29 Junho 2019
"A Espiritualidade Conciliar a qual somos convidados a abraçar, tem por inspiração o Mistério da Encarnação, pelo qual o Verbo se fez carne, habitou entre os homens em uma realidade concreta e hoje se faz presente em nós por meio dos sacramentos da Igreja", escreve Fábio Pereira Feitosa, historiador, especialista em Comunicação.
O Concílio Ecumênico Vaticano II, convocado por João XXIII e continuado por Paulo VI, sem dúvidas pode ser considerado como um marco referencial na história da Igreja Católica, considerando que este acabou por assinalar um novo tempo para esta instituição e para todo o Povo de Deus, que após um longo inverno testemunharam o florescer de uma bela e frutífera primavera.
A conclusão do Vaticano II resultou na elaboração de 4 Constituições, 9 Decretos e 3 Declarações, que objetivam de forma clara dar um novo dinamismo à Igreja, sendo ele promovido pela volta às origens, arrefecidas em detrimento do clericalismo e do carreirismo eclesial. Diante deste abandono das fontes e do reencontrá-las, uma célebre frase de Santo Agostinho nos cai como uma luva: “Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora!”. Assim, o Vaticano II foi para a Igreja um intenso e novo Pentecostes que a encheu de força, coragem e dinamicidade!
Ao lermos o conjunto dos documentos conciliares, percebemos que estes constituem-se em uma poderosa fonte de espiritualidade para os tempos atuais. Mas qual a sua importância? Bem, a espiritualidade conciliar, ao contrário de tantas outras, não se encontra desvinculada da realidade, não busca apresentar experiências místicas anieladas/alienantes. A Espiritualidade Conciliar a qual somos convidados a abraçar, tem por inspiração o Mistério da Encarnação, pelo qual o Verbo se fez carne, habitou entre os homens em uma realidade concreta e hoje se faz presente em nós por meio dos sacramentos da Igreja.
Esta espiritualidade é para a Igreja um dom do Espírito Santo que é dinâmico e criativo ao infinito. Abraçar a Espiritualidade Conciliar é contemplar de forma efetiva o Mistério da Encarnação e continuar a missão que Jesus confiou aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15), é comprometer-se com o anúncio e a construção do Reino, é sair de nossas zonas de conforto e irmos em direção ao outro, é sermos de fato a tão falada e sonhada Igreja em saída e assim irmos às periferias físicas e existenciais nas quais nossos irmãos estão abandonados e nos pedem socorro. Assim abraçar esta espiritualidade é algo urgente, considerando os diferentes desafios laçados pelos tempos atuais, que pedem uma espiritualidade engajada com o anúncio e a construção do Reino e que busque também o desenvolvimento integral dos seres humanos.
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O Concílio Ecumênico Vaticano II: Uma Fonte de Espiritualidade para os tempos atuais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU