz da própria Igreja e seus desafios, mas também em diálogo com a cultura e as demais religiões e espiritualidades.
Entre as publicações, destacam-se quatro edições da Revista IHU On-Line, com entrevistas exclusivas:
1. Revista IHU On-Line N. 297, intitulada “Karl Rahner e a ruptura do Vaticano II”, de 2008
2. Revista IHU On-Line N. 401, intitulada “Concílio Vaticano II. 50 anos depois”, de 2012
3. Revista IHU On-Line N. 404, intitulada “Congresso Continental de Teologia. Concílio Vaticano II e Teologia da Libertação em debate”, de 2012
4. Revista IHU On-Line N. 425, intitulada “O Concílio Vaticano II como evento dialógico. Um olhar a partir de Mikhail Bakhtin e seu Círculo”, de 2013
Também foram publicadas oito edições do Cadernos Teologia Pública, sobre a temática do Concílio Vaticano II:
16ª edição – Contextualização do Concílio Vaticano II e seu desenvolvimento, de João Batista Libânio.
Neste artigo, o autor reflete sobre os desafios da Igreja hoje acerca da “intencionalidade fundamental” do Concílio Vaticano II, a saber, “dialogar e abrir-se à modernidade”.
76ª edição – 50 anos depois do Concílio Vaticano II: indicações para a semântica religiosa do futuro, de José Maria Vigil
A partir de uma perspectiva epistemológica, o autor sugere a necessidade de “não fazer teologia a partir de um locus atemporal, cego à possibilidade de uma evolução mais ampla”, a fim de “tematizar expressamente a dimensão de axialidade, de mudança de eixo, de acolhida de um novo tempo que está nascendo”.
77ª edição – As grandes intuições de futuro do Concílio Vaticano II: a favor de uma “gramática gerativa” das relações entre Evangelho, sociedade e Igreja, de Christoph Theobald
O autor discorre sobre os desafios atuais acerca da receptividade do Concílio Vaticano II, considerando a mutação cultural que tem ocorrido desde 1962 e o pessimismo daqueles que “nada mais esperam do Concílio Vaticano II”.
98ª edição – O Concílio Vaticano II e o aggiornamento da Igreja. No centro da experiência: a liturgia, uma leitura contextual da Escritura e o diálogo, de Gilles Routhier.
Refletir sobre como a experiência conciliar pode auxiliar a Igreja a dar continuidade às reformas nos dias de hoje e expressar um novo modo de ser Igreja, dentro e fora da experiência eclesial, é a proposta deste texto.
101ª edição – Concílio Vaticano II: o diálogo na Igreja e a Igreja do Diálogo, de Elias Wolff
O autor chama a atenção para um dos pontos propostos pelo Concílio Vaticano II: o diálogo como elemento fundamental da experiência de ser Igreja.
102ª edição – A Constituição Dogmática Dei Verbum e o Concílio Vaticano II, de Flávio Martinez de Oliveira
Neste artigo, a constituição dogmática Dei Verbum, um dos principais documentos do Concílio Vaticano II, é analisada a partir de suas contribuições de caráter cristológico, eclesiológico, antropológico e pastoral da revelação.
104 A exortação apostólica Evangelii Gaudium. Esboço de uma interpretação original do Concílio Vaticano II, Christoph Theobald.
O autor analisa a primeira Exortação Apostólica pós-Sinodal, do Papa Francisco, Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), publicada em novembro de 2013, à luz do Concílio Vaticano II.
140° edição – A liturgia, 50 anos depois do Concílio Vaticano II: marcos, desafios, perspectivas, de Andrea Grillo
O autor aborda as dificuldades de “promover a continuidade da tradição litúrgica posterior ao Concílio Vaticano II” e discernir acerca do “que é central e o que deve ser descartado, pondo energicamente de lado estilos curiais pouco dignos, não digo de uma 'Igreja em saída'”.
Entre os livros publicados na Coleção Teologia Pública pela Editora Unisinos, destacam-se:
Obras publicadas pela Coleção Teologia Pública, da Editora Unisinos.
(Foto: Reprodução/Editora Unisinos)
Diariamente, na página eletrônica do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, é possível acompanhar, através de artigos e entrevistas, a discussão contemporânea sobre os desafios e a potencialidades do cristianismo em diálogo com o próprio Evangelho, a crise civilizacional, a cultura e as demais religiões.