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“Vivemos uma crise civilizacional e um novo paradigma”, segundo Sami Naïr

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12 Julho 2025

“Há uma crise civilizacional devido aos novos meios de comunicação que colocam em dúvida a verdade e onde o relativismo cultural se generalizou”. Além disso, “na Europa, caminhamos para o abismo”. Este é o diagnóstico de Sami Naïr, sociólogo, pensador e escritor francês, convidado especial da Feira do Livro de Santander [Espanha] e autor de Europa encadenada: El neoliberalismo contra la Unión (Galaxia Gutenberg), em uma entrevista à revista WMagazín,.

A reportagem-entrevista é de Winston Manrique Sabogal, publicada por WMagazín, 06-07-2025. A tradução é do Cepat.

Em seu ensaio, Sami Naïr apresenta uma análise sobre acertos e erros, alerta para a mudança de época e pede aos europeus que assumam sua defesa sem complexos, dependendo de si mesmos. Isto é oportuno agora que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, parece virar as costas para a União Europeia. O escritor explica que está na hora da Europa se unir, de verdade, e assumir as rédeas de seu próprio destino, de seus valores, princípios, soberania, segurança e ideias de democracia, igualdade, justiça, liberdade, bem-estar, integração e harmonia que a tornaram uma exceção no mundo.

Em um pequeno restaurante, Sami Naïr amplia o mundo descrito em seu livro. Descreve como a humanidade vive um ponto de inflexão e uma mudança de paradigma que parece conduzir a uma aporia. O século XXI encadeou várias crises de diferentes esferas que tornaram modelos econômicos e políticos obsoletos, ao mesmo tempo em que mergulha em territórios desconhecidos frente à colonização acelerada do digital, que tudo afeta e transforma. Sobretudo, o que está relacionado ao ser humano em seu foro íntimo, afetivo e social. Uma era que privilegia o econômico frente às humanidades, o quantitativo frente ao qualitativo.

Transformações que fazem declinar países como os Estados Unidos e outros como a China ascender, e que colocam a União Europeia em questão. Assuntos que afetam a História para além dos grandes temas e manchetes, porque impactam as pessoas de maneira silenciosa, direta e cotidiana. Mudanças que aconteceram e acontecem, enquanto dois eventos transcendentais se desenvolvem:

1. O mundo digital, ou seja, a internet, seu acesso em massa como uma janela instantânea para o mundo, os computadores, as redes sociais. Superofertas de tudo, do entretenimento à informação, em uma espécie de bulimia que não permite tempo para digerir e pode se tornar um boomerang.

2. Declínio do ensino das humanidades nos colégios e o desprezo das pessoas por elas, exaltando o utilitário, produtivo, extrativo e economicista, como se as humanidades fossem incompatíveis com tudo isso. Uma descapitalização do humano.

Duas coincidências que se fortaleceram desde a pandemia da covid-19, em 2020. Após apresentar uma cartografia política, econômica e geopolítica, pergunto a Sami Naïr se ele detecta algumas conexões entre essas incertezas e crises globais e a coincidência entre o avanço da influência da internet e o desprezo pelas humanidades:

“Você tem toda a razão. É uma crise civilizacional. A crise civilizacional no sentido de que os novos meios de comunicação e de dominação em escala planetária em torno do fenômeno histórico que é a internet e seus derivados, a inteligência artificial é um deles, criaram um novo paradigma em escala planetária.

Um paradigma a partir da internet e da comunicação. NÃO a partir de uma concepção do humano. Apenas a partir de uma concepção do que é visto e do que chamam de comunidade dos participantes da internet.

Existe uma comunidade mundial agora, mas é uma falsa comunidade mundial. Porque é uma comunidade que acontece através das telas, por meio de uma relação estritamente passiva a uma disseminação de informações planetárias impossível de controlar, e onde o relativismo cultural se generalizou. Quando digo relativismo cultural é o relativismo dos valores, do bom e do pior. E a criação de uma era da pós-verdade, uma era em que o próprio conceito de verdade como o conhecemos está em xeque.

De costas para as humanidades

Entramos em um novo paradigma no qual a comunicação é o que importa, não a estruturação da humanidade. Isto é muito importante. E aí está a economia. A economia é o suporte. A economia da mercantilização generalizada é o suporte desse processo. E daí surge uma crise do humanismo tradicional.

E daí surge, também, uma crise que, na Europa e nos últimos anos na Alemanha e na França, estamos chamando de “crise do Iluminismo”. A crise dos valores humanos baseados nos direitos do indivíduo, da dignidade e, sobretudo, o que é mais importante: em uma concepção de futuro baseada, precisamente, no futuro da humanidade.

Essa é a ideia que desapareceu com esse sistema de comunicação imediata, virtual e da pós-verdade. Essa é uma mudança radical. Como sairemos disso? Ninguém pode prever. Provavelmente, haverá uma explosão, uma catálise.

Estamos vendo uma implosão. Estamos vendo suas premissas. Com a crise da covid-19, vimos que durante semanas tudo havia desaparecido lá fora. Tudo havia parado, e os sonhos de uma humanidade diferente começaram a aflorar. A questão era: “Nunca mais voltaremos ao que era antes”. Pura ilusão.

Estamos em uma época de ruptura. Fala-se da ruptura da inteligência artificial, mas as duas rupturas mais importantes são:

A da globalização, que está profundamente afetada e não poderá seguir assim. É o retorno das políticas de blocos, das políticas, digamos, nacionais ou de blocos regionais que vão acabar com essa globalização do livre mercado.

E a segunda ruptura, para mim fundamental, é a ruptura geopolítica caracterizada por dois fatores: o fator europeu e o fator chinês.

Em relação ao fator europeu, sabemos que, para os europeus, não há possibilidade de construir uma potência europeia comum. Inclusive, decidiram destinar 5% a mais em defesa para a OTAN. Isto é a favor dos Estados Unidos, não a favor de uma Europa soberana independente. De Gaulle tinha toda a razão quando dizia: “Eu quero uma Europa europeia, não americana”. Já estamos completamente rendidos.

Os séculos da China

Em relação ao assunto chinês, não é apenas comercial. É importante porque, pela primeira vez em sua história, desde a Idade Média, a China quer se tornar uma potência militar mundial. Antes, não. Os chineses não tinham essa ambição. Agora, eles a têm e serão uma potência militar mundial porque entenderam que os estadunidenses poderiam nos trazer a guerra para impedir o nosso desenvolvimento econômico. Estamos nessa situação.

O terceiro vértice do poder da China é o tecnológico.

Se o sistema econômico se mantiver, se não houver um acidente que provoque a explosão do capitalismo internacional, a China será a grande potência deste século e do próximo, em todos os níveis.

Nos últimos quarenta anos, os chineses acumularam uma enorme quantidade de conhecimentos tecnológicos. Por exemplo, os franceses, nos anos 2000, venderam centrais nucleares civis para os chineses. Os chineses diziam: “Tudo bem, compramos”. Os franceses diziam: “Vendemos as centrais, mas não vendemos o know-how”. Os chineses respondiam: “Só queremos que vocês as consertem, quando houver problemas”. E de conserto em conserto, os chineses tiveram tempo suficiente para estudar tudo. Agora, instalam centrais nucleares civis muito mais modernas do que as da França.

A China é um país com capacidade de produção incomparável em escala planetária. E seguirão. Ninguém pode prever qual será a reação da Europa, porque, infelizmente, a Europa não existe. Mas ninguém pode prever como os estadunidenses reagirão. Ninguém pode prever se o próprio sistema chinês não irá esse romper, porque o capitalismo tem contradições tremendas. Pode implodir.

Sabemos que a China também conta com o apoio do chamado Sul Global, ou seja, da África e da América Latina.

Estado de bem-estar social em risco

O Estado de bem-Estar social, que é uma exceção no mundo, está em xeque do modo como o conhecemos. De fora, tentam miná-lo. Isto é a Comissão de Bruges. É a privatização de tudo; está nos tratados. As decisões da Comissão Europeia, todas, sem exceção em termos econômicos, são privatizar as ferrovias, os hospitais, as universidades, tudo... Não só isso, a cada seis meses, altos funcionários da União Europeia se reúnem com os ministérios da Fazenda dos países para verificar se esses tratados estão sendo cumpridos. Podem dizer, por exemplo: há muitos hospitais públicos, vocês só precisam de dois e deixem o resto para o sistema privado, e como não fizeram isto: Multa!

Não privatizar é violar o princípio da livre concorrência na União Europeia. O neoliberal fabricou uma máquina que está destruindo o Estado Social Europeu desde o início. Decidiram, oficialmente, não ter política social.

Em 1990, quando o Banco Central propôs introduzir nos estatutos um debate sobre o objetivo do emprego permanente e a rejeição da precariedade como linha fundamental e de um conceito geral de interesse público em nível europeu, disseram que não, que o social pertence aos estados. Como se a economia, a macroeconomia, não tivesse consequências em nível nacional.

Dizem: “preferimos um conceito de interesse geral, não de interesse público”. Porque o conceito de interesse público é diferente: significa serviços públicos de qualidade, significa financiamento das universidades, significa criação de empregos etc. Serviço de interesse geral é o sistema que existe nos Estados Unidos, onde, caso não possua o seu cartão, deixam que você morra. Cada um se defende como pode.

Escolhemos um processo, digamos, uma via de protoamericanização e privatização da economia europeia, e estamos pagando por isso...

É inevitável que caminhemos para o abismo, salvo alguma mudança maior, mas parece que não.

A verdade é que nos países europeus há uma rejeição cada vez mais significativa a todo esse sistema.

Os neopopulismos que estão se desenvolvendo na direita e na extrema direita não são um acidente. São setores inteiros da população que dizem NÃO. Vou dar um exemplo: na França, agora, o primeiro partido, numericamente, é o Partido de Marine Le Pen. E, se você fizer uma análise, notará que a consolidação do partido de Le Pen ocorreu entre as camadas populares que votavam no Partido Comunista.

Nesses movimentos que se deslocaram para a extrema direita, seu conteúdo social permanece o de sempre: camadas sociais excluídas, marginalizadas, ou camadas sociais que não se reconhecem nas elites dirigentes. A ultradireita está, agora, onde os simpatizantes do comunismo estavam antes.

A ultradireita não tem em suas políticas o privado, é o liberal. Para esses eleitores, é contraditório, paradoxal, pensar que esse estado não os protegerá, não lhes proporcionará nada público. É o triunfo da ignorância.

A esquerda carrega uma responsabilidade monumental na frustração das camadas populares. Muita, toda. Estamos em uma situação contraproducente em que as pessoas não conseguem fazer nenhuma diferenciação. E Marine Le Pen chega até elas com um discurso de estado social. Ela diz: “Quero um estado social”. Quando se observa o que estão fazendo nos municípios que administram, não tocam em políticas sociais. No entanto, dizem: “Precisamos reduzir essas políticas porque os estrangeiros se aproveitam disso”. Aí está a redução. Não tocam nas políticas, mas excluem os estrangeiros, criam estatutos de exclusão. O caso das creches para as crianças é muito mais perverso.

Sabemos que quando chegarem ao poder, vão querer desmantelar tudo, mas não conseguirão. Será muito mais difícil, porque tudo isso entra em um contexto no qual o projeto europeu, substituto do socialismo que havia substituído o comunismo e que os socialistas utilizaram para renunciar à sua identidade socialista ou comunista, este projeto agora está em crise. Ninguém acredita neste europeísmo”.

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